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Levava Elena no colo, andando por Arcadia

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Levava Elena no colo, andando por Arcadia.
O vento brincava com as folhas das árvores, fazendo elas balançar e eu ergui o dedo, mostrando a ela. A menina olhou, sorrindo.
Depois fomos junto dos cavalos e me aproximei do meu, deixando ela esticar a mãozinha e fazer carinho nele.
- Ensinando a ser uma rainha?
Olhei para trás e vi Negan, de mãos nos bolsos, nos olhando.
- Ela é uma rainha, não precisa de aprender a ser uma.
Ele riu. - Tá. - Depois ficou olhando a menina e me olhou. - Posso?
Assenti e deixei ele pegar Elena.
Fiquei observando enquanto Negan sorria para a minha filha e falava de forma estranha.
Ele me olhou. - Eu e minha esposa não tivemos a chance de ter um.
Mordi o lábio. - Lamento.
Ele negou com a cabeça, sorrindo. - Foi melhor assim. Eu não consegui proteger ela, imagina uma criança.
Percebi movimento vindo na nossa direção e olhei, vendo Dário se aproximando.
- Rick chamou pelo rádio.
- Problemas?
- Não, ele quer saber se Arcadia alinharia num encontro entre comunidades, parecido com o que aconteceu no Reino. Eles têm um tratado para assinar.
Olhei Negan e ele deu de ombros e depois olhei Dário de novo.
- Eu... Bom, tudo bem.
Dário fez um sorriso enorme e eu revirei os olhos, imaginando a razão. Connie tinha ido em Alexandria, junto com os outros, e ele deveria querer ver ela.
- Pára com isso, Lex.
- Ora, vai negar que quer estar com a Connie?
- Claro que quero. Você não quer estar sempre perto do Daryl? Então.
Sorri. - Fico feliz que vocês estão bem. Ela é muito legal. E é perfeita para você, porque assim você consegue ficar todo o dia falando que não tem problema de ela te interromper dizendo que você é um chato.
Dário me agarrou. - Idiota!
Eu ri, me libertando. - É verdade! Você não sabe calar a boca.
Vi Daryl entrando pelo portão, junto com o Dog e olhei Negan.
- Pode segurar Elena por dois segundos?
Ele sorriu. - Claro.
Me afastei, escutando Dário falar algo sobre eu ser igual a ele e olhei para trás, erguendo o braço e mostrando do dedo do meio. Depois parei junto de Daryl e beijei ele.
- O Beta?
Daryl indicou o portão e vi Beta entrando, acenando para mim e indo na direção da filha, erguendo a mão e bagunçando o cabelo de Lydia.
- Como foi? - Perguntei.
- Legal. Uns mortos apareceram, mais do que aqueles que conseguiríamos aguentar e o Beta decidiu brincar ao Halloween, mas eles se afastaram.
Eu ri e depois pedi um segundo, erguendo a mão. - O quê?
Daryl ergueu as mãos, mexendo elas e fingindo colocar uma máscara.
- Ele colocou aquela máscara horrível  e saiu andando torto. Sabe? Ele realmente se parece com um zumbi, tem certeza de que Beta não é um?
- Idiota.
Ele sorriu. - É, você sempre me chamou idiota.

Muitos anos antes...

- Droga! Caminhão idiota!
Gritei, batendo com a chave no motor.
Lancei ela no chão, colocando as mãos na cintura e bufando de raiva.
Eu estava suja por estar consertando aquela merda, cansada e começava a ter fome. Não era uma boa combinação.
- Aí Lexie, se quiser ajuda é só dizer.
Olhei para o lado e vi Merle Dixon saindo de sua casa.
- Vai á merda, Merle!
Ele riu. - Vou na cidade, quer alguma coisa?
- Quero sim. Se perde por lá!
- Que é isso, cunhadinha?!
- Não sou sua cunhada! - Gritei e peguei a chave que lançara no chão. - Vem cá dizer isso! Abro sua cabeça na hora!
Senti alguém atrás de mim, agarrando minha mão e tirando a chave. Nem falei nada porque reconheci aquele toque.
Merle foi embora, rindo e eu rodei, vendo Daryl. Estreitei os olhos.
- Deveria ter deixado abrir a cabeça dele!
- É o Merle. Era capaz de ele, mesmo assim, sair rindo e dizendo besteira. De novo? - Ele indicou o caminhão.
- É. E você é um idiota!
- Porquê? - Ele parecia confuso.
- Porque deveria falar as verdades para o Merle! E dar uns socos nele.
Daryl riu. - Acredita, já brigamos o bastante.
Percebi que ele tinha um saco de papel na mão e indiquei ele.
- O que é isso? A dona de casa foi ao mercado hoje?
Ele revirou os olhos. - Não. Eu sei que quando você fica dando uma olhada no caminhão, perde a noção do tempo. Deve ter fome, certo?
Estreitei os olhos. - Você lê mentes, agora?
- Acertei, né?
Eu sorri. - É meu pai, também?
- Deixa de besteira, garota! - Me entregou o saco. - Credo, ninguém nem pode mais ser simpático com você?
Sorri e abri o saco, olhando Daryl.
- Sério?!
Ele cruzou os braços. - Tá vendo?
Sentei nas escadas da minha casa, limpando as mãos e depois retirei o pedaço de bolo que estava no saco. Era meu preferido. Red Velvet com cobertura de chocolate.
Daryl sentou do meu lado e olhou o caminhão.
- Quer ajuda?
Olhei ele. - Até que quero sim. Obrigada, Daryl.
Coloquei o braço por cima dos seus ombros e beijei o seu rosto, antes de voltar para o meu bolo, mas depois percebi que ele ficara muito quieto.
- Dixon?
Ele franziu o cenho. - O que foi isso?
Revirei os olhos. - Foi algo como um agradecimento. Não posso? Credo, caipira, você é meu melhor amigo. Quer dizer... Ah, esquece. - Sorri. - Amigos podem fazer essas coisas, não?
Ele deu de ombros. - Não sei. Você é minha única amiga.
Secretamente, aquilo me deixou orgulhosa e com um sentimento estranho.
- Valeu, o bolo é fantástico. Meu preferido.
- Eu sei. Conheço você o suficiente para saber disso.
Sorri. - Idiota.

Red Queen - A Rainha VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora