E lá vamos nós...
Quando conduzo o Raphael para o meu quarto fico em parte com uma mente tão libertina e depravada no que concerne a pensamentos que me remete a desejar por à boca aonde não deveria.
Mas isso logo passa quando vejo o estado bagunceado do meu quarto, um tanto de peças de roupas limpas ao chão, perfumes e papéis de rebuçados de menta.
Raphael finge não reparar na pequena desarrumação quando entra no quarto e se senta perto da escrivaninha.
Abro um sorriso coçando à cabeça, quando tento dar um sumiço nas coisas com o pé.— Eu nem sabia que isso estava aqui. Pego uma camiseta no chão, envergonhado.
— Ah ok. Ele engole um riso. — É só você dormindo neste quarto?
— Sim. — Yago, o meu irmão, tinha o seu próprio quarto. Aponto no lado direito do quarto.
— E cadê ele? Ele puxa conversa.
— Bem, numa academia militar. Falo meio pra baixo. — Ele já não vive mais aqui.
— Houve problemas? Raphael pergunta assim que sento perto da cama.
— Muitos! Pestanejo fortemente. — Mas você nem vai querer saber. — Você é um cara cheio de sorte Raphael.
— Porquê? Ele se inclina pra mim.Não gosto de como estamos indo.
Mas preciso continuar...— És lindo, talentoso, inteligente e ainda tens a uma família incrível. Falo pra ele.
— Você acha que sou tudo isso? Ele se enrubesce rapidamente. — Obrigado!
— Eu sei que é sim. Pisco para ele.
— Mas minha família não é exatamente incrível. Ele suspira. — Minha mãe é tão incompreensível, Anna é barulhenta e o meu pai... esta sempre viajando.
— Te entendo perfeitamente. Fico com uma expressão empática.
— As vezes o convívio lá fica um quanto insuportável. Ele se contrai na cadeira.
— E eles sabem? Travo. — Sobre você ser gay?
— Não! Ele parece se incomodar com a minha pergunta. — Ninguém sabe ou se quer desconfia.
— E... você já quis falar sobre isso com eles alguma vez? Invado o seu interior.
— Não, não consigo. Ele suspira e sua cara reflete insegurança e pavor. — Eles nunca iriam me perdoar.
— Porquê eles teriam que te perdoar? — Você não está cometendo um erro! Falo e fico triste com a situação.
— Eu sei. Ele gagueja. — Só que isso não é algo fácil de aceitar, para ninguém.
— Meus pais me aceitaram. Conto pra ele e vejo que minhas palavras não o afectam.
— É diferente. — A minha família é um quanto antiquada demais. — Eu não sei se eles me aceitariam, como os seus.
— Talvez, após você... dizer... para eles, com o tempo eles venham à entender você.
— Não, eles não vão, eu sei. Diz tenso.
— Por isso é que você não quer que ninguém saiba sobre nós? Falo sem cautela.
— Sim. Assume triste. — As pessoas estão cheias de preconceitos, ideologias que vão certamente nos machucar.Raphael está tentando me proteger, e a si também, de todo o mal tóxico.
De todas as flechas que possam surgir da sociedade.
Talvez ele não seja só um covarde como também um cara cauteloso, e medroso.
Mas eu não o pressiono.
Me coloco no lugar dele e fico meio com as mãos atadas.
Eu mesmo passei por algo semelhante por um momento, quando a minha mãe sabia que era gay assumidamente.
Sair do armário é um acto de valentia e fé de si próprio.
Não sou eu que vai pressionar ele a fazer algo da qual não está preparado para fazer.
Mas eu não me importo se as pessoas as minha volta souberem que sou gay e que estou namorando Raphael.
Amigos, colegas, vizinhança e o resto do mundo à minha volta já não me assusta.
Não quero ter que me esconder o resto da minha vida com medo do que as pessoas vão dizer ou pensar ao meu respeito.
Amo o facto de ter o apoio de meus pais e se não tivesse eloquência.
Sou a única pessoa que Raphael tem agora para confiar, amar e expressar seus medos sem nenhum tipo de julgamentos.— Pelo menos você tem à mim, Raphael. Digo pra ele assim que vejo seu rosto triste.
— Eu sei. Ele se achega até mim. — Você é uma excelente pessoa.
— Você também é. Afirmo a ele quando o vejo sentar comigo na cama.
— Jonathan? Ele me encara fixamente.
— Sim, Raphael? Falo meio estático.
— Estamos juntos? Ele questiona pegando em minha mão direita.
— Eu estou com você! Afirmo pra ele.
— Não exatamente assim... Ele trava. — É que, podemos ser mais, se você quiser.
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Se Eu Fosse Você
RomansaJonathan é um adolescente não assumidamente Queer, que vive na cidade de Jonesborgo, que vê sua vida virar de cabeça pra baixo apôs se apaixonar por seu colega do ensino médio, Raphael, que aparentemente é heterossexual e isso afeta bastante a relaç...