Red Queen - A Rainha Vermelha

6

Lexie

Um pouco antes de chegarem em Alexandria, Lexie mandou todo mundo parar os carros e esconderem eles.
Percebeu o olhar confuso de Carl e sorriu, olhando o garoto.
- Vamos andando a partir daqui, garoto. Vem.
Carl seguiu ela, rodeados por guerreiros armados e vestidos de negro.
Lexie respirou fundo, se aquilo desse errado... Esperava seriamente que não. A última coisa que precisavam era de uma nova guerra. Já haviam perdido algumas vidas na guerra contra o Santuário, e ela não iria permitir mais mortes no seu povo.
Caminharam mais alguns passos e os muros de Alexandria ficaram visíveis lá na frente.
Lexie sorriu, erguendo um pouco o queixo e andando com mais confiança. Esticou a mão e puxou Carl pelo cotovelos, para mais perto de si, mantendo os dedos, firmemente, em redor do braço do rapaz.
Na torre, alguém fazia sinal para dentro da comunidade e erguia um rifle na direção deles.
- Mantenham as armas para baixo até nova ordem. - Falou Lexie para os seus homens.
Assim que pararam em frente do portão, este abriu por completo, e atrás dele estavam bastantes Alexandrinos, com Rick no topo do grupo. Seus olhos passaram de Lexie para Carl e de novo para a mulher. Rick parecia ansioso.
- Deixa eu adivinhar. - Falou ela. - Você é o famoso e temido Rick Grimes.
Rick balançou a cabeça e encarou ela.
- Quem é você? Sua rainha mandou você trazer o meu filho?
Lexie riu. - Não, querido. A rainha veio entregar sua cria pessoalmente.
O choque foi visível no rosto de todos eles.
- É você? - Rick franziu o cenho, inclinando a cabeça.
- Bom, não tenho tempo para essas coisas. - Lexie balançou as mãos. - Sua cria está aqui, bem de saúde e sem um único arranhão. Pode perguntar, cuidei bem dele.
Depois o olhar de Lexie passou por Abraham e Sasha, e a a mulher parou de sorrir.
- Os ataques ao meu pessoal terminam aqui. Agora.
Rick olhou ela. - Ataques ao seu pessoal? Você levou o meu filho!
- Seus amiguinhos atacaram meu grupo, que estava vigiando a área. Tou nem aí para as suas obrigações e atividades de construção de pontes e tal, pouco me importa onde você gasta a merda do seu tempo. Mas não quero mais ataques ao meu povo. Cumpre isso e eu cumpro a minha parte em que prometo não atacar vocês. Simples assim.
Lexie estava olhando Rick, mas depois um movimento chamou sua atenção.
Mais atrás, olhando o portão de forma curiosa, estava um homem que Lexie esperava nunca mais ver na vida.
Assim que ele percebeu quem ela era, seu corpo se retesou.
Lexie olhou de novo para Rick, indicando o homem lá no fundo.
- Sua escolha de protegidos é... sinistra.
Rick olhou para onde ela indicava e viu Negan, olhando ela fixamente.
- Sabe? Eu fiz exatamente a mesma proposta ao cara ali, ele recusou. Eu perdi guerreiros nesse dia, ele quase perdeu o Santuário e a vida.
Carl deu um passo para junto do pai e tocou no seu braço.
- Não podemos atacar, pai. Ela tem mais armamento e pessoas que nós todos juntos.
- Temos Hilltop e o Reino.
Carl negou com a cabeça. - O armamento dela destruiria todos nós, as três comunidades, num piscar dd olhos.
Lexie sorriu para Rick, vendo sua expressão sem saída.
O xerife passou a mão pelo rosto e depois pareceu lembrar de algo, pois abaixou a mão muito rápido e olhou Carl.
- Daryl saiu para te procurar.
Lexie se mexeu e Rick olhou ela.
- Nisso eu posso ajudar. Seu amigo trocou de lugar com seu filho. O Carl era minha garantia para você não começar uma guerra, mas o Dixon trocou de lugar com ele. Então... - Lexie sorriu. - Agora o Daryl é meu prisioneiro, até eu ter certeza de que você não irá atacar a gente. - Deu de ombros. - Ou até eu cansar do Dixon.
Rick deu um passo na direção dela e Lexie esperou, olhando bem naquele olho azul.
- Se você machucar o Daryl, eu...
- Cuidado, Grimes. Acho que seu filho deixou bem claro a minha posição aqui, e em caso de dúvida, pergunta para o Negan, ali.
Rick suspirou. - O que você quer?
Abraham e uma mulher negra se aproximaram de Rick, os dois confusos e irritados.
- Não faz isso, Rick! - Falou a mulher. - Não dê a ela o que ela quer!
- Já fizemos isso uma vez, cara, olha o que deu. - Falou Abraham.
Lexie olhava um e outro e inclinou a cabeça para o lado, para depois voltar na posição inicial.
- Eu ainda nem disse o que eu quero, porquê tanta histeria? - Perguntou. - Eu quero uma coisa bem simples, Grimes, já que pergunta. Eu quero paz. Como estava antes de vocês, Alexandrinos, cruzarem o meu caminho.
Rick soltou um som nasalado. - Você tem um dos meus.
Lexie sorriu de canto. - E eu acho que fiz uma escolha da porra.
Ela percebeu que Rick franziu o cenho e depois assentiu.
- Nesse momento você parecia o Negan, e eu não faço pactos com gente assim.
Lexie ergueu o queixo. - Ou aceita ou o Daryl morre, bem como todo mundo aqui. E olha que eu não aviso quando virei destruir sua comunidade e você não vai me ver chegando!
A mulher negra deu um passo em frente e levou a mão no punho da sua katana.
Todos os homens que ladeavam Lexie, ergueram as armas, mirando a mulher e todos os outros. Lexie permaneceu imóvel.
A mulher negra, olhou aquele grupo, com temor no olhar e abaixou a mão. Então, Lexie ergueu a mão e seus homens abaixaram as armas, e ela sorriu para a samurai.
- Boa escolha. - Depois seu olhar caiu sobre Rick. - Sua cria está aí, meu aviso está feito. Se você chegar perto da minha comunidade, eu saberei e não vou avisar novamente. - Lexie deu s costas mas girou de novo, olhando o xerife. - Ah! Tem mais. Se voltar a me comparar com o merdoso do Negan, eu coloco uma bala na sua testa, sem pensar duas vezes. Espero que cumpra, Grimes.
Lexie passou pelos seu homens, fazendo sinal para que seguissem ela.
Assim que deixaram de estar no ângulo de visão de Alexandria, Lexie deu ordem para que o grupo se separasse em dois grupos menores e desse a volta, confirmando que Alexandria não estava seguindo eles e nem preparando uma emboscada.
Dário, sempre do lado dela, olhou a sua líder.
- Acha que vai dar certo?
Ela deu de ombros. - Acho que o Rick não vai querer uma guerra, mas se acontecer não terei qualquer tipo de problema em matar todos eles. Você viu? Negan está lá com eles.
Dário assentiu. - Por isso a gente viu o Santuário destruído.
Lexie assentiu e chegaram nos carros.
- Temos de estar atentos a esse grupo, Dário. Eles não são como todos os outros.
- E o prisioneiro?
Lexie olhou Dário, aquele olho escuro.
- Ninguém toca no caipira.