O Beta de antes...
A porta abriu e Beta escutou Jenny falando. Ela vinha falando sozinha?
Ele pegou a toalha e jogou em cima da cama, nem se importando em vestir a camiseta, e espreitou para a sala.
Jenny colocava a bolsa em cima do sofá, mas trazia algo nos braços, ou melhor, alguém. Franzindo o cenho, Beta se aproximou.
- Traz trabalho para casa agora?
Jenny sorriu e olhou ele, antes de olhar a menina que tinha no colo.
- Oi amor. - Ela deu um selinho nele, se afastando de novo. - Então, Beta, essa é a Lydia, Lydia esse é o Beta. A gente chama ele assim, para ele saber que não é o Alpha da casa. Ele vive se achando.
- Engraçadinha. - Ele pegou na menina.
- Nossa, você gostou dela.
Beta sorriu. - Porque ela está aqui?
- A mãe dela está fazendo turno duplo e o avô chega daqui a duas horas. Ele me pediu para cuidar dela até ele chegar.
Lydia sorriu para Beta. - Duas horas? Uau! Vamos nos divertir bastante!
Jenny cruzou os braços. - Desde quando você gosta de criança?
Beta olhou ela. - Desde sempre.
Jenny ficou vendo Beta desaparecer com a menina, quando regressaram, Beta colocou a menina sobre o tapete enorme da sala e ficou brincando com ela o tempo todo.
- Jenny! - Gritou Beta. - Vem cá!
A mulher saiu da cozinha correndo e parou vendo o marido sorrindo. Ele olhou ela e depois indicou Lydia.
- Vê só. - Colocou a mão no peito da menina. - Lydia. - Disse ele, tirando a mão.
A menina esticou o braço e tocou na mão enorme dele.
- Be... Be...pa!
Ele riu e Jenny teve de juntar seu riso ao dele.Anos depois...
Beta saiu do carro, batendo com a porta e entrando no infantário. Parou, olhando em volta. Tudo estava vazio.
- Jenny! - Gritou.
Nada. Ninguém respondeu.
Beta correu na sala que sabia ser a da sua esposa, mas tudo estava revirado e vazio.
Saiu correndo na rua, de novo, olhando em volta. Onde estava Jenny?
Viu aquelas coisas no cimo da rua e entrou no carro, saindo dali, tentando pensar para onde as crianças eram levadas em caso de catástrofe. E depois lembrou!
Dirigindo que nem louco, Beta percorreu os subúrbios, chegando num grande edifício térreo, cinzento, cercado por uma vedação.
Saiu do carro e correu para a porta.
- Jenny!
Ele nem queria saber se aquelas coisas iriam escutar, só precisava achar sua esposa para sairem dali.
Entrou, chutando a porta quando ela se recusou a abrir e escutou a voz de uma mulher. Seguiu o som, mas não estava preparado para ver o que estava numa das salas.
Uma mulher que Beta não conhecia, estava de joelhos, mexendo no corpo morto de uma criança. Á sua volta, mais crianças mortas, cobertas de sangue... e Jenny, junto da auxiliar que trabalhava com ela. Mortas.
Ele ficou petrificado, vendo o corpo morto da esposa. Lembrava dela essa manhã, sorridente, se despedindo para ir trabalhar e agora estava morta.
- Bepa!
Ele olhou para o lado e viu uma criança, viva, sorrindo para ele. Era Lydia, maior do que da última vez que vira ela.
A mulher olhou para trás e viu Beta, levantando, suas mãos pingando sangue.
- Oi, tudo bem? - Indicou os corpos. - Estavam surtando.
Lançando um último olhar a Lydia, Beta agarrou a mulher pelo pescoço, batendo com a cabeça dela na parede. Ela tentou se soltar, mas Beta jogou ela no chão, apertando seu pescoço.
- Eu ajudei. - Disse ela. - Estavam mortos... de qualquer jeito!
- Era minha mulher! - Gritou ele.
Beta bateu com a cabeça dela uma e outra vez, no chão, até esmagar e pedaços de sangue e pele começarem a voar em todas as direções.
No final, ele se afastou, sentando junto da parede e chorando. Jenny estava morta. Ele nem chegara a tempo!
Sentiu algo tocando na sua mão e ergueu a cabeça, assustado.
Lydia estava de pé, junto de si, olhando ele.
- Não chora, Bepa.
Ele sorriu. Aquela menina tinha de sair dali. Ele viu que tinha uma pulseira no seu pulso e pegou o braço dela. Lydia Dixon. Tirou a pulseira e guardou no bolso do casaco.
- Vamos embora daqui. - Esticou os braços para ela.
- Mamãe e vô? - Perguntou a menina quando Beta pegou nela e levantou.
- É. - Beta limpou as lágrimas. - Vamos achar sua mãe e seu avô.
Beta saiu do edifício, sujo de sangue, com Lydia num dos braços e uma arma na outra mão, debaixo do sol quente.
Agora eram só eles os dois. E iria manter Lydia viva.Sobreviver no que parecia ser o apocalipse já era difícil, então com uma criança tão pequena... Mas até o momento, Lydia estava bem. Estava viva, pelo menos.
Com seis anos, Beta ensinou ela a usar uma arma e uma faca e parecia que a menina tinha uma facilidade enorme em aprender.
No fim do dia, quando estavam de volta na casa que tinham invadido, Lydia sentou no sofá, parecendo estranha.
Beta largou a mochila no chão e se aproximou.
- Você está bem?
Ela suspirou e olhou ele.
- Eu não sou boa nessas coisas, eu não consigo sobreviver nesse mundo.
Beta sorriu e tirou o cabelo do rosto dela, vendo uma cicatriz que ela tinha ma cabeça.
- Você é sim.
- Tá falando isso só para me animar.
- Não, é a verdade.
Ela sorriu e rodeou ele com os braços, apertando, e colocando sua cabeça no peito dele.
- Obrigada Beta.
Ele abraçou a menina.
- Eu te adoro. Desculpa por não acharmos sua mãe.
Ela deu de ombros. - Não lembro dela, já nem do som da sua voz. Provavelmente ela está morta. Além disso, gosto de você. É como se fosse meu pai.
Beta apertou Lydia nos seus braços e beijou a cabeça dela.Depois...
- Beta!
Ele correu, cortando a cabeça de um zumbi, e viu Lydia encostada num carro, com um morto tentando morder ela.
Rodou a adaga na mão e cortou a cabeça dele, afastando da menina, agora com dez anos.
- Você está bem?
Ela assentiu. - Valeu. Perdi minha arma.
Beta pegou ela e entregou de novo para Lydia.
- Vamos, não podemos ficar por aqui.
Os dois se afastaram, caminhando em direção da floresta.
Lydia segurou o braço dele, fazendo Beta parar, e depois limpou algo no seu rosto.
- Não me diz que era cérebro dessa vez?
Ela riu. - Não, só sangue.
- Ótimo. - Ele puxou ela para si e abraçou com um braço. - Vamos achar um lugar bom pra você. Seguro.
- Com você.
Ele sorriu. - Claro, achou que eu iria onde?
Sujos de sangue, cansados e esfomeados, Beta e Lydia pararam por dois minutos. Ele tirou comida e água da mochila e entregou a ela. Lydia olhou a comida e depois para Beta.
- E você?
- Estou bem. Come.
Enquanto Lydia comia, Beta olhou em redor, franzindo o cenho. Tinha algo errado.
Retirou as adagas do cinto e se aproximou da garota.
- O que houve? - Perguntou ela.
- Se levanta devagar. Acho que temos companhia.
Lydia levantou e se colocou ao lado de Beta, segurando sua arma.
Do nada, apareceram pessoas vestidas de negro, carregando arcos e mirando as cabeças deles.
Beta colocou um braço em frente de Lydia, olhando em volta e depois para o homem na sua frente.
- Quem são vocês? - Perguntou o homem.
- Ninguém. Vamos embora.
Ele sorriu. - Não teria tanta certeza.
Beta abaixou as adagas. - Olha, não queremos problemas, mas não me obrigue a ter de lutar. E ela é só uma criança.
O homem olhou para o outro e depois para Beta de novo.
- Tem um grupo?
- Não, somos apenas nós dois.
- Temos uma comunidade. Comida, proteção, lugar para dormir... Estariam interessados?
Beta olhou Lydia, sem saber o que fazer, mas depois suspirou.
- Se não der certo, podemos sair?
- Claro, a Rainha não é nenhuma psicopata.
Beta franziu o cenho. - Rainha?Assim que chegaram perto da comunidade, Lydia indicou os muros. Beta olhou eles, segurando ela bem perto de si.
Parecia ser real, mas e se não fosse? Nada poderia chegar naquela menina.
O homem que seguia na frente, o mesmo que falara antes, fez sinal para alguém no topo dos muros e alguém abriu eles.
A grandeza da comunidade fez Beta olhar em redor. Tinham pessoas, crianças, cavalos...
- Bem vindos a Arcadia. - Falou o homem.
Beta olhou Lydia. - Se mantém junto a mim.
Ela assentiu.
Beta imaginou a imagem deles, sujos de sangue, armados, entrando naquele lugar. Deveriam parecer selvagens.
Depois percebeu a presença de duas pessoas na frente da casa grande. Um homem e uma mulher.
O homem estava armado e vestido de negro, como os outros. A mulher também vestia roupas negras, mas tinha os olhos claros, cabelos negros e uma katana nas costas. Olhava eles de forma estranha.
- Quem são vocês? - Perguntou o homem.
Beta olhou ele e depois a mulher. Deveria ser a Rainha, certo?
- Sou o Beta, ela é a Lydia.
A mulher franziu o cenho e olhou a menina. - Lydia?
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Red Queen - A Rainha Vermelha
FanfictionTodos pensavam que tinha terminado. Rick e seu grupo, pensavam que tudo tinha terminado com a queda de Negan... mas estavam enganados. O que eles não sabiam, era que algo tão tenebroso quanto Negan, se escondia no meio da floresta, algo mais forte...