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Algumas semanas antes:

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Algumas semanas antes:

Escutei baterem na porta e suspirei, levantando a cabeça e olhando a parede.
- Lexie?
Fechei os olhos. - Merda. - Sussurrei. - Espera aí! - Gritei, levantando.
Passara a manhã inteira junto da privada, com um mal estar épico.
Respirei fundo e saí para o quarto, vendo Beta me olhando, esperando.
- Você está bem?
Revirei os olhos, pegando a bolsa da katana e colocando nas costas.
- Sim, minha filha foi viver com o pai, que não sabia da sua existência, na comunidade do homem que quer me matar. Ou queria... - Sorri. - Sim, estou ótima.
Beta se aproximou e parou bem na minha frente.
- Vai tudo dar certo, Lydia vai voltar.
Suspirei. - E tem o Dário. Sinto falta dele.
Beta revirou os olhos, sorrindo. - Lydia, Daryl e Dário.... Lista grande, hein?
- Cala a boca. Vamos.
Beta saiu na minha frente e eu respirei fundo, olhando suas costas, sentindo aquele mal estar regressando.

- Lexie.
Olhei Cloe, que entrara na sala e esperei.
- O cara de Alexandria está aqui.
Levantei da cadeira, pronta a sair dali e abrir a cabeça de Rick na porrada.
- O quê?
Beta percebeu e se colocou entre mim e Cloe.
- Espera, Lexie. - Ele olhou Cloe. - Qual cara?
Cloe olhou ele. - Daryl.
Senti uma tontura tomando conta de mim, mas tentei controlar. Daryl estava  ali?
Assenti. - Tá, manda ele entrar. - Pedi e Cloe sumiu. Olhei para Beta. - Eu preciso falar com ele.
Beta franziu o cenho. - Lexie, ele...
- É sério. É o pai da minha filha.
Beta assentiu e se aproximou da porta. Mas nesse momento, ela abriu e Daryl entrou.
Os dois se olharam por alguns minutos e depois Beta saiu e Daryl se aproximou.
- Problemas? - Perguntei.
Ele ficou calado mas depois negou com a cabeça.
- Vim apenas ver como estava.
Não sei o que deu em mim, se foi a forma como ele falou, o facto de dormir pouco desde que Lydia fora embora, a pressão por conta de tudo o que estava acontecendo... Só sei que sentei na cadeira e fechei os olhos.
Escutei algo cair no chão e abri os olhos. Daryl largara a besta e se abaixara na minha frente.
- O que está acontecendo? Você está bem?
Uma luta estava sendo travada na minha mente. Uma parte queria que eu falasse a outra não, mas era o Daryl, o homem que eu amara toda a minha vida.
Suspirei. Que se dane, pensei.
- Daryl, eu preciso falar com você.
Ele assentiu, mas depois ficou bastante sério.
- O que houve?
Respirei fundo e encarei. Era agora ou nunca.
- Estou grávida.
Daryl se afastou como se eu tivesse queimado ele e isso doeu, mas me mantive ali.
Ele andou de um lado para o outro e depois parou, de cenho franzido. Se aproximou, afastou de novo, para depois se aproximar novamente.
- Sério?
Revirei os olhos. - É seu. Não estive com mais ninguém nesse apocalipse.
Daryl olhou pela janela e depois para mim de novo, parecendo perdido.
- E agora?
Dei de ombros. - Posso procurar medicamentos ou...
- Não! - A resposta foi imediata. Daryl sentou na outra cadeira, parecendo nervoso. - Quer dizer, não vai matar ele.
- Daryl, eu não sei o que fazer, tá? Não vivemos num mundo normal. Tipo, eu sei como fazer, a parte de ser mãe, mas con a Lydia foi diferente. Não estávamos vivendo num mundo morto.
Daryl levantou e abaixou de novo na minha frente, me olhando.
- Michonne teve o R.J, ele está bem. Olha a Judith, ela nasceu nesse mundo. É...
Respirei fundo. - E você?
- Eu?
Assenti. - Vai continuar aparecendo por aqui? E depois que a criança nascer?
Daryl ficou me olhando por tanto tempo, que achei impossível. Depois sorriu fraco e olhou para baixo.
- Eu... Eu fiz a coisa errada antes, não quero fazer de novo. - Ele ergueu o olhar para mim. - Ficarei do seu lado, sempre.
Sorri. - Teremos de convencer a Lydia.
Ele sorriu de novo. - Daremos um jeito. Nem que a gente traga o Negan para cá.
Encostei na cadeira, suspirando.
- Só se for para eu matar esse desgraçado.
Desde esse dia, Daryl vivia entre Alexandria e Arcadia, o que era ótimo pois isso me fazia sentir melhor e assim eu tinha notícias da minha filha com frequência.
Beta estranhou, mas se manteve calado. Mas o ambiente entre eles não era nada bom.
Daryl dormia quase todas as noites comigo ou surgia durante o dia e eu me sentia bem por ter ele de volta para mim. Era como se, finalmente, eu estivesse em casa.

Dário:

Descobrir que Lydia era filha da Lexie com o caipira, fora um choque! Nunca na minha vida pensara numa possibilidade dessas. Mas agora, olhando aquela garota, eu pude ver as semelhanças.
Ela se aproximou, sorrindo e sentou do meu lado.
- Caiu da cama?
- E você?
Ela deu de ombros. - Daryl saiu e não voltou. Estive com o Carl, mas não consegui dormir quando voltei para casa.
- Com o Carl?
Lydia me olhou. - Não é nada disso.
- Tá. - Eu ri. - Mas me fala, quando vai voltar em Arcadia?
Vi ela suspirar e depois dar de ombros.
- Não sei.
- Lydia, a Lexie continua sendo a mesma Lexie, só mudou que é sua mãe. Acho que você deveria sentar e conversar com ela.
- Mas ela...
Ergui as mãos e ela silênciou.
- Não estou dizendo que você não esteja magoada e com raiva. Mas a verdade é que ela te criou, e sem o Daryl.
- Beta também me criou.
- É diferente. Imagina, só por um segundo, o que a Lexie deveria ter sentido ao descobrir que estava grávida do cara que mandou ela embora? A força que ela teve para, com dezanove anos, dar a luz uma criança.
Vi que ela pensava no assunto. Lexie era a melhor amiga da Lydia, Beta era o protetor dela, mas eu conhecia aquela garota de uma forma que nenhum dos dois conhecia.
Lydia costumava falar comigo quando se sentia confusa ou pressionada, já que achava que se falasse com Lexie ou Beta, eles não iriam entender.
- Tá. - Respondeu. - Pode até ter razão. Eu sei que fui injusta, já entendi, mas... Eles mentiram.
- Grande coisa. Daryl sabia, escondeu e você está aqui.
Ela ficou me olhando e escutamos o portão abrir.
Algumas garotas entraram, todas elas armadas, e eu reconheci como sendo de Oceanside. O que elas estavam fazendo aqui?
E depois vi uma delas, a que liderava o grupo, olhar para mim, sorrir e erguer a mão em jeito de cumprimento.
Lydia riu e bateu com o cotovelo no meu braço.
- Substituindo minha mãe?
Eu ri. - Cala a boca. - Depois olhei ela. - Você escutou o que disse?
Ela suspirou e assentiu. - Ela é, né?
Coloquei um braço sobre os ombros dela e sorri.
Lydia era uma boa garota.

Red Queen - A Rainha VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora