CVII

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Portes fartos
Desejos imediatos
Desobedecendo os fatos
De buscar o amor inteiro
Mesmo estando em pedaços.
Vaga em peitos fardos
Lendo poemas intactos
Lavando uma pia de pratos
Derrama-se aos prantos
Para seu pouco espanto
Já esperava ficar manco.
Olha as rosas, todo espantado
Procurando um quarto
De defeito menor
Para descrever que todo ato
Sempre tem seu pior.
Descansa os pés nas plantas
Sentindo a textura de cada grama
De relance seu peito o chama
Para sua tão sonhada fama
Para sua tão amada formosa
Estar deitada em plena folga
Despida na sua grande cama.
Ao pairar o tempo corrido
Se cai desvanecido
Almejando estar despido
De desejo pecaminoso possuído
Quer relatar tudo por escrito
Para que sempre lembre disto.
Se desfaz da blusa fina
Que veste feito uma sina
Deixando o sol trazer melanina
Queimando leve sua pele divina
Esperando a decisão da menina
Achando que ela não desatina.
Eterno soneto sem veste
Que descrevas na folha essa prece
Traga para esse peito nordeste
Um coração que ao menos preste
Para que desfrutem o gozo celeste
De pertencerem, numa cena que ferve.

L.e

Poemas sobre amor e outros sentimentos caóticosOnde histórias criam vida. Descubra agora