LXXXIV

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Ansiedade futura.

Eu estava me apegando em seu gosto.
Escrevo esse poema
Como se eu tivesse no futuro
Temendo as dores futuras.
Pois sei que vou me apaixonar em alguns dias.

Não há nada em mim
Que não tenha te tocado em pensamento
Não há parte minha
Que não seja sua, todo momento.

Fui beijada em silêncio.
Nas suas memórias
Sei que há um pequeno pedaço
Onde escreveu uma história.

Isso tanto me machuca
Porque essa vida dura
Nunca nos dará tanto tempo para se pertencer
Como nós queremos nos ter.

Então correrei cada parte
Da sua alma desenhada no lençol.
Não sei o que será de tudo amanhã, ao acordar
Mas quero o máximo de você, me tatuar.
Me abastecer.

Se minha pele dura se abrir
Deixe seu sangue chegar em mim
Pouse seu olhar mais livre sobre mim
Toque os seus dedos nos meus,
Permita que eu respire o mesmo ar que os teus pulmões filtram.

Ainda anseio que haja loucura
E o que o planeta tenha pena de nós
E crie uma brecha no tempo, até o tempo dá um nó.

Anseio que, só por um segundo
Eu tenha você dentro do meu abraço
Mesmo temendo que tudo exploda e se derrame pelo espaço.
Que os anjos se deleitem
vendo um pedaço do céu
Numa terra tão infernal quanto esta.

Nossa imagem abraçada.

L.e

Poemas sobre amor e outros sentimentos caóticosOnde histórias criam vida. Descubra agora