Capítulo 32🌈

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E lá vamos nós...
Quando conduzo o Raphael para o meu quarto fico em parte com uma mente tão libertina e depravada no que concerne a pensamentos que me remete a desejar por à boca aonde não deveria.
Mas isso logo passa quando vejo o estado bagunceado do meu quarto, um tanto de peças de roupas limpas ao chão, perfumes e papéis de rebuçados de menta.
Raphael finge não reparar na pequena desarrumação quando entra no quarto e se senta perto da escrivaninha.
Abro um sorriso coçando à cabeça, quando tento dar um sumiço nas coisas com o pé.

— Eu nem sabia que isso estava aqui. Pego uma camiseta no chão, envergonhado.
— Ah ok. Ele engole um riso. — É só você dormindo neste quarto?
— Sim. — Yago, o meu irmão, tinha o seu próprio quarto. Aponto no lado direito do quarto.
— E cadê ele? Ele puxa conversa.
— Bem, numa academia militar. Falo meio pra baixo. — Ele já não vive mais aqui.
— Houve problemas? Raphael pergunta assim que sento perto da cama.
— Muitos! Pestanejo fortemente. — Mas você nem vai querer saber. — Você é um cara cheio de sorte Raphael.
— Porquê? Ele se inclina pra mim.

Não gosto de como estamos indo.
Mas preciso continuar...

— És lindo, talentoso, inteligente e ainda tens a uma família incrível. Falo pra ele.
— Você acha que sou tudo isso? Ele se enrubesce rapidamente. — Obrigado!
— Eu sei que é sim. Pisco para ele.
— Mas minha família não é exatamente incrível. Ele suspira. — Minha mãe é tão incompreensível, Anna é barulhenta e o meu pai... esta sempre viajando.
— Te entendo perfeitamente. Fico com uma expressão empática.
— As vezes o convívio lá fica um quanto insuportável. Ele se contrai na cadeira.
— E eles sabem? Travo. — Sobre você ser gay?
— Não! Ele parece se incomodar com a minha pergunta. — Ninguém sabe ou se quer desconfia.
— E... você já quis falar sobre isso com eles alguma vez? Invado o seu interior.
— Não, não consigo. Ele suspira e sua cara reflete insegurança e pavor. — Eles nunca iriam me perdoar.
— Porquê eles teriam que te perdoar? — Você não está cometendo um erro! Falo e fico triste com a situação.
— Eu sei. Ele gagueja. — Só que isso não é algo fácil de aceitar, para ninguém.
— Meus pais me aceitaram. Conto pra ele e vejo que minhas palavras não o afectam.
— É diferente. — A minha família é um quanto antiquada demais. — Eu não sei se eles me aceitariam, como os seus.
— Talvez, após você... dizer... para eles, com o tempo eles venham à entender você.
— Não, eles não vão, eu sei. Diz tenso.
— Por isso é que você não quer que ninguém saiba sobre nós? Falo sem cautela.
— Sim. Assume triste. — As pessoas estão cheias de preconceitos, ideologias que vão certamente nos machucar.

Raphael está tentando me proteger, e a si também, de todo o mal tóxico.
De todas as flechas que possam surgir da sociedade.
Talvez ele não seja só um covarde como também um cara cauteloso, e medroso.
Mas eu não o pressiono.
Me coloco no lugar dele e fico meio com as mãos atadas.
Eu mesmo passei por algo semelhante por um momento, quando a minha mãe sabia que era gay assumidamente.
Sair do armário é um acto de valentia e fé de si próprio.
Não sou eu que vai pressionar ele a fazer algo da qual não está preparado para fazer.
Mas eu não me importo se as pessoas as minha volta souberem que sou gay e que estou namorando Raphael.
Amigos, colegas, vizinhança e o resto do mundo à minha volta já não me assusta.
Não quero ter que me esconder o resto da minha vida com medo do que as pessoas vão dizer ou pensar ao meu respeito.
Amo o facto de ter o apoio de meus pais e se não tivesse eloquência.
Sou a única pessoa que Raphael tem agora para confiar, amar e expressar seus medos sem nenhum tipo de julgamentos.

— Pelo menos você tem à mim, Raphael. Digo pra ele assim que vejo seu rosto triste.
— Eu sei. Ele se achega até mim. — Você é uma excelente pessoa.
— Você também é. Afirmo a ele quando o vejo sentar comigo na cama.
— Jonathan? Ele me encara fixamente.
— Sim, Raphael? Falo meio estático.
— Estamos juntos? Ele questiona pegando em minha mão direita.
— Eu estou com você! Afirmo pra ele.
— Não exatamente assim... Ele trava. — É que, podemos ser mais, se você quiser.

Se Eu Fosse VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora