Na segunda feira.
Acordo ligeiramente tarde hoje.
E há uma indisposição total para fazer toda as coisas que faço cotidianamente.
Ir à escola parece um fardo e não sei o que me deu nesta manhã.
Sabe quando você sente que algo está a se criar negativamente mas só não sabe o quê exatamente é?
Sei lá, estou tão aborrecido, de mal humor, e um pouco impaciente com as coisas.
Essa é a segunda escova que deixo cair na privada só neste dia.
E nenhuma roupa parece me ficar tão bem.
Na verdade, nem quero ter que me vestir.
Quero dormir só mais um pouquinho.
Porquê passei à noite vendo toda a saga de Batman e devo admitir que é o maior time assistindo um filme de super-herói.
São quase 7 horas da manhã.
Levanto com uma dúzia de notificações do facebook, e como sempre, não abro elas.
Nem clico no aplicativo azul e branco.
Não gosto da dinâmica do facebook em dar às notícias irrelevantes em horário nobre.
É claro que a mesma coisa de sempre:
Michael postou uma foto nova.
Nem me dou o trabalho de abrir a foto ou ir até a página inicial da rede social.
Quem é esse tal de Michael?
E o quê eu tenho haver com sua atualizada de foto em seu perfil?
Lanner convidou-te a seguir a página "Free gays of Joanesburgo". Porquê raios eu estou recebendo uma notificação destas? Ainda mais de pessoas que eu nem lembro de ter adicionado no facebook?
Desço rapidamente às escadas, faço o meu pequeno almoço.— Acho que você está atrasado! Elton diz assim que me vê na cozinha.
— E estou sim... Olho pra ele e dou uma mordida na minha tosta.
— Bem, se você quiser, eu posso te levar até a escola. Ele sugere, gentilmente.
— Ah, tudo bem! Vejo o relógio de pulso e batem: 8:34 minutos. — De qualquer das formas eu já atrasei mesmo...
— Eu disse pra você não dormir até muito tarde ontem! Elton diz meio sério.
Ele parece tão paternal.
— Eu sei... porém acabei perdendo tempo a ver filmes. Abro um sorriso e me engasgo.
— Não é legal. Ele rebate. — E faça rápido assim eu aproveito e passo no mercado e pego algumas coisas...Um reparo:
Ele fica tão bem de terno azul claro.— E onde está minha mãe? Olho ao redor da casa.
— Ela foi até uma lojinha de roupas para bebê. Elton solta um sorriso ao revirar seus olhos castanhos escuros.
— Não é cedo demais para começar a se preocupar com às roupas do feto?
— Acho que sim. Ele arqueia os ombros e faz uma expressão hilária. — Mas deixei-a ir, pôs eu tenho poucas experiências com isto...
— Entendo. Solto um riso. — Isso tudo é tão engraçado.
— É sim. — Eu estou ansioso mas Virgínia está uma pilha de nervos.
— Isso não faz bem ao feto! Falo ao me levantar até ao lava-louças.
— Não faz mesmo... — Entretanto, Jo, não chame de feto ao bebê.
Mas ele ainda é um feto! Ou é um feijão preto?
— Mas ainda é um... Travo um rir. — Ok, eu não vou chamá-lo mais de fet...
— Melhor nós irmos. Ele se ri, retrucando.Quando Elton me deixa até ao portão de Wellington, entro à escola.
E o dia parece tão comum, como qualquer outro.
O mesmo parque de estacionamento cheio, pessoas conversando na entrada da escola e outros fingindo que estão preocupados com o calendário trimestral.
Todos os postes estão colados aí a mais de 3 semanas e ainda a muita gente em volta da moldura; lendo o mesmo de sempre.
O corredor parece mais lotado hoje.
À medida que entro e passo entre o mar de pessoas, sinto olhares carregados em minha direção, há pessoas realmente olhando para mim e cochichando sobre mim.
Outros riem assim que erguem o olhar até mim e de imediato sinto-me dentro de uma espécie de caixa vidrada e sendo observado por toda a gente.
Me sinto que nem a Selena Gomez na cena de "Bad Liar" em que ela anda entre todas as pessoas no corredor de sua escola.
Agora a música me parece ruim.
Que merda as pessoas tomaram hoje?
Reparo em minha roupa e não vejo algo digno de tanta múrmuros.
Minha mochila e tênis estão normais e são os mesmos de sempre.
Uso a mesma mochila desde que fiz o 10ª ano e ninguém nunca comentou nada.
Não sou o único rapaz negro nesta escola e não acredito que estejam a olhar para mim por ter uma cor de pele diferente.
Seria absolutamente patético.
Ninguém aqui é racista, não publicamente.
E por lógica, isso nem seria taxado como racismo de facto.
Na verdade, Wellington é uma escola que nada é tão digno de comentários se tiver a haver com um mero estudante.
Ninguém conta sobre você de verdade e só falam sobre você se houver um assunto tão digno de piadas preconceituosas.
Como o dos professores se envolvendo e há também sobre as fofocas do blog da escola que não credibilidade alguma.
Encolho os braços e tenho uma sensação de ter cometido um crime bárbaro.
Como se eu estivesse passando pelo vale de julgamentos, sendo reprimido por algo.
Chego rapidamente até meu armário e não há nada, suspiro de alívio, até um rapaz do clube de basquetebol do 9ª ano passar suas mãos em minhas nádegas, vulgarmente.
E pisca-me o olho e sussurra algo como:
Veado gostoso! Ou Veado gorduroso.
Não sei, não ouvi claramente.
É tudo tão rápido e desconfortável que só noto após segundos dele sair correndo.
Mas não é muito relevante o que ele falou completamente para mim pôs o acto é mais assustador do que à frase em si.
E me assusto, no momento parece até meio irreal, porém, quando me dou conta todos viram a ação dele e se põe à gargalhar.
Fico totalmente sem ação e há uma coisa diferente no olhar das pessoas à volta.
Como se elas não tivessem algum respeito sobre mim. — O que aconteceu?
Observo à situação imóvel quando Ranger surge ao meio das pessoas e me puxa pelo braço e me carrega até o outro lado.
E no mesmo momento sei que algo está fora do normal.
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Se Eu Fosse Você
RomansaJonathan é um adolescente não assumidamente Queer, que vive na cidade de Jonesborgo, que vê sua vida virar de cabeça pra baixo apôs se apaixonar por seu colega do ensino médio, Raphael, que aparentemente é heterossexual e isso afeta bastante a relaç...