LIII

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Diz como
Fala bem ao pé do ouvido
Que teu ser interior é tão menino,
Agoniado
Mas tão bonito.

É desesperador
Como você se desespera
Não se contenta com a espera
De ter todos os campos dessa minha terra
Habitados pelo seu nome.

Se o sol não te queima mais
Minhas palavras queimam.
Se a lua não te admira mais
Te admiro, de graça.

Às coisas são falhas
Assim como nós, pobres humanos
Largados, profanos
Sem piedades, só com alardes.

Se errares, deita e chora
Mas ao amanhecer
Se levanta e vai embora
Dessa casca velha.

Raspei tua pele tão fina
Tatuei o meu nome
Em toda a tua sina
Os etéreos sabem que és minha.

Que marca
Sua pele nunca dirá nada
Aos vivos desse mundo impiedoso.
Mas ao encontrares de novo, o remorso
Estarei entre os teus destroços
Como um pedaço que brilha, feito sol.

Se chorares nas noites,
Cautelosa em teu abraço
Juro que o mundo eu desfaço
Faço quadrado, o redondo do compasso.
Mesmo que eu não saia do canto
Para todo teu espanto
Meu sentir se abraça ao seu. Para chorar do teu pranto.

L.e

Poemas sobre amor e outros sentimentos caóticosOnde histórias criam vida. Descubra agora