CXXXVIII

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Peito manco
Belo tanto quanto e até mais que o meu.
Olho extasiado, boca carnuda
Bela e molhada
Amor ou lágrimas?
Sei que a alma foi marcada.

Se existe um diabo a vagar na terra
Ele rabiscou teu convite
Pois quando teu retrato se exibe
Tudo em mim, se recusa aquietar-se.

Os ventos sopram sinfonias
Céu emudece a alegria
Tudo cala, enquanto grita
A ponta da caneta fina

Risca rápida, tão ágil
Ela risca como se amasse te ler
Apaixonou-se também por você
Pois este martírio é tão fácil.

Se os sonhos são desejos
Sonho em estar nas células
Trocadas dentro de um beijo
Na melodia do silêncio
Que diz algo calado por dentro
Nas melodias daquele olho
Que parecem ser canções ou odes
Me diga como podes
Tocar o humano amor em pensamento
Chegar aos confins dos amantes
Amar os cristais não extraídos.

Como pode humano
Ser de ciúme tão possuído
Morro ao balançar de teu vestido
Morro se olhares outros olhos.
Doce martírio, se esfaqueares sem dó
Meus sentidos
Ainda me atarei com meus vestidos
Levantarei feito um louco pervertido
E declararei a ti o meu amor.

L.e

Poemas sobre amor e outros sentimentos caóticosOnde histórias criam vida. Descubra agora