Capítulo 53🌈

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Quando estamos dentro do carro, perto de sul da cidade, na zona suburbana de Jonesboro, a princípio sem um rumo definido, Raphael liga o rádio em uma qualquer estação radiofónica para quebrar o silêncio que há e descontrair, posteriormente pede-me que eu desligue o meu telemóvel, assim como ele também o fez, para que não nos incomodacem em momento algum, durante a nossa atrevida odisseia.
Ele segura a minha mão firmemente e faz contacto visual o tempo todo, pra se garantir que está tudo bem comigo, seus olhos brilham e notasse que há bastante alegria e excitação de estar aqui comigo, em liberdade, de tudo o que uma hora atrás o privava de ficar perto de mim, em conforto interno consigo mesmo.
Abro o meu melhor sorriso e beijo a sua mão direita, enquanto a outra se orienta pegando o volante do carro.
Demora cerca de meia hora, para nós chegarmos a um resort na avenida Dumont  km 25, a zona mais pacífica, paradisíaca e escondida da cidade.
Eu reconheço o lugar quando desço, pós já estive aqui antes, com a minha mãe, quando íamos acampar numa atividade de verão.
Há alguns carros no parque de estacionamento, que mais parece uma espécie de quintal abandonado.
Cá fora, o clima é bastante quente, é a atmosfera mais instável que conheço.
E cá estamos, em pé, a frente do que é um motel, de mãos dadas, olhando pra um ponto aleatório simultaneamente, como se estivessemos incrédulos do que juntos fizemos ou onde chegamos com nossa viagem.

— Parece que é aqui onde estaremos hoje, Jonathan. Raphael abre um riso e pisca pra mim.
— Eu gosto do lugar. Digo feliz vendo tudo a minha volta.
— Acho que é o que o meu dinheiro me permite... — Podemos deixar a ida a Paris para um futuro não tão distante.
— Isto não é um problema! Falo para ele calmamente.
— Ok, não é um hotel 5 estrelas. Ele se ri abrindo as mãos.

Solto um sorriso.
Não pela fala em si, mas como Ralph mostra a sua humildade.
É meio engraçadinho as vezes.
Mas realmente não me importo se nós estamos em um subúrbio ou se nós dormimos no entre edredom macios de um hotel no Dubai ou em Paris.
Parece fantasioso demais, mas não é só papo romântico de casal.
Verdadeiramente estou alegre só por ter ele aqui comigo.

— Não me importava nada em ficar ao relento hoje, desde que você esteja comigo. Ele me encara alegre.
— O quê?! Abro um riso. — És tão querido, Raphael.
— Acho que nós merecemos este momento... — Bem longe de tudo, das nossas amizades, familiares e todas outras pessoas.
— Podemos nos esconder aqui o resto da semana, dos próximos meses! Falo no tom mais comíco.
— Isso seria incrível. — Sabe, não sei se é o mesmo contigo, mas... Eu não tenho a menor pretenção de voltar pra casa dos meus pais.
— Eu percebi, mas uma hora nós precisaremos regressar, não podemos fugir dos nossos problemas para sempre.
— Sim, tens razão. Raphael concorda tenso.
Vejo a expressão facial dele mudar, de um semblante radiante, para um bem tenso.
— Eí, o que foi?
— Sei que devemos voltar. Ele acena com a cabeça. — Mas é melhor estar aqui do que em casa.
— Sim. Abano a cabeça pensativo.

Aí, Raphael respira fundo, e segura a minha mão e juntos entramos no motel.
Lá dentro, nos dirigimos a recepção e avistamos um jovem recepcionista de fato encarnado e um sorriso aberto, e logo, Raphael se aproxima para falar c om o homem de aproximadamente 35 anos de idade.
Fico ligeiramente a uma distância de 5 passos dele, do Raphael.
E estou meio que pensando como ele irá fazer para alugar uma site aqui, é que, somos dois rapazes, e não é que há uma proibição, mas, Raphael deve saber que se ficarmos em um mesmo quarto, podemos possivelmente ser vaiados ou maltratados por acharem que somos um casal homossexual, que de verdade até somos, só que, ele não deve querer que ninguém saiba. Não acho que dormimos em quartos seja uma opção na cabeça dele, não sei o que ele dirá, mas sei que não vou me aborrecer com o Raphael.

— Vou querer um quarto. Ouço Raphael dizer ao homem.
Meu coração bate acelerado.
— Para o senhor apenas? O recepcionista olha para ele e para mim em segundos rápidos.
— Não. Raphael diz. — Para mim e o meu namorado.
Oh meu paizinho do céu.
Quase desequilibro ao apoiar-me no balcão.
Raphael me chamou de namorado, e não é só isso, frente de um estranho.
Ele poderia usar qualquer adjetivo, mas não, ele não mentiu sobre quem eu sou para ele.
Isso é maior do que eu poderia processar em poucos minutos.
Tem um significado tão mágico em tudo isso de agora, não é sobre estarmos a se exibir, mas é que, a um tempo atrás, este mesmo Raphael não sabia quem era, ou sabia, mas não podia aceitar. Mas hoje, ele sabe quem é, e o meu papel em sua vida.
Ele sabe que é gay e não está mesmo escondendo isso de si próprio ou para estranhos que só veremos um dia nas nossas vidas.
Eu sei que ele agora poderia gritar pra todos ouvirem sobre como está mais confiante e orgulhoso de quem é.
A "crise gay" passou, e um novo rapaz se fez agora, totalmente ousado.
Estou tão orgulhoso por ele.

Se Eu Fosse VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora