CLXV

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Às estações passam.
Por mais que todos os anos elas voltem, nunca serão as mesmas.
Cada olho que pousou sob minha pupila, e admirou cada palavra
Que meus lábios expressaram
Tudo está em algum lugar, guardado.

Diante de tudo que sou, e que vivi
A perder tudo, eu aprendi.
Só não posso perder-me de mim.
Mas tudo se vai. A vida é assim.

Fiz de mim armário, fiz de mim museu
Fiz de mim um santuário de Deus,
Fiz de mim todas as coisas que guardam coisas, e pessoas.
Infelizmente para as ruins, e felizmente para as boas.

Sou este amontoado singelo, de caos e tranquilidade.
Sou uma pequena coisa que chora com dias belos de sol, e sorri feliz no meio de uma tempestade.
Sou inteira como as coisas inteiras, mas que um dia, também estou a parte.

Sou tudo que a coragem dos olhos desvendar, sou tudo que você não vê e nunca verá.
Sou mais que todas as milhares de coisas que digo ser.
E ainda sim, sou nada mais, do que um mero humano desajustado.

L.e

Poemas sobre amor e outros sentimentos caóticosOnde histórias criam vida. Descubra agora