Capítulo 29🌈

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Quando se retoma a jogar, após uma hora e meia de espera, todos por cá rebuscam às suas energias positivas, apoiando, torcendo e às vezes, gritando após cada encestada.
Todos ficam alegres e surpreendidos com as reviravoltas dentro da quadra.
Mas o quê me deixa mesmo alegre é ver o Raphael jogando novamente, na posição de Point Grand!
Uma posição lideraria que ele jamais havia dito oportunidade de ocupar, já que, está é a posição que o Efraim habitualmente têm ocupado em todos os jogos do time.
Raphael jogava sempre como Escolta, mas Point Grand ou Armador Principal é muito mil vezes melhor que Escolta.
Point Grand é a posição mais almejada por diversos jogadores numa primeira fase de suas carreiras. É que nem a posição de um capitão em jogos de futebol.
O chamado "cérebro" da equipe, aquele que tem a incumbência de liderar e gerir as diferentes formas de defesa ofensiva.
Que maior tem domínio da bola e que trás a mesma até área de ataque.
Sei que Raphael sonhou com este instante em que ele ocuparia tal posição requerida.
Ele domina perfeitamente essa posição que nos primeiros dez minutos nosso time pula de pontos e pela primeira, desde o início do jogo, Well School está ganhando por um intervalo de 12 pontos.
87 pontos Vs 75 pontos. O placar não mente.
Todos se empenhando, defendendo, em às vezes até fazendo faltas propositadas para ter aí a oportunidade de lances livres.

— Isso nem foi falta! Digo alto, quando um adversário cai ao chão após um leve toque.
— Calma, deixemos o árbitro decidir isso, Jonathan. Olívia me toca no ombro, num tom de voz meio engraçadinha.
— Essa é a terceira vez que esse jogador de turbante laranja cai ao chão... Falo em análise.
— Ele só entrou a uns 3 minutos, não? Olívia volta a rir pra mim.
— Será? Coço à cabeça. — Mas ainda assim, não será assinalada como falta. Vejo o árbitro se aproximar.
— É impressão minha ou você está muito adepto de basquetebol? Olívia me cutuca e com aqueles olhos castanhos me observa.
— Ultimamente estou assim. Relaxo ao ver o árbitro ir se embora e jogo retomar.
— Porquê será? Ela arregala os olhos para mim, à espera de ver o caos que ficarei.
— Porque Well School está jogando, ei, se esqueceu que é o time de nossa escola?
— Não esqueci. Ela desvia o olhar. — Só que... achei que tudo isso era por alguém...
O quê? O quê ela quer dizer agora?
Não vou ceder a insinuações.
— Isso tudo? Olívia? Me fixo tenso no meu acento.
— Sei lá, não me diz que saiu apenas de casa para ir ver jogo de time de escola. É claro que tem mais algo...
— Te digo pôs. À desfaço com um olhar nada amigável.
— Sério? Ela da um riso sem graça para disfarçar sua vergonha.
— Estou aqui pelo time sim, por vocês e porque... travo e olho para Raphael. — E por não querer estar sozinho em casa.
— Acho que entendo você. Ela respira fundo. — Não estou aqui pelo Basquet.
— Eu sei... Reviro os olhos. — Jaciel, não é mesmo?
— Não, não, não! — Por você! Ela me pega no braço e nossos olhares se fixam.
— Saco! Grito após ver um enceste. — E mais um ponto somando. Lanço minhas mãos para o ar afim de contar qualquer que seja o clima romântico que houve aqui.
— Jonathan! Olívia grita rindo. — Você está doidinho?
— O quê foi? Me recuso a olhar pra ela.
— Você aplaudi-o o time errado, era um enceste da equipe de Iowa. Ela põe a mão a cara, em farfalhices.
— Ah é? Analiso o jogo atentamente. — Poxa, eu... nem vi, acho eu. Falo nervoso.
— Alguém quer salgadinhos de galinha? Sophie regressa da área de alimentação.
— Eu quero! Digo recebendo uns tantos, após uma crise de ações atrapalhadas. 
— Você sabe que é proibido comer nesta área do estádio? Olívia olha enjoada para à comida.
— Qual seria a graça se fosse liberal? Falo quando ponho um na boca e degustando o sabor seco, áspero e picante, muito picante!
— Ah... me esqueci de te dizer... tem muito picante. Sophie ri me dando a água após me ver sofrido.
— Você bem que poderia salientar para mim. Digo após engolir uma quantidade de água mineral.

Olho para o placar feliz e vejo que não há nem hipóteses de perdemos, pelo tempo e os pontos que fizemos.
127 pontos Vs 93 pontos.
Estou pulsando ansioso pelo final após ver grandes arremessos, passes alto e dribles de todos os jogadores de Well School.
Sei que ganhamos após o árbitro apitar.
Há um barulho enorme saindo das colunas de som espalhadas pelo estádio todo.
Os adeptos se levantam, melhor, nós todos por alguns instantes aplaudimos e rimos de felicidade. Alguns dos jogadores colocam o Raphael ao colo, abraçam-no e gritam o seu nome vezes sem conta, felizes.
E há um fogo ardente consumindo o meu peito de tanta emoção.
Grito umas duas vezes antes de levantar e pisar no meu acento e contemplar melhor a emoção dos jogadores de Well School na quadra, é como se eu também estivesse lá e eu literalmente estou presente.
Sinto que esta vitória é um pouco minha quanto de cada um deles, por estar aqui, por apoiá-los desde o primeiro minuto.
Por acreditar que independente do que há havia acontecido eles iriam vencer.
Às vezes iremos perder, e nas outras, também, mas a questão é continuar, até nós conseguirmos vencer. Tal como hoje.
Nada foi dado por bandeja, o alcance á vitória é o resultado de esforços, não espere ganhar se nunca se esforçar, de dar o seu melhor todos os dias, mesmo que o mundo não esteja conspirando ao seu favor.
Mas as melhores vitórias são aquelas que podemos compartilhar com as pessoas de quem nós gostamos imensamente.
Tudo isso só tem importante por estarmos juntos, presentes fisicamente.
Quero sair daqui e correr para o abraçar e dizer o quão ele foi incrível.
Mas é quase impossível agora.
Sou um grão de areia neste imenso deserto de pessoas, querendo lhe parabenizar.
Nada disso teria o mesmo significado real e mágico para mim se ele não estivesse aqui e se ele não me visse o apoiar.
É a melhor parte de tudo isso, pra mim.

Se Eu Fosse VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora