CLVII

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Queria não ter sentidos
E ser dormente, para tudo quanto ouve meu ouvido.
Queria não sentir apertar o peito
Quando anseio ter o calor do teu abraço,
Mesmo com milhões de abraços a meu dispor, para pedir, queria eu
Apenas me deleitar no abraço teu.

Queria entender tudo quanto sinto
Mas o que faz de mim esta coisa, bela e complicada
É ser uma alma desequilibrada.
Queria ter uma tarde contigo,
Bebendo café ou conversando sobre um livro
E dizendo sem medos apavorantes
O quanto me sinto, do mundo distante
Quando habito e desfruto, sua incomparável companhia.

Queria poder ver o se por do sol
Todas as vezes em que senti-me triste
Por tanto pensar em tua personalidade,
E no quanto minha visão de ti mudaste.
Mas esta é a desgraça da vida, e mudar é o que dá o contraste.
Apenas preciso aceitar que nunca, nunca viverei meus sonhos contigo.

Isto soa tão amargo, eu sei.
Se isto, só escrito, já fere uma razão
Quem dirá, ou vai medir
O tamanho da dor que lateja em meu coração.

Ainda estou consciente, apesar de confuso.
Só queria deixar de sentir absolutamente tudo.
Assim, meu corpo não sentiria calor percorrendo a espinha, só de imaginar o seu toque.
Assim, meus olhos não se derramariam
Perante as infinitas alternativas de perder-te.
Mas meus olhos choram, ainda sim, pois não se perde assim
O que nunca possuistes.

L.e

Poemas sobre amor e outros sentimentos caóticosOnde histórias criam vida. Descubra agora