Capítulo 28🌈

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Quando o jogo está pela metade, em que a equipa adversária está ganhando por uma margem de: 67 pontos vs 61 pontos, há um numeroso actos de substituição da parte da nossa equipe, digo: equipa de Well School.
Ranger finalmente chega, mas fica perdido no parque de estacionamento com Sasha já que nenhum deles conhece a arquitetura.
Sophie se ofereceu a ir buscar-los até nós.
E eu mal posso acompanhar-lá pôs o jogo parece ficar tenso demais.
Quase nem pestanejo, respiro ou olho pra o  lado quando Ranger e Sasha chegam perto de nós, nos acentos.
Raphael saiu antes da segunda parte e eu fiquei literalmente indignado pôs eu vi o quão ele estava jogando incrivelmente bem, sem favoritismo, ele foi o máximo.
Que treinador mais confuso e sem noção, é óbvio que é uma péssima ação substituir o Raphael, agora, no meio do jogo.
O jogo parece ficar ainda mais difícil e frio para a nossa equipe, quando o Efraim se enfurece e entra numa troca de palavras com um jogador adversário, de número 22, um tal de George Patrick.
Por uns tantos segundos ele falam coisas um pra o outro, até o instante que o Efraim mostra o dedo do meio pra ele e grita algo como: "vai se lixar, seu..."  o resto eu não consigo ouvir. Mas consigo ver quando o Efraim vai até ao encontro do tal George e mesmo sendo travado por uns 3 jogadores adversários, ele parte para cima do George e da um murro brutal no nariz do jovem e logo, que ele cai ao chão, se instala um alvoroço violento em que 5 dos jogadores adversários agridem Efraim violentamente, antes mesmo da equipe de árbitros chegar e os rapazes de Well School pra o proteger.

— O quê está acontecendo? Ranger me cutuca na nuca, por trás de mim.
— Não sei, exatamente. — É uma briga.
— Por Deus! — Efraim não consegue ficar longe de brigas, que moço rude. Olívia diz mas logo se enrijece pôs vê Sasha bem atrás de si.
— Me desculpa aí, Sasha. — Sei que ele é o seu irmão mas não dá...
— Eu entendo. Ela ri sem graça. — La em casa ele é assim, meio brutal. Ela esfrega as mãos, envergonhada.
— Aqui não é em casa. — Lamento mas ele acabou de perder a oportunidade de levar nosso time a vitória. Digo pra ela em meio nervoso e preocupado.
— Alguém prenda esse homem! Um moço estranho grita da arquibancada.
— O quê será que ira acontecer? Ranger se inclina para enxergar o Efraim a ser expulso do campo.
— Não pior da hipóteses, ser preso. Digo frustrado.
— Que vergonha! Ranger põe as mãos na cara após ver os adeptos vaiando Efraim e os jogadores de Well School.
— O clima ficou tenso. — Preciso ir. Sasha se levanta e anda até à porta de saída.
— Onde você vai, Sasha? Ranger grita pra ela, após a ver caminhar.
— Ver o meu irmão, óbvio, não é? Ela responde com um olhar furioso e triste ao mesmo tempo.
— Eu vou com você... Ranger sai de perto de nós e segui Sasha que desaparece de nós
— Isso é digno de uma matéria no blog. Olívia ri após começar a filmar tudo.
— Sério? — O quê vai fazer? Perguntei a ela meio indignado.
— Vou enviar pra o blog, talvez ganhe uma proporção estrondosa. Ela ri, debochando.
— Isso já é constrangedor demais ao vivo e é certo que não precisamos de rever nada.
— Ok. Ela se senta. — Já consegui o que eu quis. Olívia desliga o telefone.
— Jaciel está no meio disto, não te aflige?
— Por ele está sendo vaiado junto com os outros rapazes?
— Exatamente. Falo procurando ver Jaciel e Raphael, mas eles estão fora do campo.
— Jaciel não fez nada. — Efraim sim. Ela diz meio na defensiva.
— E eu sei. — Mas acha que ele vai querer ver um vídeo nada animador? — Em que ele s sua equipe estão sendo insultados?
— Não sei. Ela coça os olhos, friamente.
Venho Sophie chegando do fundo.
— Por onde você estava? Olívia pergunta pra ela, assim que ela chega perto.
— Eu fui ver tudo de perto. Ela ri meio energética. — Efraim foi levado para uma delegacia, e está suspenso de jogar hoje.
— Caramba! Olívia leva a mão a boca.
— O quê aconteceu de fato? Perguntei a Sophie, já que deverá ter ouvido algo.
— Supostamente o George, já agora, um gato... Ela trava. — Deu uma cotovelada a olho esquerdo de Efraim...
— E por isso eles brigaram? Questiono-a incrédulo.
— ...Aí acredito que Efraim deve ter dito algo de muito ruim para o George.
— Do tipo: vai se lixar e tal? Perguntei.
— Não. — Algo racista e xenofóbico. Ela argumenta.
— E como sabe de tudo isso? Perguntei a ela, desconfiado.
— Eu estava perto do balneário deles, ouvi tudinho. Se ri alto, olhando ao seu redor.
— Então, não haverá mais jogo? Digo um pouco alto pôs a multidão faz um barulho irritante.
— Isso eu não pude saber. — Parece que não é uma decisão de Well School e sim da organização do campeonato. Disse Sophie.
— Ouvi dizer que os selecionadores de grandes equipes de NBA estariam por cá. Olívia afirma, observando a multidão.
— E se assim o for, já era a grande chance de Well School de vencer. Sophie comenta.
— Não acho justo! — Não se pode pagar pelo erro de uma pessoa. Afirmo triste.
— Efraim representa o time de nossa escola sendo Point Grand. — É óbvio que se penalizará todos, de alguma forma. Olívia explana, um pouco desconfortável.
— Isso se ele continuar sendo o Armador principal da equipe... Digo por alto.
— Exatamente. Sophie da um sorriso sarcástico para mim.

