CLIV

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Não é poema.
É só uma nota confidencial.
Porque de novo, às mesmas lágrimas?
E todo mundo, é sempre igual?
Gente comum, que olha comum
Gente normal, que só sabe do mal.

Não é poema
É só desespero
Profundo desejo
De ser transportado de época
De ser transportado do mundo,
E cair em um lugar só meu.

Não é poema.
É sólidão.
Solidão de nunca ser amada como sou.
Solidão de nunca ser amada como devo.
Sólidão, de saber que nada vai ser o bastante para alguém anormal,
Ficar e ser consumido por minhas neuroses.

Eu não deveria chorar esta noite,
Não devia mesmo, esvaziar essa garrafa de vinho sozinha.
Escutando festas e barulhos
De pessoas vazias se afundando ainda mais, nos copos de bebida.

Eu não devia querer
Que outra pessoa me amasse
A ponto de saber até meu íntimo sentido
A ponto de me sequestrar de mim, e
Me tirar de órbita.

Mas o que uma garota poderia esperar de um sábado a noite, em um horário de solidão.

L.e

Poemas sobre amor e outros sentimentos caóticosOnde histórias criam vida. Descubra agora