CLV

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Nasci fadado ao fim
O fim, é apaixonado por mim.
Tirou-me tudo, tudo e tudo, de mim.
Deu-me só, poesia, para meu triste fim.

Deu-me olhos para lhe ver
Contemplar o teu belo semblante
Deu-me lábios tão desenhados
Para que eu me matasse antes, pela boca que quero sentir.

Meu fim, que odeio
Pois não posso fugir
Mas como viver
Nessa acessível dormência
Onde os olhos que tanto quis sobre mim, me nomeou de carência,
E eu triste caí
A descolar meus membros pesados.

E eu triste, a beber
De idiota também nomeado.
E eu só, na companhia de eu, escrevendo para continuar a viver.
Viver é palavra tão forte que mente e desdenha o meu triste sentir.
Pois viver é quando algo tem vida, e eu morri já faz dias, quando vi-te partir.

L.e

Poemas sobre amor e outros sentimentos caóticosOnde histórias criam vida. Descubra agora