CLXXIX

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Há um medo tão grande
Feito raiz, que cresce absurdo
Divide-se entre vergonha e repulsa
Por sentir tanto, e temer ver tudo que sou
Ser lançado aos poucos da terra.

Meus olhos secos, chorarão.
Minhas mãos firmes, anseirão ser decepadas.
Meu peito, atirado aos cães.
Mas pouco me importa
A pele e os ossos, tudo isto
Um dia sempre acaba e torna-se pó.
Mas minha alma, bela e doce
Imensa e criança
Tem de ficar em algum coração.

L.e

Poemas sobre amor e outros sentimentos caóticosOnde histórias criam vida. Descubra agora