Há muitos anos, os reinos mágicos foram divididos entre os quatro filhos do semi-deus Aron.
A escuridão despertou e corrompeu o penúltimo dos filhos, mortes e guerras foram travadas.
Entretanto, todos os oráculos previram o nascimento de uma criança...
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Sofia
— Beba isso...
Ouvi uma voz masculina ao longe. — Vai te fazer bem. — Essa voz continuou.
Abri os olhos, encontro um homem moreno, ele tinha uma tigela nas mãos com um caldo verde, tentava fazer com que eu tomasse, mas, ao invés disso, eu gritei e empurrei sua mão.
— Sofia, você quase derrama todo o caldo! — Ele respira fundo e limpa um pouco do líquido que caiu em sua roupa. — Não precisa se preocupar, não vou te machucar.— Colocou a tigela em cima da mesa e se levantou da cama saindo pela porta.
Quem é esse louco?
O homem volta com um copo de água e me entrega, eu pego um pouco desconfiada.
— Por que está me olhando assim? — Questiona e volta a pegar a tigela. — Eu te conheço desde que era recém nascida! — Deu de ombros.
— Ah, sim. — Digo com falsa animação. — Era você! Claro, um bebê tem ótima memória! — Ele riu.
— Quem diria que aquele bebê tão lindo seria alguém tão sem educação. — Diz, sorri, ele senta em uma cadeira próxima da cama. — Sou Daren.
— Sofia. — Estendo a mão. — Mas você já sabe, não é? — Ele retribuiu com um aperto de mão firme.
— Estou feliz por você não ser uma garota tonta. — Daren passou a mão pelos cabelos ajeitando os fios rebeldes e me entrega a tigela novamente.
— Obrigada... — Recebo a tigela e dou um grande gole no caldo, ele ri do meu desespero para comer.
— Calma, o caldo não vai sair daí! — Daren sugere rendendo as mãos, eu reviro os olhos.
— Como vim parar aqui? — Deixo a tigela de lado e o encaro.
— Valentina te trouxe tem algumas horas. — Pulo ao ouvir o nome da minha amiga.
— Cadê ela? — Me levanto, mas algo me faz sentar novamente.
— Ela já vai chegar... — Ele diz e coloca as mãos na minha testa checando a minha temperatura. — Acho que a febre está voltando. — Daren me coloca deitada e sai pela porta novamente.
Meu corpo nunca esteve tão fraco, tão dolorido.
Daren volta com um pano molhado e passa na minha testa, tira, molha de novo e passa mais uma vez. Sua mão se acendeu com uma luz, ele pressionou sobre meu peito e sussurrou alguns palavras que eu não entendi, o brilho ficou mais forte e por fim, se apagou.
— Tem noção do que fez, Sofia? — Daren deixou o pano de lado e segurou a minha mão, ele sorria de uma maneira amigável. Eu nego com cabeça, realmente não estou entendendo nada.
