Capítulo 57🏳️‍🌈

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Na sexta feira, a tarde, Raphael, Ranger, Sophia e eu planejamos nos ver num bar na costa leste da cidade.
E sugerimos comemorar o fim do ano letivo num ambiente mais agradável e reservado para nós.
Só que eu estou 1 hora atrasado e me perco umas cinco vezes pelo caminho, pós eu nunca tinha vindo neste lado da cidade sozinho.
Recebo umas duas chamadas antes de eu achar o endereço certo do lugar em que meus amigos estão me esperando.

— Oi, pessoal! Saúdo ao chegar.
— Lá vem o retardado! Ranger diz rindo.
— Custou chegar? Sophia me encara meio séria.
— Um pouco. Respondo.
— E então? Ranger espera uma boa justificativa.
— Eu gosto deste lugar. Falo ao me sentar assim que chego no meu lugar.
E não posso assumir que perdi.
É vergonhoso demais.
— Porque demorou tanto? Ranger me lança um olhar furioso.
— Estava perdido! Admito rindo.
— Como assim? Ranger diz meio alertado.
— Eu nem sei. Respondo rápido ao notar a ausência de Raphael.
— Ah, tá... Sophia troca um olhar tediosa com Ranger.
Mas ignoro ambos.
— Cadê o Raphael?
— Cá estou. Raphael surge por atrás de mim.
— Oh, já chegou a um tempo?
— Sim. Ele respondi e me beija rápido e se senta perto de mim.
Fico meio estático no momento após ao beijo, quando noto a expressão de felicidade no rosto dele.
Ele realmente ama demostrar amor.
— Só me desculpem. Falo meio sem jeito. — Eu deveria ter pego um táxi mais cedo.
— Não faz mal. Ranger ri. — Vai querer uma coca? Ou algo para comer?
— Sim, estou faminto! Falo e passo a mão na barriga.
— Eu fui agora pedir três porções de sushi e um taco vegan. Raphael diz ao olhar para mim.
— É exatamente o que eu ia pedir! Falo em espanto.
— Eu sei, por isso pedi. Raphael diz e respondi feliz.
— Obrigado, Raphael. Beijo a mão dele e ele retribui.
— Ah, por favor... Ranger fala alto num tom burlesco.
— O que foi? Olho perdido para ele.
— Não vão ficar tão meloso no toalete ou algo assim?
Ranger gargalha, brincando.
— Eu até iria, mas qual é graça? Falo rindo.
— Isso é homofobia, sabia? Sophia diz para Ranger, zoando ele.
— Ah, tá... Como se fosse possível.
— E porque não seria? Sophia trava um gracejo.
— Eu sei que é zombaria, mas eu sou um rapaz bissexual... — Não posso ser homofóbico, entende?
— Isso é mais possível do que você pode imaginar. Falo para ele.
— O que? — Está mesmo me falando que há gays que são meio que homofóbicos com outros?
— Sim, há uns caras assim. — Eu não compreendo isso.
— ....Só os maus resolvidos! Raphael comenta rapidamente.
— Você foi um mal resolvido no seu passado também! Ranger dá uma alfinetada.
— Felizmente já não sou mais.

— Você tinha ciúme de mim? Ranger pergunta para Raphael.
— Como assim? Raphael questiona.
— É, como assim "ciúmes"?  Enfatizo a questão no ar.
— Sei lá, você via, Jonathan, como o Raphael olhava para mim quando eu estava perto de você.
— Ah, sim... Raphael era meio que esquisito com olhares inelegíveis.
— Eu não era nada! Ele ri alto.
— Acho que alguém me odiava no sigilo. Ranger cotucou.
— Jamais! Raphael se defende.
Mas a conversa é interrompida após o garçom chegar com o pedido.
Tal como havia descrito.

— Isso parece ter um gosto ruim! Sophia diz ao analisar a nossa comida.
— Sushi? Ah, não... É só peixe cru e legumes cozidos. Ranger fala muito sarcástico.
— Por isso mesmo. Sophia puxou o nariz.
— A quanto tempo você é Vegan? Raphael perguntou a ela.
— Na verdade sou vegetariana.
— Há uma diferença entre vegan e vegetariana? Ranger ri meio tolo ao ouvir a Sophia.
— Sim, é claro que tem! — E eu acho que já expliquei isso para você.
— Você não explicou nada, amor!
— Expliquei, você só não prestou atenção, como sempre!
— Desde os meus 14 anos, isso está aí entre 5 anos de restrições.
— É uma questão de saúde?
— Não só, é sobre consciência e meio de vivência. Ela ri ao provar seu taco de farinha e uma mistura encarnada de sementes.
— É meio chato, não é? Perguntei na total ignorância.
— O quê? Comer comidas diferentes das demais pessoas?
— Sim, se restringir de certas coisas boas...
— Desde que eu não passe fome eu não acho chato, além do mais, salada de tomate, alcachofra e mamão é sem dúvidas a melhor coisa para comer.
— Não liga ela. Ranger ri fazendo um gesto com a mão.
Algo como: " essa garota é doida".
— Cala boca, amor! Sophia diz para Ranger, chateada.
É engraçado como eles são tão fofos juntos e ao mesmo tempo nada haver um com o outro.
Parece sal e açúcar.
Tem tudo para não combinar.
Ela é meio nerd e ele é um bobalhão.
Ela adora Pop e ele Hip Hop.
E uma série de coisas tão banais que os separa e uni ao mesmo tempo.
Quando estamos a comer, vejo uma sombra reconhecível passando perto de mim e depois, pausar no meu lado esquerdo.
Ergo o olhar de baixo para cima.
Vendo primeiramente uns sapatos rosados com lacinhos e de imediato, sem antes ver o rosto da pessoa que está a frente de mim, já sei de quem se trata.

Se Eu Fosse VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora