CLXXIII

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Há um profundo descontentamento
Preso nas minhas belezas.
É sombrio, navegar em minhas profundezas,
É como se fosse o poço mais profundo da terra.
O quadro que desenho de mim em suas memórias, talvez não seja mais uma arte tão bela.

Mas há, meu bem, quem possa ser um quadro?
Seria uma tamanha mentira colorida.

Parte minha é dor.
Uma dor imensa que me consome,
Consome minha coragem de viver.

Outra parte, é amor.
Amor não sentido e reprimido,
Reprimindo minha existência pouco significante.

Parte a mais, é sonho e desejo.
De fugir de tudo que vejo, por medo
Totalmente irracional, anormal.
Mas apesar desse mal,
Em mim tem tanta coisa,
Que faz de mim, uma bela confusão.
Por trás da arte e da decepção
Tem um coração, fraco, mas vivo
Pulsando sangue em cada centímetro de mim.
Meus olhos atentos, tudo vêem.
Minhas mãos ágeis, tudo toca.
Meus braços médios, tudo abraçam.
Meu corpo pequeno, tudo comporta.
Sou casa, sou habitação.
Sou tudo que todos vêem, e esse tudo ainda é pouco.
E o mundo nunca verá o bastante.
Isso basta.

L.e

Poemas sobre amor e outros sentimentos caóticosOnde histórias criam vida. Descubra agora