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Carl:

O tempo estava quente e seco, e Carl andava pela floresta que rodeava Alexandria pensando. Ou tentando, pelo menos.
Muita coisa tinha mudado desde a queda de Negan e ainda estava tudo um pouco confuso, entre Salvadores e tudo o resto. Alguns deles, simplesmente, não se encaixavam em lugar algum.
Carl parou de andar, escutando um barulho que parecia ser uma pessoa andando. Mas, naquele mundo, issl nem sempre era uma boa notícia.
Pegou a arma do cinto e segurou com força, andando devagar, tentando ver quem, ou o quê, estava ali.
Assim que contornou uma árvore, Carl levou um susto ao ver uma garota, que também se assustou com ele, e ergueu as mãos.
- Calma. - Falou Carl. - Está tudo bem.
A garota tinha os olhos cheios de lágrimas, que rolavam pelo seu rosto. Seu cabelo negro estava desgrenhado, suas roupas negras estavam sujas de sangue e terra, como se ela tivesse lutado contra algo ou alguém.
Era, claramene, mais velha do que ele, mas era da sua altura, o que fazia com que fosse mais baixa do que a maioria das mulheres adultas, dando um ar de menininha indefesa.
- Ah graças a Deus! - Disse ela, parecendo aliviada. - Por favor, não atira em mim! Eu preciso da sua ajuda!
- Ajuda? Como assim, está ferida? - Perguntou ele.
- Não, mas meu amigo está. Estávamos fugindo de zumbis, eu acabei matando eles, mas meu amigo caiu e se machucou feio na perna e não está conseguindo andar. E é pesado para mim conseguir levar ele.
Carl assentiu e guardou a arma no cinto, se aproximando dela e tocando nos seus ombros.
- Calma. Sou o Carl, vou ajudar você. Mas... se isso for mentira, eu mato você.
A garota assentiu, chorando.
- Fechado, desde que tenha sua ajuda para que meu amigo não morra já é bom. Obrigada, garoto.
Ela parecia realmente desesperada.
- Qual seu nome? - Perguntou Carl.
- Lexie.
Carl sorriu e assentiu, fazendo sinal para que ela indicasse o caminho.
Percorreram alguns metros pela floresta, quando Carl escutou o som de alguém que parecia ferido, o que, de certo modo, acalmou seu coração pois ele pensava que estava sendo atraído para uma armadilha.
A garota correu assim que viu algo na frente e ele seguiu ela, vendo Lexie abaixar junto de um cara todo vestido de negro, com um ferimento feio e que sangrava, na perna.
Ela colocou cabelo atrás das orelhas e segurou o rosto dele. - Calma, fica calmo Dário, sou eu. Trouxe ajuda.
O homem sorriu fraco. - Eu sabia que você iria conseguir.
Ela sorriu, chorando ao mesmo tempo, e olhou para Carl.
- Não menti.
Ele assentiu e se aproximou do homem, olhando seu ferimento.
- Sou o Carl, acho que posso ajudar vocês.
- É médico? - Ironizou Dário.
- Não, mas conheço um bem perto. Posso ajudar vocês.
Dário trocou um olhar com Lexie e depois olhou para Carl e assentiu.
- Tá, mas isso é verdade? Ou vai esperar para dar a gente para os mortos?
Carl sorriu. - Estou aqui, não estou?
- Está... E isso é mais do que eu imaginei que fizesse.
Carl olhou para trás, vendo Lexie com uma katana na mão, a lâmina apontando o chão, sorrindo para ele. O menino levantou e levou a mão no cinto para retirar a arma, mas ela negou com a cabeça.
- Larga. - Falou uma voz atrás de si.
Era Dário, de pé, perfeitamente bem e com uma arma enorme mirando sua cabeça.
Carl sorriu. - Só vocês dois? Dou conta fácil.
A garota inclinou a cabeça para o lado e, de trás das árvores, e do topo delas também, surgiram homens armados, todos vestidos de negro, e todos eles mirando sua cabeça.
Carl olhou a garota. - Você mentiu.
Ela deu de ombros. - Eu estava atrás de peixe maior mas fazer o quê. Talvez você também sirva.
Carl franziu o cenho. - Peixe maior? Como assim?
- Conhece um tal de Rick Grimes?
Carl abriu muito os olhos e ela sorriu. Droga! Agora ela sabia a resposta e ele não poderia mentir.
- Conhece, né? - Ela continuava sorrindo. - É seu líder, não é?
Ele assentiu e resolveu falar a verdade  talvez aquela louca não quisesse mais mexer com ele.
- É meu pai.
Lexie sorriu ainda mais e Carl achou ela muito parecida com Negan, quando sorria de forma triunfante, se bem que as semelhanças terminavam aí.
- Ora, ora... Afinal peguei peixe grande sim. Viu Dário? O filho do líder.
Dário riu e Lexie se aproximou dele. - Você vem comigo garoto.
Mãos pegaram ele e ataram suas próprias mãos atrás de suas costas.
- Quem é você? O que você quer com a gente? - Perguntou, tentando se soltar.
Ela se aproximou dele e sorriu.
- Você me conhece como Lexie, esse povo aqui - Indicou os homens com a katana. - eles me chamam de Rainha Vermelha. Parabéns, pequeno Carl, vai conhecer minha casa.
Fez sinal com a cabeça para que todos seguissem ela e se afastou, indo na frente do grupo.
Um homem amordaçou e depois empurrou Carl, fazendo ele andar, enquanto Dário se colocava do lado da garota.
- Acha que vai dar certo?
- Vai sim. É o filho dele, você sabe como as pessoas são com os filhos.
Dário assentiu, sorrindo, seguindo sua líder.
De mãos atrás das costas e amordaçado, Carl tentava achar um jeito de sair daquela situação. Não sabia o porquê de aquela mulher querer atingir seu pai e sua comunidade, mas sua razão parecia ser bem forte, pelo menos para ela.

Red Queen - A Rainha VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora