Laura
Alice chegou de surpresa em casa. Eu estava jantando, descalça, com os cabelos presos, ainda com a roupa do dia todo, após um dia intenso de trabalho, reuniões e surpresas desagradáveis. Só de ouvir a buzina da moto, meu coração imitou a bateria da escola de samba. Os lírios que ganhei pela manhã, dispostos em um jarro com água em cima da mesa, fizeram companhia ao sorriso bobo que brotou no rosto sem ao menos ser percebido pelo cérebro. Parece, mas só parece, que faz dias que não a vejo. No entanto, a verdade é que amanheci o dia de hoje com ela e ainda a vi no serviço, mas a saudade, já era maior do que meu pobre coração poderia suportar.
Deixei o prato por terminar e corri para o portão, coração acelerado, mãos suando e euforia em nível master. Alice adentrou a garagem, e eu, mal podia esperar que ela descesse da moto para abraça-la.
Seu cheiro me embriaga e me desnorteia. A abracei forte antes de beijar sua boca gostosa. Estar em seu abraço é a melhor sensação que posso sentir nessa vida. A tranquilidade que esse gesto me tráz, não tem nada que se compare. É o melhor lugar que já habitei. Nos beijamos lentamente e com muito carinho enquanto andávamos sem nos desgrudar pela área da piscina. Eu de frente e ela de costas, entre beijos e sorrisos.
- Que saudade de você – falei entre o beijo – E que delícia de surpresa.
- Vim porque também não aguentei de saudade – me respondeu, beijando, beijinhos curtos e intermináveis.
- Janta comigo? – peguei em suas mãos e a puxei para casa – A Didi deixou feijoada aqui, vem experimentar.
- Super aceito! Vim direto do trabalho pra cá. Passei na Veigas e me falaram que você já tinha saído. Estou faminta.
- Nossa! Estava trabalhando até agora? – organizei a mesa e Alice sentou-se à minha frente.
- Sim. Estava em reunião com duas grandes corporações e trago novidades – me olhou com expressão sapeca, segurando o sorriso.
- Então me conta logo!!! – falei animada enquanto a servia.
- A partir de amanhã, serão seus investidores!
- Não acredito!! Que legal!!
- Sim! A Brixt vai investir na NetCel e a Souza e Santos, comprará quatro franquias para instalar no Rio, Minas, Maceió e Goiânia.
- Mas essa Alice é do balacolaco mesmo, viu – a beijei no rosto – Parabéns, mocinha.
- Obrigada!! Um elogio de Laura Veigas, eu não dispenso – sorriu e me piscou.
- Agora chega de falar de trabalho. Experimenta a comida da Didi.
- Deixa eu ver se a Didi sabe cozinhar, porque se eu depender da minha Amora, já vi que vou viver só de chá – gargalhou e pegou um bocado.
- E vai me dizer que tem achado ruim viver de chá? – gargalhei junto e olhei profundo.
- De forma alguma – limpou os lábios – Só preciso me alimentar pra conseguir dar conta de uma mulher do seu tamanho – sorriu alto – E sim, por sorte a Didi cozinha maravilhosamente bem, e aceito comer a comida dela tranquilamente. Dessa forma, você, continua com a parte do chá.
- Combinado - a olhei profundo e sorri, mordendo os lábios.
Terminamos de jantar, entre olhares e sorrisos e conversa boba. Alice me faz tão bem! A presença dela preenche todos os espaços vazios que algum dia já me habitou. Não sinto necessidade de mais nada a não ser, dividir minha vida com ela. Quero vivenciar todos os momentos possíveis, e os que ainda não são, quero torná-los possíveis. Ela é a alegria que me faltava, a presença que se ausentava, e todo o amor que sempre desejei.
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Amoras
RomantikLaura Veigas é a primeira CEO negra da capital paulista, com uma carreira brilhante e ainda em ascensão. Possuí hobbys clássicos e uma vida estabilizada, focada no trabalho. Extremamente controladora, gosta de tudo do seu jeito. É orfã e usou da sua...