Capitulo 4🌈

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É sexta-feira, no intervalo de literatura.
Olívia está me mostrando alguns dos seus novos projetos de arquitetura no seu laptop quando vejo Raphael entrar na sala e me pego pensando que faz dias desde a última vez que nos falamos, na noite do bar.
Eu nem pude agradecer a ele por toda boa disposição, e por te me acalmado quando precisei de fato.
Sinto que eu nunca olhei para ele como um cara de verdade, alguém com atitude e um protagonismo destacado no ceio escolar, e talvez devesse ao fato dele nunca ter estado tão perto de mim antes.
Estudamos juntos à dois anos e eu podia jurar que ele tinha seus os olhos verdes mas naquele dia eu vi, são castanhos claros, são lindos, ele é fofo.

— Oi Raphael! Digo me aproximando dele.
— Está tudo bem Jonathan?
— Está sim e com você?
— Também, obrigado.
— Que ótimo. Sussurro sem falas novas.
— Beleza! Ele se cala e abre seu armário.

Ele veste uma calça jeans cinza leve e uma camiseta vermelha com listras azuis-escuro e uma Jordan verde que ele provavelmente comprou a dias. Seus cabelos castanhos, e suas sobrancelhas cheias deixam seu rosto ainda mais inocente e fofo.
Gosto como seus traços faciais delicados estão perfeitamente aliados.

— Então... só queria agradecer pelo noite de segunda-feira.
— Ah, não tem que agradecer! Não foi nada.
— Foi sim, eu me diverti bastante.
— Você já está melhor?
— Eu... estou, quer dizer, sempre estive!
— Você estava chorando. Ele afirma.
— É, eu...  gaguejo.
— Terminou seu relacionamento?
— Sim, quer dizer, não! não! Me atrapalho
— Não precisa dizer, eu entendo. Seu rosto se retraiu e ele deixa de olhar pra mim.
— Acho que você não entendeu.
— Jonathan, não faz mal, você é humano e tem emoções.
— Eu não...

Será que ele pensa que sou um chorão?
Que levei um pé na bunda e fui me expor na rua, e talvez, pra chamar atenção?
Quero poder o explicar, mas o sinal toca e ele mal me dá espaço para poder inventar qualquer contra argumento.
Odeio quando me atrapalho todo, e não posso me justificar como deve ser, essa deve ser uma das piores sensações da vida.
Deixar a pessoa ir com uma versão errada de você, quando não tens muita saída para o fazer pensar diferente.
Você podia ter mentido que perdeu seu peixe de estimação! Vai lá e o explica... improvisa.
Mas a única coisa que consigo fazer é ir até a cantina da escola, encontrar Ranger.

— Ela começou a me seguir no Twitter. Diz Ranger vibrante.
— Quando foi isso? Me ajeito na cadeira.
— Tipo, lá estava eu, como sempre visitando o perfil dela e sem querer eu curti uns seis Tweets dela, aí ele me notou, e me seguiu.
— E quando será o casamento? Debocho dele em gargalhada.
— Jonathan, você tem noção do que isso significa? Ele me pergunta retoricamente.
— Que Sasha Naomi te...
— Eí, fale baixo! Ele me interrompe e isso faz eu engasgar com o pedaço de batata frita.

Ranger é apaixonado por Sasha Naomi a uns 18 anos antes dele se quê ter nascido bem, quando ele ainda era um feto e ela provavelmente também.
Tecnicamente Ranger ama essa garota desde sempre, desde que eu o conheço por gente e durante toda sua vida ele vem esperando a melhor oportunidade para se declarar a ela, mas parece que esse dia não está nada perto de chegar.
Já que a Sasha é simplesmente a moça mais cobiçada do colégio todo, e por ter a fama de garota leviana que toda semana pega um cara diferente e o descarta na semana seguinte sem se envolver em sentimentos.
Todos alunos querem ter um pedaço dela
por ser a mais popular, a mais linda e a maravilhosamente irritante por achar que o mundo gira à volta de sua cabeça.
Todos querem chamar sua atenção de alguma forma, todos querem ser seguidos ou mencionados por ela em alguma coisa, todos cá agem como se ela fosse exatamente uma deusa ou algo bem parecido a isso. E nem estou eufemizado.
As vezes tenho vontade de falar pra Ranger encontrar um outra garota que o de uma chance, que esteja afim dele de verdade.
Mas seria inútil já que ela vive dentro de uma bolha e nunca o dá espaço para nada.

Se Eu Fosse VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora