LXXXIII

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Quem inventou a droga não te conhecia.
Porque feito coisa ilícita,
Você me vicia
A perseguir
Todos os teus rastros, sim.

Viciei.
Joguei-me na rua dos viciados
Agora só sei viver
Para consumir tudo o que vem de você.

E caso você se vá
Sempre tem essa alta possibilidade
Não podemos negar que é verdade,
Às pessoas simplesmente partem.

Se caso for
Será minha ruína eterna
Pois em cada ser que fica largado ao abandono
Resta uma pequena chama que sempre espera
A faísca voltar.

E incendiar.

Caso vá.
Tenho forte prece que você não vá
Rabisque nossos momentos
Na parte bonita, que tu tem por dentro
Sem medo de sujar
Há tanta coisa em mim ainda
Que você precisar encontrar.

Arpe seu vôo
Também vou voar.

Olhe o céu
Enquanto olharei as estrelas
Sempre paro para vê-las.

Pinte tuas telas
Enquanto isso, vou cantar
Pelos bares de ruas ainda desconhecidas
Enquanto isso vou empoetar
Os fracos pelas bebidas.
Enquanto isso vou relatar
Os becos desses apartamentos, cheios de saudades.

Ah, bem sei eu
Que cedo ou tarde
Tudo se aquieta sem alarde
Tudo se monta em cada parte.

L.e

Poemas sobre amor e outros sentimentos caóticosOnde histórias criam vida. Descubra agora