O dia começa literalmente agitado.
São euforias por todo lado, comida e drinks, há muita gente estranha cá em casa do que alguma vez vi na vida.
Nosso quintal não é espaçoso o suficiente pra albergar 215 pessoas, sem contar as 14 crianças e convidados não notificados.
A maioria dos convidados de minha mãe são seus amigos e colegas de serviços e um terço de nada são nossos parentes distantes que só nos vemos uma vez por ano quando há festividade ou infelicidade.
Fazia três anos que não via meus avós pôs eles vivem numa outra cidade distante mas sendo sincero eles nunca gostaram tanto de minha mãe e sua rotina anti-crista.
A ligação deles só piorou quando a minha mãe anunciou que estava namorando o Elton.
Tudo isso porquê meus avós são judeus e a minha mãe deixou de seguir à religião à uns seis anos quando simplesmente não viu mais tanta ligação com o cristianismo.
Mas isso não quer dizer que somos uma família pagã e sem princípios eclesiásticos.
A vinda de meus avós pra cá foi na maior força e troca de palavras.
Minha mãe os chamou de fariseus e eu não faço a mínima do que isso quer dizer.
Mas foi o suficiente pra os fazer vir numa tentativa talvez de provar que eles não são isso.
Por isso quase nunca vou pra sua residência e eles tão pouco veem pra cá.
Mas isto não quer dizer que os detesto, só que minha mãe deveria ser uma ponte para mim e meus avós.
Mas enfim.
Ando o jardim todo charmoso num terno branco que usei no batismo do Tio Evelin.
Está meio apertado, mas me compensa e valoriza meus ombros e pernas magras.
Na verdade, não tive tempo para escolher nada novo e extravagante.
Pouso uns seis segundos para uma foto.
Vejo alguns tios que jurava que já estavam mortos, pôs não os via a séculos.
Uns sobrinhos e primas que mal olham pra mim. Cunhadas que eu mal sabia os nomes, mas todos agem na normalidade.
Mas alguém se identifica?
Sou obrigado a cumprimentar umas trinta pessoas que agora são parte da minha família.
Ganhei primas modelos, tios fumantes e sobrinhos irritados que provavelmente já me odeiam.
Faço uma expressão feliz mais forçada que eu consigo colocar pôs minha mãe me obrigou a receber todos os convidados na porta.
Isso porquê ela esqueceu de contratar as pessoas responsáveis por esse serviço.
Por mais um pouco e eu estaria servindo as bebidas no casamento da minha mãe.— Ah, você é o Yago, não é? Uma senhora de vestido roxo pergunta-me na porta.
— Não. Sou o Jonathan. — Respondo.
— Espera... O segundo filho da Virgínia?
— É, sim. De quem mais seria?
— Eu peguei você ao colo quando nasceu.
— Sério? Me pego admirado.
— Sim. Sua mãe e eu éramos amigas na época em que ela era estudante. Relembra ela com um brilho nos olhos.
— Que estranho... Minha mãe nunca me falou desta ex amiga. Ela nunca fala das suas amigas.
— O quê? — Vai me dizer que sua mãe nunca falou de mim? — Caroline Albers?
— Eu realmente não lembro. Travo um rir
— É normal. — Ela deve ter contando sim mas você esqueceu de tão pequeno que era.
— É, Talvez. Engulo meu rir assinalando o nome da ex "amiga" de minha mãe.
— Sim. — Você é tão igual ao seu pai. Ela me repara antes de entrar.
— Espere! — Ela para e vira pra mim. — A senhorita conheceu meu pai? Tremo.
— Sim, lógico!Uma coisa é certa, meu pai foi ruim para a minha mãe mas eu só conheci essa versão a vida toda. Que ele traiu, a maltratou e se foi embora para sempre.
Não que eu duvide do minha mãe mas eu sempre senti essa grande curiosidade sobre como meu pai era, com outras pessoas, até mesmo comigo. Porquê ele traiu a minha mãe já ela era tão boa e amorosa com ele?
Não consigo entender o porquê ele foi tão mal com alguém que sempre o amou.
Sempre que falo sobre essa minha intenção de saber mais sobre meu pai, minha mãe não vê bem e raramente me diz o porquê não posso saber mais à cerca do passado.
Às vezes achava que ela só não queria mais lembrar e se magoar com as recordações, mas eu acho tão estranho que ela não me deixa saber coisas básicas sobre meu pai.
Onde morou antes, se tem um parente aqui em Joanesburgo, se deixou outros filhos ou se alguma vez escreveu cartas ou ligou para falar com ela ou comigo.
Meus avós não sabem nada, pôs eles nunca estiveram cá e meus tios mal me conhecem, quanto mais a relação social de meu pai?
Quando essa mulher assume pra mim que pareço com o meu pai é o mesmo que dizer que ela o conheceu muito perfeitamente.
Não vê? Não é o local certo, não é horário mas eu não dou a mínima.
Nem que eu tenha que ouvir as mesmas as palavras de minha mãe por outra pessoa.
Qualquer ponto já é o bastante mim.
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Se Eu Fosse Você
RomanceJonathan é um adolescente não assumidamente Queer, que vive na cidade de Jonesborgo, que vê sua vida virar de cabeça pra baixo apôs se apaixonar por seu colega do ensino médio, Raphael, que aparentemente é heterossexual e isso afeta bastante a relaç...