Há muitos anos, os reinos mágicos foram divididos entre os quatro filhos do semi-deus Aron.
A escuridão despertou e corrompeu o penúltimo dos filhos, mortes e guerras foram travadas.
Entretanto, todos os oráculos previram o nascimento de uma criança...
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Nate
Seguia calmamente pela praia, uma parte da água estava escura, o céu estava nublado, como se fosse chover, porém, nunca acontecia. O tempo não era nem quente e nem frio, ultimamente, parei de ouvir os pássaros cantando ou qualquer outro animal. Como se as florestas perdessem a vida. O litoral já estava totalmente vazio, eu podia ver a ilha onde o grande problema estava. As luzes verdes e pretas sobrevoavam o pequeno pedaço de terra. Quando eu finalmente parei próximo a água, deixei minha mente vagar por alguns segundos. Faz dois dias que não vejo Sofia, confesso que estou morrendo de saudades dela, desde que nos conhecemos, dificilmente, ficamos sem nos ver ou falar. Agora, eu nem sei o que diria para ela. Mas que inferno, por que aquele sem vergonha foi beijar a mulher da minha vida? Vontade de esganar ele.
Nem percebo o momento que Valentina parou ao meu lado, a primeira vez que a vejo com o cabelo solto. A loira apenas respirou profundamente enquanto encarava a ilha ao longe, cruzou os braços e ficou em silêncio.
— Como você está? — Finalmente ela perguntou, senti que me olhou.
— Bem, eu diria. E você? Não te vejo desde ontem a noite. — A encarei, Valentina virou o corpo na minha direção.
— Desculpe ter sumido ontem. Mas recebi uma carta do meu irmão e acabei me recolhendo mais cedo, precisava ler com calma, entende? — Ela explica, assenti. Valentina ajeitou sua roupa e sentou na areia, fiz o mesmo.
—E está tudo bem com a sua família? — Perguntei enquanto encaramos a água, ela concorda com a cabeça.
— Está sim. Eles estão preocupados com o rumo que as coisas tomaram, mas Vladimir disse que confia fielmente que vamos conseguir. — Sorriu, eu também.
— Ainda bem que as pessoas acreditam na nossa equipe, parece que o apoio delas me fortalece. — Confessei, ela assentiu novamente.
— Sinto o mesmo. Mas, Nate, vamos ter que falar sobre sentimentos agora. — Me encarou seriamente, eu ri. Valentina tentando falar de sentimentos é um peixe tentando voar. No mínimo, engraçado.
— Já até sei o rumo da nossa conversa, pode falar. — Dei de ombros, ela sorriu.
— Parece que você sou eu desviando do assunto relacionamento... — Valentina franziu as sobrancelhas, assenti. — O mundo já não é mais o mesmo.
— É diferente, um safado beijou minha garota, eu estou irritado, sabe? E estou me segurando pra não ir no mosteiro acabar com aquele ridículo! — Cruzei os braços, ela assentia enquanto eu falava, estava tão calma.
— Entendo seu nervosismo, mas por que não vai até lá e faz o que quer? — Perguntou, por alguns instantes, pensei um pouco antes de responder.
— Se eu fizer isso, Sofia vai ficar chateada, e pior, vai se culpar ainda mais achando que causou discórdia na equipe. Não posso fazer isso com ela. Meu tio sempre me disse que se você faz algo que sabe que vai magoar a outra pessoa, não é amor. — Respondi, a vejo sorrir com todo o rosto.
