Ilha Privativa

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Laura

Encontrar na Alice, a minha menina dos olhos de amoras verdes, transpassa os limites impostos por eu mesma, de eventualidades surpreendentes a acontecer na minha vida. Sinto uma explosão de sentimentos, quase impossíveis de descrever. Todas as sensações que vivencio por estar ao seu lado, ainda é pouco para dimensionar o que sinto internamente. Minha alma, parece transbordar-se em ternura e felicidade. Já alcancei conquistas importantes, que me proporcionaram altas emoções, mas nenhuma, absolutamente nenhuma até agora, foi capaz de me levar a esse nível de realização. Sinto meu espírito festejar, ao mesmo tempo em que um sentimento de tranquilidade me invade, e isso, até então, nunca experimentara. Tenho vontade gritar para o mundo, que encontrei a mulher da minha vida. Quero proporcionar a ela, o melhor que eu possa conseguir, e ainda assim, tenho ciência de que será pouco, comparado à festa que se faz presente nas minhas entranhas.

Após deixar a Amora sob os cuidados do Ricardo, Alice me esperava, sentada na cerca do pasto. Impressionante que até mesmo esse simples gesto, me atrai e eu, a acho a mulher mais linda possível de existir nesse mundo. Ela veio ao meu encontro, e me abraçou pela cintura. Por um momento, me esqueci de todos os meus medos e receios e me deixei ser envolvida nesse gesto de carinho tão genuíno. Seu olhar carrega verdade e simplicidade, características tão raras de se encontrar hoje em dia. Chegamos à sede, repleta de hóspedes, envolvidas num abraço recheado de sorrisos e senti uma certa insegurança de demonstrar meu afeto. De uma forma sutil e bastante discreta, me retirei dos braços de Alice. Não quero de forma alguma magoá-la, mas demonstrar publicamente o que sou particularmente, ainda não é fácil para mim. Cumprimentei os funcionários do hotel e antes de nos alimentar, lembrei da ideia para a "noite de núpcias". Sorri com a possibilidade de conseguir encantar um pouco, essa mulher que me encanta tanto.

- Alice, pode ir comendo – falei a ela, próximo do aparador onde estava exposta a alimentação – Preciso resolver umas pendências.

- Está bem – me respondeu com um lindo sorriso – Vou esperar você, então.

- Não é necessário! – falei rapidamente – Pode almoçar.

Rapidamente me dirigi ao escritório e liguei para meu anjo da guarda:

- Tom? Tudo bem? – falei assim que o ouvi me atender – Preciso que organize urgente um passeio para mim.

- Pois não, para onde? – respondeu, prontamente.

- Minha ilha, em Búzios – falei sentindo o coração disparar, só em imaginar a reação da Alice ao chegar no local – Só vou almoçar e já estarei pronta.

- Pode deixar. Está onde?

- Na fazenda. Vou hoje e volto amanhã a tarde. Quero a ilha vazia.

- Sim, senhorita! – respondeu cordialmente – Algum pedido especial?

- No bangalô, decoração com flores, bombons e luz de velas. O restante me viro – falei sorrindo – Seja rápido.

- Deixa comigo – respondeu sorrindo, meu querido Tom.

- Tom? Flores diversas, menos rosas, por favor! – enfatizei.

- Fica tranquila, confia em mim – me falou sorrindo – Bom final de semana.

- Obrigada, igualmente Tom.

Voltei ao salão, me servi e encontrei Alice em uma mesa afastada. Meu coração disparou ao vê-la. Pedi se poderia me sentar com ela, e ao invés de me responder, sorriu, o sorriso que me encanta e me faz querer beijar cada milímetro dos seus deliciosos lábios.

- E então, já encontrou a dona Chica ? – perguntei, na tentativa de esconder a empolgação da surpresa.

- Ainda não. Procurei as duas na verdade, mas devem estar aproveitando por aí – me respondeu sorrindo.

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