Capitulo 7🌈

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Tenho um sonho lindo em que estou num oásis, vestido feito querubim e meu corpo brilha como ouro puro.
A natureza se contrai ao me ver passar e os animais rastejantes fogem de perto de mim.
Estou andando por um caminho lamacento mas meus pés não sujam.
Avisto um veado, não, uma ovelha. Não sei ao certo que animal é esse, seus chifres não estão visíveis pôs sua face reluz.
Mas quando me aproximo, ele ganha asas e sai voando, e isso faz meu coração quebrar e logo acordo sem perceber nada.
Me reviro na cama sobre os lençóis e sinto meu braço doer, muito, meu corpo dói.
Abro lentamente os olhos sobre a superfície e noto que não estou na minha cama, nem no meu quarto, tão pouco na minha casa.
Estou num quarto quê provavelmente seja para hóspedes sem muitos luxos.
Estou sem camisa e apenas com minhas calças jeans e meias confortáveis.
Vejo algumas molduras na parede e fotos de família, olho atento para a banca perto da cabeceira e tem um copo de água e uns tantos de antibióticos.
Olho para a janela e analiso o exterior e vejo carros e um jardim verdejante.
definitivamente não estou em minha casa.
Demoro um tempo pra encaixar as coisas.
Aí lembro-me que Raphael esteve comigo ontem, ele me salvou e trouxe-me pra sua casa.
Estava tão fraco ontem à noite depois do incidente que devo ter dormido muito, já que quase me esquecia de como vim parar aqui. Quando tento me levantar a porta se abre e Raphael entra com um tabuleiro de comida.

— Sem esforço. — Mantém-se deitado.
— Eu acho que já estou bem. Digo para ele, convencido.
— Acredito que não. Ele me ajuda sentar.
— Aí, meu braço dói um pouco!
— Posso ver? Pergunta ele pousando o tabuleiro na banca de madeira.
— Acho quê sim. Digo timidamente.

Seus braços pegam em meu ombro direito e sinto um breve arrepio confortavelmente tenso.
Apalpando delicadamente meu braço todo vejo ele me observar minuciosamente e isso me deixa tímido, excitado e envergonhado.
Meu corpo se descontrai a cada toque dele e me pergunto se ele pode sentir o mesmo. A medida que suas mãos vão descendo, o vejo respirar fundo, estamos tão perto um do outro que poderíamos nos beijar sem esforço algum.
Só de pensar que os lábios finos e rosados dele já tocaram os meus, fico loucamente inquieto, mesmo que o esse beijo tenha sido tecnicamente necessário para me salvar.
Foi tão rápido e sem emoção.
Não há vestígios de dor quando suas mãos me tocam. E agora ele faz um tipo de massagem e me pego excitado fisicamente.

— Doí? Pergunta ele me largando quando nota meu físico se estreitar.
— Já não tanto. — Obrigado.
— Não tem que agradecer. Ele me olha tão próximo que fico sem jeito de o encarar.
— Você me ajudou. — Achei que morreria naquela piscina e que...
— Eí, já passou. — Por favor, esqueça o quê aconteceu ontem.
— É, felizmente. — Muito obrigado, eu não sei como agradecer.
— Não agradeça, de verdade. — Qualquer pessoa salvaria você se pudesse.
— Não! Digo. — Ninguém me salvou antes de você chegar. — Não há mais tanta gente se arriscando por outras pessoas.
— Sim, mas... Ele fica sem graça.
— Podias ter fugido dos disparos, salvado sua pele e sem olhar pra trás. — Mas você não o fez e isso é... tão raro.
— Talvez mais ninguém tivesse te notado gritar.
— É provável. Digo me cobrindo.
— Agora, por favor, come alguma coisa.
— O quê você preparou? Pergunto vendo o tabuleiro colorido.
— Sopa de legumes. Diz ele olhando pra o prato.
— Parece-me apetitoso. Falo pegando na colher. — Muito obrigado.
— Na verdade, não fui eu quem preparou a sopa... Raphael confessa.
Ele solta um riso pegando o tabuleiro.

— E quem foi? Pergunto recebendo o tabuleiro das mãos dele.
— Minha mãe. — Foi ela quem nos ajudou quando chegamos à noite.
— Eu quase não lembrava mais. Forço as minhas memórias de ontem.
— Sim, você estava tão frágil que deixou-me preocupado.
Oh meu Deus! Raphael se preocupa comigo, talvez um pouco, mas ele se importa.
— Foi tudo tão surreal e assustador.
— Sim, foi muito confuso. — Eu não sei o quê houve por lá.
— Lembro-me de ver policiais e disparos.
— Sim provavelmente teve uma briga entre garotos lá. Diz ele se ajeitando ao meu lado.

Se Eu Fosse VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora