Capítulo 50🌈

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E assim, na vida acontece as coisas, estou tentando resolver tudo e mesmo que eu e ele não voltarmos a ficar juntos, eu sempre o amarei verdadeiramente, e puramente. Por isso, preciso solucionar o maldito estrago que foi causado desde a publicação daquele vídeo. Tenho este todo sentimento de culpa por amar ele, simplesmente por isso, e não por qualquer outra coisa. E mesmo que isso tudo significa um fim para nós, eu não me arrependo de nada do que eu vivi com ele, jamais apagaria tudo isto. E se pudesse faria tudo novamente, com a mesma intensidade, paixão e força de vontade de amar.

Passo o meu fim-de-semana analisando tudo a minha volta, tomando café e torrada no quarto, escrevendo cartas de texto na escrivaninha do meu quarto, cartas estas que contém todas as palavras que não consigo dizer pessoalmente para ele, que não tenho coragem para entregar para o único destinatário, RAPHAEL. Os melhores dias do ano se tornam sombrios, vagos, tristes e um quanto sufocantes. E é como se nada mais tivesse algum sentido, as músicas, os filmes e poemas românticos não me causam qualquer reação positiva ou se quer me emociono ao ouvir as melhores canções de Taylor Swift.
É o sinal que estou ficando fraco e cansado de lutar por uma resposta positiva.
Dizem que a luz sempre surge no final do túnel, mas aqui, está tudo muito negro demais.
Como se apagam memorias, sentimentos e emoções vivas que ainda estão tão avivadas dentro de mim? Eu não consigo dizer "adeus", sou um péssimo perdedor. Mas que seja, eu não sou insensível a tudo isso... Estou devastado completamente.

— O que se passe Jonathan? Pergunta Yago ao me ver sentado no jardim, no quintal de casa.
— Não foi nada, se afasta! Digo em meios de um estresse terrível.
— Porque está agindo assim desde sexta-feira? Insistiu ele, se sentando perto de mim.
— Algumas coisas pessoais. Falo seriamente. — Você não precisa saber...
— Mas eu quero mesmo saber, tentar ajudar em algo.

Ele não pode me ajudar.
Acho que ninguém pode fazer isso por mim.

— Não é necessário, Yago. — Eu não quero ter que contar mais nada para ninguém.
— Eu sou "ninguém". Ele diz amenamente.

Se eu não o conhecesse diria que a sua gentileza é um dom.
Mas não, Yago é um cara ruim, ainda mais sobre seu papel como irmão mais velho.
O que ele saberia me dizer sobre meu ex relacionamento com Raphael? Ou sobre todos os meus pensamentos melancólicos? Se ele é um cara cheio de preconceitos e que ainda tem fragmentos de homofobia em seu ser interior.
Eu não quero confiar totalmente nele. Não consigo facilmente fazer com que ele saiba tudo sobre mim e o Raphael.

— Para com isto! você não é assim, manso, atencioso e nunca gostou de me entender. — O que devo lhe contar?
— Você tem razão em muita coisa... Ele murcha totalmente.

Yago sabe que tenho razão em agir assim. Ele não pode me culpar por afastar ele da minha vida.

— Então? eu sei que tenho, você não precisa fazer isto.
— Eu mudei, mesmo que pouco, estou tentando te entender mais, e a todos que amo e que sempre estiveram certo sobre tudo.
— Como podes ter mudado? Seu jeito e suas palavras soam falsos... Eu sinto que não devo confiar.
— Ok, me desculpa, por não parecer tão convivente, eu estou melhorando paulatinamente.
— Espero que seja verdade, mas a que se deve? Olho para ele fixamente.

E verdadeiramente, agora, ele parece tão real e convicto das suas palavras, digno de piedade e credibilidade. Seus olhos têm um brilho puro quando me olham.

— Desde o tempo em que fui para a academia militar e me afastei de vocês, eu senti na pele o que é ser destratado, incompreendido e ridicularizado por algum aspecto fisiológico, social ou psicológico. — As pessoas conseguem ser mesmo ruins.
— Sempre é assim, as vezes precisamos passar pela dor de alguém para entender o que de facto significa. Falo cabisbaixo.
— Empatia. Ele resume.
— Sim, isso.
— Estou cansado de parecer mal com você, por seres quem és. — Eu queria pedir perdão por tudo aquilo de meses atrás.
— Isso realmente é um começo de aceitação e mudança? Observo seu rosto fechado.
— Talvez seja maior que isto tudo, quero tentar ser alguém melhor em tudo. — Um bom filho, irmão e pessoa no geral.
— Sinto que isto tudo é algo promissor. — Eu te desculpo por isso... mesmo que ainda é muito cedo para tirar conclusões sobre seu carácter, Yago.
— Eu sei, Jonathan. — Mas eu terei muito tempo para me corrigir.
— Nunca é tarde para recomeçar! Falo animado.
— Agora estou tão envergonhado por tudo que disse e fiz no passado, eu quero apagar isso...
— E vejo que estás tentando apagar. — Então, esta ok.
— Jonathan, estamos bem mesmo? Ele me olha perdido e duvidoso.
— Acredito que sim, Yago. Abro um sorriso simpático para ele.
— Ok, então, você pode me abraçar? Ele se ajeita abrindo os braços e alargando os ombros.
— Acho que sim, não vejo mal nisso. Me ajeito e o abraço fortemente e acabo por me envolver mais e agora acho isso a coisa mais gostosa na vida.

Se Eu Fosse VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora