CLXXIV

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Tudo que minhas mãos pequenas tocam, vira pó.
Quem dera isso fosse culpa das pessoas.
Pelo menos das desconhecidas.
Assim, eu me sentiria menos ferida.
Pois pessoas apenas fariam mal a uma pobre e indefesa alma.
Mas a culpa pesa sobre meus ossos,
Sonho demais, e isso não condiz com a realidade do mundo.

Tudo que olho com amor, se vai.
Quando sinto amor, logo pelos meus olhos se esvai.
O pôr do sol eu nunca julguei,
Por ir embora todas as noites,
Ele precisa nascer e se pôr para outras pessoas assistirem pelo mundo.
Mas as minhas pessoas, eu nunca entendi o porquê.
Delas, justamente elas, nunca, nunca conseguirem ficar aqui.

Estar altamente perdido é sufocante.
É um pesadelo de sono, em que ninguém te ouve quando você grita.
Um grito silencioso, quase sussurro.
É ir a uma praia de ondas quadradas,
E se afogar sem ter quem o socorra.

Às pessoas, às minhas pessoas, elas não me vêem.
Seus olhos são tão egoístas
Que sentem apenas a própria inexistência e dor.
Não as julgo, mas estender uma mão, nunca mata.

Às minhas pessoas,
Nunca sabem,
Que quando me calo e jogo dores pelas paredes da casa,
Só preciso ser entendida e abraçada.
Minhas pessoas não percebem que só quero ser amada, como nunca fui.
Pelo visto nunca serei.

L.e

Poemas sobre amor e outros sentimentos caóticosOnde histórias criam vida. Descubra agora