Na sexta feira, a tarde, Raphael, Ranger, Sophia e eu planejamos nos ver num bar na costa leste da cidade.
E sugerimos comemorar o fim do ano letivo num ambiente mais agradável e reservado para nós.
Só que eu estou 1 hora atrasado e me perco umas cinco vezes pelo caminho, pós eu nunca tinha vindo neste lado da cidade sozinho.
Recebo umas duas chamadas antes de eu achar o endereço certo do lugar em que meus amigos estão me esperando.— Oi, pessoal! Saúdo ao chegar.
— Lá vem o retardado! Ranger diz rindo.
— Custou chegar? Sophia me encara meio séria.
— Um pouco. Respondo.
— E então? Ranger espera uma boa justificativa.
— Eu gosto deste lugar. Falo ao me sentar assim que chego no meu lugar.
E não posso assumir que perdi.
É vergonhoso demais.
— Porque demorou tanto? Ranger me lança um olhar furioso.
— Estava perdido! Admito rindo.
— Como assim? Ranger diz meio alertado.
— Eu nem sei. Respondo rápido ao notar a ausência de Raphael.
— Ah, tá... Sophia troca um olhar tediosa com Ranger.
Mas ignoro ambos.
— Cadê o Raphael?
— Cá estou. Raphael surge por atrás de mim.
— Oh, já chegou a um tempo?
— Sim. Ele respondi e me beija rápido e se senta perto de mim.
Fico meio estático no momento após ao beijo, quando noto a expressão de felicidade no rosto dele.
Ele realmente ama demostrar amor.
— Só me desculpem. Falo meio sem jeito. — Eu deveria ter pego um táxi mais cedo.
— Não faz mal. Ranger ri. — Vai querer uma coca? Ou algo para comer?
— Sim, estou faminto! Falo e passo a mão na barriga.
— Eu fui agora pedir três porções de sushi e um taco vegan. Raphael diz ao olhar para mim.
— É exatamente o que eu ia pedir! Falo em espanto.
— Eu sei, por isso pedi. Raphael diz e respondi feliz.
— Obrigado, Raphael. Beijo a mão dele e ele retribui.
— Ah, por favor... Ranger fala alto num tom burlesco.
— O que foi? Olho perdido para ele.
— Não vão ficar tão meloso no toalete ou algo assim?
Ranger gargalha, brincando.
— Eu até iria, mas qual é graça? Falo rindo.
— Isso é homofobia, sabia? Sophia diz para Ranger, zoando ele.
— Ah, tá... Como se fosse possível.
— E porque não seria? Sophia trava um gracejo.
— Eu sei que é zombaria, mas eu sou um rapaz bissexual... — Não posso ser homofóbico, entende?
— Isso é mais possível do que você pode imaginar. Falo para ele.
— O que? — Está mesmo me falando que há gays que são meio que homofóbicos com outros?
— Sim, há uns caras assim. — Eu não compreendo isso.
— ....Só os maus resolvidos! Raphael comenta rapidamente.
— Você foi um mal resolvido no seu passado também! Ranger dá uma alfinetada.
— Felizmente já não sou mais.— Você tinha ciúme de mim? Ranger pergunta para Raphael.
— Como assim? Raphael questiona.
— É, como assim "ciúmes"? Enfatizo a questão no ar.
— Sei lá, você via, Jonathan, como o Raphael olhava para mim quando eu estava perto de você.
— Ah, sim... Raphael era meio que esquisito com olhares inelegíveis.
— Eu não era nada! Ele ri alto.
— Acho que alguém me odiava no sigilo. Ranger cotucou.
— Jamais! Raphael se defende.
Mas a conversa é interrompida após o garçom chegar com o pedido.
Tal como havia descrito.— Isso parece ter um gosto ruim! Sophia diz ao analisar a nossa comida.
— Sushi? Ah, não... É só peixe cru e legumes cozidos. Ranger fala muito sarcástico.
— Por isso mesmo. Sophia puxou o nariz.
— A quanto tempo você é Vegan? Raphael perguntou a ela.
— Na verdade sou vegetariana.
— Há uma diferença entre vegan e vegetariana? Ranger ri meio tolo ao ouvir a Sophia.
— Sim, é claro que tem! — E eu acho que já expliquei isso para você.
— Você não explicou nada, amor!
— Expliquei, você só não prestou atenção, como sempre!
— Desde os meus 14 anos, isso está aí entre 5 anos de restrições.
— É uma questão de saúde?
— Não só, é sobre consciência e meio de vivência. Ela ri ao provar seu taco de farinha e uma mistura encarnada de sementes.
— É meio chato, não é? Perguntei na total ignorância.
— O quê? Comer comidas diferentes das demais pessoas?
— Sim, se restringir de certas coisas boas...
— Desde que eu não passe fome eu não acho chato, além do mais, salada de tomate, alcachofra e mamão é sem dúvidas a melhor coisa para comer.
— Não liga ela. Ranger ri fazendo um gesto com a mão.
Algo como: " essa garota é doida".
— Cala boca, amor! Sophia diz para Ranger, chateada.
É engraçado como eles são tão fofos juntos e ao mesmo tempo nada haver um com o outro.
Parece sal e açúcar.
Tem tudo para não combinar.
Ela é meio nerd e ele é um bobalhão.
Ela adora Pop e ele Hip Hop.
E uma série de coisas tão banais que os separa e uni ao mesmo tempo.
Quando estamos a comer, vejo uma sombra reconhecível passando perto de mim e depois, pausar no meu lado esquerdo.
Ergo o olhar de baixo para cima.
Vendo primeiramente uns sapatos rosados com lacinhos e de imediato, sem antes ver o rosto da pessoa que está a frente de mim, já sei de quem se trata.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Se Eu Fosse Você
RomanceJonathan é um adolescente não assumidamente Queer, que vive na cidade de Jonesborgo, que vê sua vida virar de cabeça pra baixo apôs se apaixonar por seu colega do ensino médio, Raphael, que aparentemente é heterossexual e isso afeta bastante a relaç...