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Lexie:

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Lexie:

Daryl levantou e se afastou, depois de ter ficado olhando o chão por longos e desesperantes minutos.
Fiquei vendo ele andar de um lado para o outro, feito tigre dentro de jaula. Depois ele parou, sacudiu a cabeça e me olhou.
- Você sabia?
Respirei fundo. - Não. Descobri semanas depois.
- E nem por um segundo, você achou que eu deveria saber?! - O tom de voz de Daryl aumentou.
- Não é tão simples assim.
- Não?! Pois eu acho que era bem simples! Foi simples para você ter a criança!
Franzi o cenho. - Eu ia tirar! - Gritei. - Feliz? Eu ia tirar essa criança porque eu tinha apenas dezanove anos e o pai dela me chamara de bebé, gritara comigo como se nada do que a gente teve fosse importante! É, o pai dela, que era mais velho do que eu, foi um babaca comigo, daí eu não achei que ele quisesse uma filha!
Daryl olhou para o lado e depois para mim de novo.
- Não é uma questão de querer, Lydia é...
Sorri. - É. Nem consegue dizer que a menina é sua filha, nossa filha, entende agora?
Daryl avançou sobre mim, igual cascavel e segurou meus ombros, com sei rosto bastante próximo do meu, deixando ver toda a ira nele.
- Você deveria ter falado! - Gritou. - Você teve tempo de contar quando eu fui em Arcadia, quando eu dormi com você de novo, teve todas essa chances, mas preferiu ficar calada! Eu passei dias com ela, procurando você, dias! E agora você me fala que, a garota que o Negan está, nesse momento, protegendo, é minha filha?! E porque diabos ela veio com o Beta?!
Suspirei, já sentindo meus ombros doerem.
- Quando começou, eu estava trabalhando, meu pai apareceu e peguei minhas coisas e fui direto no infantário. Mas... - Neguei com a cabeça, lembrando o desespero desse dia. - O infantário já tinha tomado aquelas medidas que eles têm em caso de catástrofe, decidiram que a situação era igualmente perigosa e que as crianças iriam ser levadas para um local seguro e depois os pais seriam avisados. Mas o telefone morreu, então... Eu não sabia onde ela estava e aquele infantário estava vazio. Apenas o diretor permanecia lá, e ele era um zumbi. Foi o primeiro que matei, aliás. Foi aí que percebi, depois de longos minutos, que tinha de acertar na cabeça.
Beta achou o grupo das crianças, por acaso, vários dias depois, quando as professoras já haviam quase surtado e uma mulher doidona achara elas e começara a ameaçar as crianças e dizendo que todas elas deveriam morrer e se tornar nos novos habitantes da Terra, porque era assim que tinha de ser. - Olhei Daryl. - Lydia foi uma das únicas crianças que sobreviveu. Beta ajudou ela, criou ela, protegeu e um dia... Um dia achou Arcadia e eu soube, assim que vi ela, eu soube que era minha menina. - Ri, lembrando. - Beta não acreditava e então eu mostrei a ele uma cicatriz pequenininha que ela tem na testa, que sempre anda escondida pelo cabelo. Lydia fez aquela cicatriz meses antes do fim, na cozinha, quando conseguiu pegar uma panela, já fria, que tinha em cima do fogão, mas a panela virou e bateu de lado na testa dela.
Lydia não sabe, ela nem lembra, e achámos melhor esperar antes de contar. Mas quando eu pensei que estávamos suficientemente a salvo para eu contar, porque não havia mais perigo em nossa volta, apareceu Rick. Apareceu você.
Daryl largou meus ombros e isso doeu. Se afastou, andando de um lado para o outro de novo. Apenas escutávamos o som dos zumbis lá fora.
- Você não tinha o direito de achar que eu não iria me importar! - O olhar que ele me lançava era assustador. - Poderia ter falado que seria uma péssima ideia, mas não por você... Mas... Mesmo assim! Eu gostava de você! Deveria ter dito! E agora, Lydia precisa saber!
- Eu sei! Eu vou falar com ela mas...
- Não tem essa de mas! Eu continuo querendo proteger você do Rick, mas essa coisa de confiança... Acho que não dá mais.
Daryl passou por mim, pegando a besta e saindo pela porta, sem nem se importar com os zumbis.
Fechei os olhos, me sentindo a pior pessoa do mundo. Daryl me odiava, oficialmente e quando Lydia soubesse, ela iria me odiar de igual forma.
Escutei a porta abrindo e depois fechando, atrás de mim, e abri os olhos. O que ele esquecera de dizer?
Levantei e girei, vendo que não era Daryl quem entrara, mas sim Abraham.
Estreitei os olhos. - Não foi com seus amiguinhos?
Ele continuava sério. - Alguém tinha de ficar para trás, já que o Daryl não é capaz de magoar você.
Sorri sem vontade. - Não se preocupa, já magoou. - Assenti, olhando a forma como ele estava entre mim e a porta da saída. - Rick mandou você me matar, né?
Abraham apenas me olhava. - Ele teme pelos filhos e, se não fosse isso, eu ficaria para trás de qualquer jeito. Você matou a Sasha!
- Ah. - Mordi o lábio. - É... matei sim. Bom... - Retirei a katana da bolsa. - Para quê esperar?
Esperei que ele avançasse e abaixei, passando por baixo do braço dele e parando junto da outra parede, rodando devagar e olhando ele. Isso pareceu irritá-lo ainda mais.
Abraham avançou novamente com uma faca na mão, mas parei seu ataque, e ele esticou a outra mão, socando meu rosto.
A minha cabeça foi lançada para trás, e senti uma dor enorme no nariz e o sangue escorrendo, mas continuei. Avancei sobre ele e a ponta da minha katana rasgou um pouco o seu braço, fazendo ele soltar um grunhido.
Lutámos, já que ele me prendeu e bateu com o meu braço na parede, até eu largar a katana no chão. Soquei o rosto dele tantas vezes quanto consegui e, de repente, Abraham conseguiu me segurar pelo pescoço, apertando.
- Vai se arrepender de ter mexido com a gente, rainha! - Falou no meu ouvido.
- Vai... á.... merda! - Falei.
Abraham apertou mais e senti dificuldade em respirar, mas então algo entrou na sala e mirou a gente. Vi a flecha voando e espetando na mão dele, fazendo ele me soltar.
Daryl abaixava a besta e se aproximava de mim, enquanto eu abaixava e pegava na katana.
Ergui o braço, olhando ele, mas Daryl negou com a cabeça.
- Abaixa isso, acabei de salvar sua vida.
Esperei um pouco mais e depois abaixei.
Daryl agarrou meu braço e puxou para cima, colocando depois uma flecha na besta e mirando Abraham enquanto me puxava de novo, me colocando um pouco atrás de si.
- Daryl...
- Cala a boca, Abe. Matar ela assim não resolve nada. Rick deveria saber. - Falou. Depois me olhou. - Coloca essa merda de novo no rosto e sai daqui!
- Não! Eu quero a Lydia.
- Sai daqui antes que eu mude de ideia!
Fiquei olhando aquele olho azul que eu adorava, mas peguei a máscara e coloquei, pegando a katana e saindo dali.
Tinha de achar Beta. Se minha filha estava com Rick, eu iria achá-la.

Red Queen - A Rainha VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora