Capítulo 22🌈

26 15 4
                                    


Estou saindo de casa para Well School um pouco mais atrasado do que o normal.
O ônibus dê hoje é muito lento.
Acordei ligeiramente acima da hora para a ir a escola, e como não bastasse, demorei uma eternidade para dar conta da minha higiene matinal, já que, Elton ficou 2 horas no banheiro, ( talvez menos ).
Certamente me empatando porquê estava tingindo de preto os seus fios de cabelos brancos, isso explica o porquê do lavatório estar meio borrado de tinta permanente.
Não posso afirmar que ele é uma péssima companhia, e tão pouco, um padrasto horrível, mas ainda estou a me habituar com ele lá em casa, desde que o Yago saiu as coisas não são as mesmas, ( sim, há mais paz pra mim) isso porquê meu meio-irmão não está mais aqui para me complicar a vida e a minha mãe até cogitou a hipótese de me deixar ficar com o carro do Yago após arranjar à pintura do mesmo.
Mas, esqueça! — Estou falando do meu novo padrasto e nossa socialização.
Ele é ótimo, tirando o facto de sempre ter a Tv só pra ele aos sábados para ele assistir beisebol, passar tempo demais no telefone e acabar todo café expresso no pequeno almoço.
Ele é pai de dois rapazes também, então, não deve ser algo novo para ele, digo, lidar com jovens rapazes dentro de casa.
Em momentos, achei que um por pouco o teria que o evitar durante toda à minha vida quando minha mãe conversou com ele sobre suas insinuações, piadas e sugestões um quanto fora do normal, ele normalizou e sê redimiu quanto suas atitudes.
Nossa relação tem crescido vagarosamente.
É estranho, de verdade, ter um pai.
Sempre foi minha mãe em tudo, compras no shopping, reuniões na escola, conselhos, apoio financeiro, e tudo que necessitei um dia.
Mas agora, tenho o Elton, que embora ser um pouco antipático e pouco dócil está aí para mim quando eu precisar, sei que eu poderei contar com ele futuramente.
Mas do que alguma vez contei com o meu pai, em toda a minha vida.
A única coisa que me assusta em toda essa dinâmica nova de ter uma família comum é ganhar um irmão novo. Tipo, a minha mãe engravidar e nascer um bebê.
A duas noites atrás, Elton disse pra minha mãe que ele gostaria de ser pai novamente, desta vez de uma menina, já que nem ele e nem minha mãe tiveram uma menininha.
Eu sei que eu não deveria estar escutando atrás da porta, mas ouvi minha mãe dizer a ele que pretende esperar um pouco mais.
Um pouco mais? O quê? Duas semanas?
Ela não hesitou.
Daqui à mais seis meses não me admiraria ver ela indo a consulta pré-natal.
Já até imaginei, e me parece assustador pôs nunca pensei em ganhar mais um irmão.
Não é que minha mãe esteja grávida mas ela pode ficar a qualquer momento.
Não consigo me ver no meio de tudo isso, eu sei que isto é um assunto de Virgínia e ó Elton, mas, eu não consigo, de verdade.
Não que eu não queira mas tudo que possa vir vai mudar tudo à minha volta.
Talvez seja ciúmes, ou medo de ser deixado de lado, mas é uma situação intimidante.
A família aumenta sim, e isso é excelente.
Talvez ganhe uma irmã meiga para vigiar ou até poderá nascer um "Yago 2.0".
Mas, isso não aconteceu, porquê estou me inquietando tanto com isso? — Acho que a moça que senta-se ao meu lado no ônibus percebe minha expressão facial de pânico.
Quais são as chances de minha mãe se mudar para o México com Elton e sua nova futura filha e me deixar vivendo cá, sozinho? Odeio quando sou atormentado por hipóteses e suposições.

***

Quando chego a Well School a metade da turma está dispersa no corredor, no terceiro período de aulas. Isso não é um bom sinal.
Me aproximo do meu armário e retiro uns livros para a aula seguinte.
Ouço Efraim e Malagueta falarem que as aulas de Português e IEC foram canceladas pelo Diretor da escola, Sr. Albert Kelvin.
E que, os respectivos professores estão por tempo suspensos de suas atividades.
E se for verdade, deve-se à algo muito mal, pôs a 6 anos que nenhuma aula é barrada.
Procuro em olhares a Olívia, e Ranger, mas eu não os vejo, por isso, vou até a cantina.

— Eí, Jonathan! Olívia chama-me.
Me aproximo da mesa aonde está também o Ranger, Sophia, e Jaciel.
— Porquê nós não estamos tendo aulas de IEC agora? Perguntei a chegar perto deles.
— Parece que você não faz ideia ainda do que aconteceu. Olívia diz pra mim.
— Tem haver com a suspensão dos nossos professores? Perguntei me sentando perto do Ranger e Sophia.
— Sim, isso mesmo. Olívia faz suspense.
— Você nem vai acreditar! Sophia diz pra mim em pulgas.
— Então? O que rolou? Ansioso questiono olhando para eles à espera da resposta.
— Os professores... foram apanhados na maior intimidade. Olívia conta finalmente.
— Isso é verdade? Olho para Ranger em busca de uma confirmação.
— Sim, é. — Todos nós ficamos sabendo hoje. Ranger responde meio indignado.
— Mas como foi isso? Questiono à todos.
— Está mesmo perguntando como eles transaram? Jaciel diz rindo, pateticamente.
— Você sabe do que eu quis saber. Reviro os olhos para ele.
— Alguém filmou os professores na secretaria e jogou no blogue de fofoca da escola. Ranger me explica, triste e cético.
— Era o meu professor favorito. Sophia suspira decepcionada.
— E quem fez isso? Perguntei chateado.
— Ninguém sabe. Olívia respondeu-me.
— Aposto que é um destes rapazes idiotas do segundo ano. Sophia supõe e Ranger concorda com ela.
— Eles teriam que ter acesso ao blog da escola ou no mínimo administrar para postarem. Digo racionando.
— Eles poderiam muito bem esperar um pouco para foder em casa, não é? Jaciel diz.
— Realmente! Olívia ri e juntamente Jaciel a apoia.
— Maldito blog de fofoca! Sophia bate na mesa e faz-me lembrar de um detalhe.
— Jaciel! — Você é administrador do blog, não é? Perguntei intrépido para ele.
— Nunca fui. — Porém, já visitei.
— E quem poderia postar isso?
— Por lógica, seria Orlando. Jaciel confessa para nós.
— Ohm! — Alguém acha que seria ele? Olívia pergunta na defensiva.
— Eu acho. — Ele nunca me inspirou confiança. Assumo para Olívia.
— Mas isso não quer dizer que ele tenha feito isso. Jaciel o defende.
— Mas ele é o dono do blog! Ranger diz e corta o meu raciocínio.
— Como você sabe? Jaciel olha mal pra o Ranger.
— Quem é o malévolo de Well School?
— Orlando! — Alguma dúvida? Digo alto.
— Há muitos rapazes ruins na escola, e eu não penso que seja o Orlando... Jaciel fala meio indeciso.
— É a cara dele fazer atos tão sórdidos.
— Exatamente. Acrescentei.
— Mas ninguém sabe. — Só vocês, agora.
— Porquê não detonamos ele? Sophia sugere e eu apoio totalmente.
— Está louca? Jaciel rebate rapidamente.
— Porquê não? — Se ele teve coragem de fazer estupidez, deveria ser castigado. Diz a Sophia, sensatamente em pé.
— Vocês estão julgando ele. Jaciel mostra mais uma vez de que lado está.
— Jaciel tem razão. Olívia puxa Sophia a se sentar novamente.
— Faz sentido ser ele, não? Perguntei.
— É provável que sim. — Mas estamos sem provas, o que fazemos? Olívia diz.
— Se o colocássemos contra à parede ou dizer ao diretor, a verdade viria átona.
— É uma hipótese. Ranger afirma.
— Eu acho que deveríamos parar com este julgamento. — Até porquê poderia ser qualquer um. Jaciel me olha franzindo à testa meio aborrecido.
— Maldito blog! Ranger repete as palavras da amiga e Sophia mexe no celular.
— Pronto! — Deixei de ser o blog. Sophia diz segundos depois pra nós.
— E eu já deixei a um tempão. Ranger confessa, repugnantemente.
— Eu nunca se quer visitei esse blog. Digo em meio a tantos pensamentos.
— Sabiam que havia um tanto de coisas repugnantes como estás por lá? Sophia diz.
— Sério? Olívia diz meio admirada.
— Aposto que sim. Jaciel diz encolhido.
— Você deve saber melhor do que há lá ninguém? Jaciel. Falo alfinetando ele.
— Do que está falando? Ele se exalta.
— Porquê o espanto? — Esqueceu do que você fez com a Agatha, a moça transexual?
— A nossa ex colega? Sophia pergunta admiradíssima.
Olívia me cutuca com o pé e logo percebo que eu não deveria falar o que sei.
— Sério? — Aquele homem vestindo-se de mulher queria me dar o golpe?
— É uma mulher transexual! Corrijo.

Se Eu Fosse VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora