XXXVI

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Me indentifico com os cachorros de rua,
Sou tão semelhante à eles.
Sempre a procura de algo
Seja alimento, seja carinho.
Mas estou sempre sozinho.

Às vezes os humanos mentem,
Dizem que estão ao meu lado.
De idiota abano meu rabo.
De carente, rejeitado a vida toda.
Primeiro por pai, depois por todo o resto da corja do planeta.

E bem que Deus me disse:
Filho, eles são cruéis!

Aí de mim nesse mundo de dor,
Vou chorar a vida toda

Chorar feito bebê, feito cão abandonado.
Por sempre te meu coração quebrado.
Mergulhando de face, em poças rasas.

E tu, se passares na rua veres um cachorro, faça um favor?

Não o iluda com uma migalha.
Alegando estar ajudando um ser indefeso,
Não alegues ser obra tua.

Eles sempre esperam algo que possa lhe encher o estômago.

Eu espero sempre algo que possa me encher o coração.

L.e

Poemas sobre amor e outros sentimentos caóticosOnde histórias criam vida. Descubra agora