Nos 30 minutos seguintes, à quadra está vazia e nenhuma das equipes se faz mais presente, jogando, por agora.
Deverão estar tentando achar uma forma de tudo isso não se problematizar muito.
Sou um misto de emoções: nostalgia, raiva, empatia e ansiedade.
Após um tempo de espera insuportável há um grupo de cantores amadores atuando na quadra, na intenção de roubar tempo até o jogo retomar, acredito eu.
É um trio de rapazes, fazendo playback de uma música de One Direction.
E pela forma em palco deles devem estar aí não por livre espontânea vontade.
Mas eles são animadores o suficiente para fazerem os torcedores se acalmar, cantar, e pedir por mais.
E quando eles cantam a terceira música, já não há sinal de raiva, indignação e revolta  nos olhos de todas as pessoas por aqui.
E por segundos deixei de pensar no jogo, no estado emocional e psíquico do Raphael  e apenas me deixo levar pela música.
Sei que eles irão voltar a jogar, e ganharão essa partida, eu acredito fielmente nisso, como se eu pudesse prever o futuro.
Depois do cantos e regozijos, há um homem de uns 35 anos, alto, negro, que entra no palco e pega o microfone das mãos do trio de rapazes e pede atenção de todos no local e começa a fazer uma análise.
Suponho que já jogou basquetebol algum tempo de sua juventude, pela sua postura de jogador de basquete.
Seu rosto é familiar, de algum lugar.
Parece ser alguém muito importante pôs quando ele da as suas saudações, todos entram em delírios de gritos e aplausos que perduram por uns 45 segundos.
Uns levantam-se, filmam e gritam o seu nome fervorosamente.

— Não é o Denzel Washington, pôs não? Perguntei pra Olívia que aplaude, feliz.
— Claro que não. Ela abana a cabeça. — Este é o Kobe Bryant!
— O jogador de basquete? Perguntei lerdo rebuscado todas as memórias que tenho ao respeito dele.
— Sim, tem mais outro? Ela se inclina me vendo, perdido.
— Acho que não. Desvio o olhar dela.
— É um grande desportista. — Ele está na NBA, jogando para os Los Angeles Lakers.
— Que incrível. — Ele deve ser muito rico.
— Mutíssimo. — Meu pai disse que ele é um dos negros mais bem pagos no desporto
— Seu pai deve saber muito sobre ele. Dou um riso, e vejo os torcedores se silenciar.
— Um pouco só. Ela se ri também.
— Ele veio do Estados Unidos pra cá, pra ver um jogo de amadores? Sophie se intriga e isso me faz rir um pouquinho mais.
— Talvez ele esteja procurando um novo rapaz para brilhar no exterior. Olívia comenta, meio convicta.
— Ou só não tinha nada pra fazer. — Por ter saído de sua mansão em Los Angeles até uma ilha do Caribe, para ver uma trapalhada. Sophie se irrita.
— Talvez nada está perdido. Digo pra elas.
— Jaciel disse que ele é um olho de águia, a procura de uma nova estrela em ascensão, mas depois do episódio de hoje, não sei se ele irá querer investir em alguém de cá.

Ficamos atento quando o Kobe conta o seu testemunho de superação até jogar para as grandes equipes internacionais da NBA.
De quantas vezes levou "não" das pessoas e que várias vezes foi excluído do meio pôs é um homem negro.
Suas palavras me invadem e deixam-me sensível demais. Me identifico com as suas últimas frases: "Quando se é negro, tudo tem que ser feito duas vezes mais".
Ele pede desculpas em nome das pessoas que organizaram o campeonato e diz que as vezes é normal brigar, que é difícil agir o tempo todo serenamente, ainda mais sobre enorme pressão das pessoas à volta.
Assume seu papel de orador como mestre e faz soltar gargalhadas das pessoas.
E fala tudo que queremos ouvir no dia de hoje: "O jogo ainda não terminou".
Sua frase é tão penetrante que sinto um misto de grandes emoções fortes.
E não sou eu apenas, todos, aplaudem e se alegram.

Se Eu Fosse VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora