XLV

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Tudo volta ao curso.

O que eu posso fazer?
Se tantas mil palavras
São tão poucas, nunca bastam
Para tudo descrever.

É como o círculo
Perfeito do compasso
A dança ritmada em cada passo.
O sol parado ao meio desse sistema conhecido
Sendo tão engrandecido
Sendo tão incoerente
Pois qualquer um inoscente
Sabe perceber
Um sistema é pouco para o que o universo há de ser.

Assim como respiram os vivos
Assim como roxeiam os mortos
Assim como não somos só corpos
Feitos para serem devorados.

Feito o vento em forma de brisa
Que quando nos ver calados, fica
Batendo suas palmas em nossa face
Como se dissesse:
–Vais sobreviver, a mais um desastre.

L.e

Poemas sobre amor e outros sentimentos caóticosOnde histórias criam vida. Descubra agora