CXXXVI

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Às pessoas não são parecidas comigo,
Eu sou diferente delas.
Eu sinto sempre desejo demais,
De sinceridade e de cuidado.
De dar e receber.
Sempre quando preciso receber
Ganho palavras secas, e quaisquer palavras.

Sinto-me deslocado, triste, e só
Nesse quarto, nesse mundo pandemico.
O pior não seria o isolamento.
Será quando eu puder sair,
E ter apenas a mim mesma para abraçar.

Meus olhos estão secos de ver tudo bem,
Meu corpo está cansado de tanta liquidez.
Me sinto insuficiente, e incapaz de ser como todos.

Não sei se chorar lava a alma,
Se isto fizer, acho que vou liberar um novo tipo de oceano de meus olhos.
Só para me livrar disso tudo.

Tem dúvidas espalhadas para todo lado em minha mente.
Como fica uma cidade após um furacão?
Me sinto como uma criança sem os pais no meio dela.

Quero sair pra longe daqui, viajar
Sofrer até não ter mais dor para doer.

Queria chorar, beber, sozinho e sem gente.

Não quero meu destino normal com todos,
Isso para os meus, é um estorvo.
Á quem eu amo se decidir amar com sinceridade
Logo descerei a sepultura.

Onde penso encontrar o conforto de um abraço,
Vejo tanto quanto uma janela com embaço.

Onde poderia desabar livremente?
Onde vende remédio eficiente
Que adormeça a dor que meu peito sente.

L.e

30 de Abril, 2021.

Poemas sobre amor e outros sentimentos caóticosOnde histórias criam vida. Descubra agora