Há muitos anos, os reinos mágicos foram divididos entre os quatro filhos do semi-deus Aron.
A escuridão despertou e corrompeu o penúltimo dos filhos, mortes e guerras foram travadas.
Entretanto, todos os oráculos previram o nascimento de uma criança...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Sofia
Ainda não tinha amanhecido quando segui pelo corredor, deixando o mosteiro, já faz uma semana que treino com Mikael, diferente do que eu pensava, o jeito que ele ensina é tão prático e sem rodeios. Parei na entrada do mosteiro, o vejo sentado nas construções de pedra, sei que hoje vai ser o dia da grande experiência, e devo admitir que estou nervosa.
— Bom dia, mestre. — Finalmente me aproximo, ele me encara, sério. — Quase dia, né?
— Bom dia. — Levantou. — Desculpe por ser tão cedo, mas isso vai levar muito tempo. — Explicou.
— Não tem problema... — Dei de ombros. — Nós vamos para a gruta, certo? Por causa do riacho. — Falo, ele assentiu.
— Isso. — Respondeu. — Vamos? Realmente tem muito o que te ensinar hoje. — Ele começou a deixar a entrada do mosteiro, nós descemos o monte e parecia que não ia chegar nunca. O segui em silêncio, estava morrendo de sono, não consegui dormir muito na noite passada. — Então, o que eu vou aprender hoje? — Perguntei.
— Ah, hoje você vai abrir seus chakras. — Entramos na gruta, onde uma corrente de água caí de cima, porém, não podia se espalhar já que plantas impediam. — Existe energia que flui pelo seu corpo... — Mikael aponta para a água. — Mas, pode ser impedida por seus traumas, problemas... — sua expressão muda para um olhar triste, carregado de recordações. — Você tem que deixar essas coisas irem embora. — Ele dá uma pausa, como se procurasse as palavras certas. — Isso pode ser muito intenso, tenho que saber se está pronta.
— Não se preocupe, mestre. Eu sou muito boa em deixar traumas para trás. — Coloco as mãos na cintura, ele ergue a sobrancelha.
— É mesmo? Então, vamos começar... — Ele senta no chão, eu também. — Muito bem, o primeiro é o chakra da terra, bloqueado pelo medo... Qual o seu maior medo?
Quando abro os olhos, não estou mais na gruta, vejo todos aqueles que eu amo queimando enquanto agonizavam de dor. Gritei e quase caí para trás.
— Isso não é real, Sofia, fique calma, deixe esse medo ir embora... — Ouço a voz de Mikael, respiro fundo e, aos poucos, essa visão some.
— Você está bem? — Perguntou, assenti. — Podemos continuar? — Murmurei um sim. — Pois bem, o segundo é o chakra da água, ligado ao prazer, porém, pode ser bloqueado pela culpa.
Senti que comecei a chorar.
— Do que você se culpa? — Escuto sua voz longe, quando abro meus olhos, vejo Luca, seu corpo inteiro está com manchas escuras, seus olhos não possuem vida, ele parece um fantasma. — Você acabou comigo, Sofia. — Luca diz, neguei com a cabeça. — É sua culpa eu ser um monstro agora, você me destruiu.
— Desculpa. — Sussurro.
— Quando isso tudo acabar, vai conseguir ajudar ele, se livre da culpa... — Mikael aconselha. Junto o que ainda tenho de forças, respiro fundo e, lentamente, essa visão some. Quando abri os olhos, encontrei meu mestre, me levantei e deixei a gruta. Buscando por ar puro, me apoio em uma árvore, parece que tudo está girando.