Capítulo 30🌈

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Sabe o que?
Situações como essas de filmes clichês só acontecem uma vez na vida.
Sempre sonhei em esbarrar com um rapaz e deixar cair meus cadernos e nós, juntos, baixarmos para pegar os materiais e por um leve descuido tocar nas mãos um dos outro e criar um clima romântico.
Parece meio ridículo e utópico mas era isso que a minha mente adolescente idealizou a vida toda.
Mas esta de hoje não é o que eu sonhei pra mim, parece que o destino não é aleatório e que está complicando cada vez mais as coisas com o Raphael.
E eu aqui, deitado no chão, com Ranger na maior farfalhices, deve dar uma impressão destorcida da realidade.
Digo — É óbvio que o Raphael irá supor que eu estou ficando com o Ranger, que não é verdade, e vendo por minha ótica é um disparate totalmente descabido.

— Ah me desculpe, eu não quis vos... interromper. Raphael diz meio perplexo na porta.
— O quê? Ranger solta um riso seco.
— Você não está interrompendo nada, até porquê não houve nada. Me explico muito desajeitado.
— Jonathan, está tudo bem... eu só vim pra chamar o Malagueta. Ele esclarece.
— Ele não está cá, deve estar algures pelo andar de cima. Digo meio nervoso.
— Ah... entendo. Raphael torce os lábios meio incomodado.
— Há algum problema? Perguntei à ele,
me aproximando dele.
— Jake está brindando com todos lá numa cobertura no andar de cima, e eu só quis chamar o... esquece! Ele diz meio tenso e vejo sua expressão mudar friamente.
— Ele não está, mas assim que ele chegar eu direi pra ir ao seu encontro. Ranger diz rapidamente.
— Já agora... Meus parabéns, pela vitória no jogo de hoje. Digo pra o Raphael, cortando o clima embaraçoso.
— Valeu, Jonathan. Ele abre um sorriso meio sem vontade.

Certamente ele já deve ter ouvido milhares de parabéns por hoje que começa a lhe enjoar.

— Foi um jogo incrível. Ranger acrescenta, se ajeitando na cama. — Espero que o time vença a final.
— Você está dormindo aqui também? Raphael pergunta pra Ranger, meio intrigado.
— Sim. — Três, eu sei, é demais! Ranger ri e coça à cabeça me olhando estranho.
— Ranger? Não é? Raphael olha torto pra o Ranger, e por uns segundos o clima fica incompreendido para mim.
— Sim, acho que já nos conhecíamos. Ranger se aproxima para dar às mãos e logo desiste quando vê a expressão facial que Raphael faz.
— Acho que não...
— Ah, não? — Talvez seja porquê Jonathan fala o tempo todo sobre você. Ranger diz a todo gás, sem analisar.
Que droga você está falando, Ranger?
— Sério? Raphael me olha e depois volta olhar o Ranger. — Do que ele falou?
— Vejamos... Ranger me olha e eu fuzilo com um olhar tenebroso.
— O quê há? Raphael me olha turvo. — Tens falado?
— Claro, às vezes eu falo, mas não com muita frequência. Dou uma olhada no Ranger e ele fica todo tremido.
— Ah, tudo bem... — Com tudo, obrigado e me desculpem se atrapalhei vocês. Ele se afasta da porta meio sem jeito e some de nossas vista rapidamente.

Sinto como se me atirassem água fresca e meu corpo todo estivesse entrando em um tipo de falência motora, pôs estou suando, quase nem respiro e sinto uma vergonha do tamanho de milhares de asteroides.
Fico com a impressão que algo emocional e muito sentimental se passou por aqui e só não verbalizamos, pôs não saberíamos por onde começar a falar.
Sinto uma necessidade absurda de explicar ao Raphael que eu e Ranger não estamos se pegando, hoje e nem nunca.
Quero seguir-lo e dizer para não pensar em nada de anormal sobre mim e Ranger.
Que somos só amigos e que eu só tenho os olhos para ele e que nenhum garoto em toda terra me atrai mais que ele.
Por outro lado, vejo que Raphael estava em choque, talvez enciumado ou algo do tipo, ou seja só minha mente se sentindo suja de algo que nem aconteceu.

— Você quase expôs os meus sentimentos para o Raphael. — Que loucura! Falo ao trancar a porta.
— Me desculpa aí, me perdi nas falas. Ele ri e leva a mão a cabeça.
— Que situação estranha, não é? Digo após fechar as janelas.
— Muitíssimo estranha. Ranger diz. — É só impressão minha ou ele ficou meio que enciumado? Ranger dispara sentando na cama.
— Você acha? Levo o dedo a boca. — Mas eu não percebi nada incomum.
— Você viu a cara de espanto que ele fez? E a forma como agiu meio tenso comigo?
— Talvez ele esteja só espantado por nós ver, daquela forma... — Porquê ele faria ciúmes de mim?
— Talvez porque ele também sente algo por você, só não consegue dizer. Ranger analisa.
— Você acha? Falo virando o rosto para varanda meio pensativo.
— Eu realmente achei. — Talvez seja isso mesmo que estou pensando.
— Oii! Diz Malagueta após entrar no quarto.
— Falaremos disto mais tarde. Ranger fala pra mim após ver o Malagueta entrar.
— Olá. Respondo ao olhar para ele.
— Ainda bem que chegaste... Ranger diz pra Malagueta que não mal o da atenção.
— O quê foi? — Estou apresado. Malagueta diz ao procurar alguma peça de roupa na sua mochila.
— Vai ter com Jake. Ranger diz para ele.
— É para a comemoração! Eu sei, o pessoal da turma está lá me esperando. — Vocês não vão?
— Eu vou. Ranger responde e se põe em prontidão para sair.
— E você, Jonathan? Malagueta diz ao me olhar.
— Eu... Tento responder mas sou interrompido pelo tocar do telefone.

Se Eu Fosse VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora