CXLVI

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Encarando às falhas do teto
Refletindo-as em mim
Julgando, o cinza feio da parede
Ser tão mais belo que eu.

Os olhos, malditos olhos
Os papéis, malditos papéis
O cheiro, maldito cheiro
O toque, maldita mente.

Que seja tocado pela desonra
Tudo que seu nome já registrou
Tudo que sou, estará então
Condenado ao pior inferno,
Se amar é o próprio sangue quente do diabo,
Tudo quanto pulsa em mim, é condenado.

A repulsa que me impele de tudo,
E brevemente, sorrateira
Me tranca mais fundo, serra os olhos,
Secos olhos, torturados, tão exaustos
Cérebro, desmassificado, espremido
Extasiado e morrendo afogado
Nas perguntas, que nenhuma boca nunca irá me responder.
Pobre coisa, que comanda meu corpo
Pobre coisa ingênua, que por ímpeto
Instinto bom, ainda aquece
Pobre, pobre de tudo quanto tem em mim.

Os traços escritos, por mentes brilhantes
Dizem que a culpa é do mau, por ferir
A culpa é de quem acredita e confia,
Em malditos olhos tristes, e corações partidos.

L.e

Poemas sobre amor e outros sentimentos caóticosOnde histórias criam vida. Descubra agora