Todos pensavam que tinha terminado. Rick e seu grupo, pensavam que tudo tinha terminado com a queda de Negan... mas estavam enganados.
O que eles não sabiam, era que algo tão tenebroso quanto Negan, se escondia no meio da floresta, algo mais forte...
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Lexie:
Senti meu corpo reagindo de novo e escutei sons á minha volta. Não. Era apenas um som. Como se alguém estivesse dormindo bem perto. Abri os olhos, com bastante dificuldade, e olhei em volta, procurando o som. Era Beta. Vi ele deitado num cadeirão, dormindo profundamente e com um curativo na perna. Que raios acontecera? Então, do nada, senti meu corpo relaxando, a dor ficando mais fraca e meus olhos ficando pesados, me levando de novo para cenários esquecidos e sonhos estranhos...
Anos antes...
- Por acaso sabe o que está fazendo? - Perguntei, olhando por cima do ombro do meu pai. - Alguma vez passou fome? - Não, mas... - Então leva os pratos para a mesa e deixa o chefe aqui. Revirei os olhos. - Chefe. Uhum, sei. Coloquei os pratos na mesa e alguém tocou na porta. Olhei meu pai. - Abre, devem ser eles. Respirei fundo. - Minha nossa Senhora. Abri a porta e Merle me deu aquele sorriso idiota dele. - É aqui que vai ser servido o jantar? Trouxe o vinho! - Entra Merle! Me deixa ver que merda você trouxe, rapaz. - Gritou o meu pai lá da cozinha. Daryl entrou depois, meio sem jeito, olhando o irmão. Depois seus olhos poisaram em mim. - Desculpa, o Merle... - Eu sei. Entra, está bastante frio, preciso fechar a porta. Daryl olhou a cozinha e depois para mim de novo e eu me aproximei, dando um selinho nos seus lábios. - Já tenho seu presente. - Falei. Daryl ficou petrificado, me olhando. - Presente? Lexie, é... - Tá tudo bem, eu não preciso de presente. Só que vi aquilo e pensei em você. Tipo, tinha de ser seu, sabe? - Hum. Peguei ele pela mão. - Vem. Merle falava alto com o meu pai, o velho conhecia aqueles dois desde que eles nasceram. Daryl me ajudou com a mesa e depois esperou do meu lado. Assim que meu pai surgiu, carregando uma panela nas mãos, olhou Daryl. - Oi Daryl. - Boa noite, senhor Stevens. - Que é isso? Veio passar o Natal na minha casa, me chama de Tom. O jantar se passou sem que Merle arruinasse tudo. Mas o vinho que ele trouxera, deixou eles bastante animados, fazendo a maior gritaria naquela casa. No final, peguei a caixa e entreguei para o Daryl, que abriu meio sem jeito. - Deixa eu adivinhar. - Disse Merle, de copo na mão. - Cunhadinha, você deu ao meu irmão, algo que ele vai adorar despir de você, acertei? - Merle! - Falou Daryl, mudando de cor. - Cala a boca, imbecil. - Falei. Merle riu que nem doido, mas meu pai se concentrou na caixa. Daryl abriu, hesitando, e depois seus olhos se iluminaram e eu soube que tinha feito a escolha certa. Ele pegou o colete e ergueu na sua frente. - É isso? - Perguntou Merle. - Deixa ver o que tem aí. - Pediu o meu pai. Daryl virou ele e Merle sorriu, vendo as asas bordadas nele. - É legal! Mandou bem, hein cunhadinha. Revirei os olhos e sorri para Daryl. - E aí, gostou? Daryl me deu um sorriso torto.
Agora...
Abri os olhos de novo. Credo, eu tinha de parar de sonhar com coisas que eu preferia esquecer. Olhei em volta, Beta sumira e uma luz entrava pela janela. Era dia, já. Tentei sentar na cama, mas uma dor forte me fez fechar os olhos e gemer de dor. - Vai com calma, pantera! O ferimento é fundo e você levou pontos. Não são profissionais, mas deu pro gasto. Abri os olhos e Beta entrava com algo nas mãos, que colocou na mesinha do meu lado e depois me ajudou a sentar na cama. - Oi, bela adormecida. - Dormi por quanto tempo? - Dois dias. Sem contar com o dia que eu te trouxe, desacordada. Olhei minha barriga. - Você tratou do ferimento? - Está vendo aqui mais alguém? Olha eu sei que não sou nenhum médico, mas limpei, fechei, suturei e até dei remédio para você. Vai ficar ótima. - Beta colocou a mão na minha testa. - E a febre baixou. - E o que foi isso na sua perna? Ele olhou para baixo e depois deu de ombros. - Pegar os remédios teve um preço. - O quê? Você poderia ter morrido! - Tá, tá. Agora come. Ele colocou frutas na minha frente. Franzi o cenho. - Onde achou isso? Beta sentou no cadeirão, sorrindo. - Tem uma árvore atrás da casa. Depois de eu comer alguma coisa, Beta me passou os remédios e depois olhei ele. - Quero voltar para casa. - Calma, ainda não pode ficar andando por aí. - Beta, eu preciso voltar! Rick... Ele ergueu as mãos. - Rick fez de Arcadia uma aliada de Alexandria, pelo que está tudo bem. Dário está no comando da sua comunidade, não se preocupa, o garoto sabe o que faz. Além disso, seu namoradinho fica por perto, no caso de você aparecer, então é como se fosse um vigia extra. Franzi o cenho. - Espera! O quê? Aliada de Alexandria? Beta, Arcadia é minha! Beta ergueu uma sobrancelha. - Curioso que você não tenha negado a última parte. Bufei, impaciente. - Daryl não é meu namorado! Agora me explica, que história é essa? Beta deu de ombros. - Tudo o que sei, é que a guerra acabou e agora é todo mundo amigo e tal. Negan ficou com a gente, já agora. Se recusou a regressar para uma cela. Não sei de mais nada. Assenti, sentindo uma dor de cabeça enorme. - E onde estamos? Porque você está aqui? - Nos subúrbios da cidade, e eu saí para procurar você. - Sorriu. - Achei antes do caipira. Assim que ele mencionou Daryl de novo, lembrei de algo extremamente importante, sentindo meu coração batendo que nem doido. - A Lydia? Beta suspirou. - Ela está bem. Dário protege ela, além disso... - Espera! Eu mandei você proteger ela! Beta continuou como se eu não tivesse interrompido. - Além disso, pedi ao Negan para proteger ela antes de sair. - VOCÊ PEDIU PARA O NEGAN? Você contou? - Não. Passei a mão pelo cabelo. - Negan é esperto, ele vai saber. Ele vai contar para o Daryl e para a Lydia e não pode! - Para de gritar, doida! - Você que deveria ter ficado lá! Só três pessoas nesse mundo sabem a verdade e uma delas já está morta! - Lexie... - Você foi confiar naquele homem? Nós matámos Salvadores, destruímos parte do Santuário! Acha mesmo que ele vai ajudar? - Lexie, Negan se aliou a você! - Ele estava em Alexandria! - Como prisioneiro! - Nesse ponto, já Beta gritava comigo também. - Ele gostou de você, agora que sua fúria estava focada no Rick. E mesmo que ele perceba a verdade, ele irá proteger a sua garota! Fechei os olhos, tentando me acalmar, mas era impossível. Abri de novo e olhei ele, falando num tom de voz normal. - Eu perdi ela uma vez, por anos! Não posso perder de novo. Beta assentiu. - Lydia ficará bem. Negan é um ótimo guarda e Dário não deixará ela sair de Arcadia. - Espero que você esteja certo. Para seu próprio bem. - Mas, me explica uma coisa. - Pediu ele, me olhando. - Quando eu achei a Lydia, ela tinha uma daquelas pulseiras com o nome das crianças, no caso de elas se perderem da escola, sabe? O mais estranho é que a dela dizia "Lydia Dixon". E tem outra coisa estranha, o cara lá de Alexandria tem o mesmo sobrenome... Coincidência? Revirei os olhos. - Eu te odeio. Beta riu. - Como se eu acreditasse. Mas... ele é da família dela? Mordi o lábio, mas sabendo que tinha de enfrentar a verdade. Olhei ele. - Daryl Dixon é o pai da Lydia.