Capítulo 35🌈

20 11 0
                                        


No parque de estacionamento da escola quando todos os alunos já se dispersaram e foram pra suas actividades caseiras, eu vou até o encontro de Raphael, que me espera dentro do seu Tundra preto.
Sua expressão de chatice é nítida pôs o fiz esperar quase 30 minutos após despachar Olívia e Sophia na hora da saída e não me lembro se o respondi quando enviou as suas últimas mensagens.
Pedi que me encontrasse aqui fora pôs é o melhor lugar na escola pra podermos falar sem sermos vistos ou interrompidos.
Embora acredite que não falaremos aqui.
Preciso contar-lhe que o confirmei para a saída, no cinema, coletivamente, com os meus amigos.

- Achei que não virias mais... Raphael me diz ao me ver chegar.
- Me desculpe! Falo num uma cara de pena.
- Tudo bem... Ele baixa o vidro total da porta do condutor. - Acho que eu não consigo me aborrecer com você. Ele solta um sorriso tranquilizador.

Minha pele se arrepia toda.
E é impossível não sorrir para ele.
Raphael nunca perde o seu encanto e suas palavras sempre tem os mesmos efeitos eletrizante em mim.

- Estava arranjando um meio de vir até você, sem que ninguém soubesse. Falo pra ele quando ele baixa totalmente o vidro do carro.
- Acho que não foi uma tarefa fácil.
- Não exatamente. Falo em pé quando ele destranca o carro.
- Entre, Jonathan. Ele pede, abrindo a porta do pendura. - Deixe que eu leve você pra sua casa.

Dou a volta até o outro lado e me viro pra trás pra certificar que não está ninguém que conhecemos nos vendo.
Acho que namorar Raphael me fez ter um instinto alerta, do tipo que, me diz quão favorável é o momento para agirmos como namorados sem qualquer receios.
Não é uma sensação boa de facto.
Não gosto de fazer as coisas às escuras e ainda mais quando eu sei que não estou a cometer algum tipo de erro.
Porquê tenho que esperar 17 horas para ter que sair com meu namorado?
Tenho milhões de ideias mas não consigo incluir Raphael nelas, pôs o tempo todo estamos nos esconder dos olhares das pessoas a nossa volta.
Como levá-lo a uma feira de jogos?
Ou a um jantar romântico num destes restantes chiques do centro da cidade?
Sem que ele se sinta desconfortável por te receio de ser visto por alguém.
É desconfortável estar nesta situação.
Mesmo que eu entenda perfeitamente que Raphael está agindo com bastante prudência para não sermos flagrados na intimidade,
E consequentemente sofrer homofobia e críticas desconstrutivas.

- Jonathan, me desculpa por aquela hora, na turma, por não responder você a tempo. Ele liga o carro.
- Acho que nós os dois passamos por situações semelhantes hoje.
- É difícil ter privacidade quando têm os rapazes do time me olhando o tempo todo.
- O mesmo acontece comigo. - É tão literalmente chato. Falo pondo o cinto de segurança.
- Olívia? Ele deduz, ironicamente.
- Ela consegue ser pior que uma pulga, sempre insinuando e questionando. Conto e vejo Raphael quase tirar um riso.
- Eu acho ela meio inofensiva, tipo, eu nunca a vejo metida em fofocas.
- Geralmente ela não fala muito sobre a vida das outras pessoas. - Ela é legal.
- Porquê tenho a leve impressão que você foge dela o tempo todo? Ele curva um olhar, insinuativo.
- Acho que nem eu mesmo sei explicar se é só uma impressão mesmo... Suspiro.
- Vocês nunca? Ele trava ao entrar pra uma rua estreita. - ...Tiveram nada? Ele concluiu o raciocínio.
- Nem um beijo se quer. Reviro os olhos e travo um rir.
- Achas que ela poderia gostar de você?
- O quê? Não! Abanei a cabeça. - A Olívia é como uma irmãzinha fofa.
- Mas ela?
Ele pensa lentamente.
- Olívia está namorando Jaciel e ela não teria chance mesmo que ela fosse solteira e eu não acredito que ela possa gostar de mim.
- Acho que fico com ciúmes dela. Ele confessa, num tom burlesco.
- Porquê? Olho novamente pra ele.
- Por que ela passa mais tempo com você e certamente tem o melhor de você o tempo todo.
- Sou o mesmo com você, e para ser um pouco realista, gosto mais de ficar contigo. Falo e vejo as suas bochechas corar.
- Isso quer dizer que tenho 80% do seu afeto? Ele me perguntou, reduzindo a velocidade.
- 98%, para ser exato...
- E os restantes 2%? Ele me olha meio desejoso e vanglorioso.
- O quê foi? Dou um riso. - Você não pode ter meu coração por completo.
- Não quero ter concorrência. - O quê preciso fazer pra obter esse tais 2%?
- Sério? Desvio o olhar dele e fixo olhar no vidro lateral.
- Sim. Ele continua me olhando. - Eu não quero partilhar o seu amor com mais ninguém.
- Nem eu. Abro um riso.
-Malditos 2%. Ele grita ao fechar todos os vidros do carro. - Eu ainda vou ter a total percentagem de seu coração.
- Isso é uma promessa?
- É uma meta. Ele liga o ar condicionado e acelera um pouco.
- Precisaríamos de pisar em ovos. Falo e vejo como seu rosto se contrai.
- Não se podemos desvia-los. Ele diz sagaz.
- Na vida não há atalhos. Respiro fundo e espero que ele saiba o que quero dizer com tudo isso.
- Nunca acreditei que houvesse...
Raphael não parece se importar.
Ele não percebe as minhas parábolas.

Se Eu Fosse VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora