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Brinquei com sua mão na minha, enquanto sentia sua respiração no meu pescoço

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Brinquei com sua mão na minha, enquanto sentia sua respiração no meu pescoço.
- Você não vai ficar, né? - Perguntei, já sabendo a resposta.
- Não. Tenho de voltar.
Assenti. - Está escurecendo, assim que a noite cair, eu te ajudo a ir embora, se quiser.
Ele assentiu.
- E o Dog? - Perguntei.
Ele riu. - Na verdade, ele está lá em baixo.
- Sério? Não saberão que você está aqui?
- Lexie, o cachorro é seu, ninguém suspeita de nada. - Daryl tirou um cabelo do meu rosto. - Vocês deveriam parar, você e o Rick.
Respirei fundo. - Ele começou, lembra?
- Você matou a Sasha e os Salteadores.
- Ele matou o Dário e nem deixou o corpo. - Me mexi para conseguir ver seu rosto. - Eu perdi tudo, Daryl, esse povo aqui é só o que resta, não posso perdê-los. Assim como não posso perder você e isso pode ser um problema.
Ele franziu o cenho. - Problema?
Assenti. - Você acabou de dormir com o inimigo, Rick vai adorar.
- Pfff. Ele não vai saber.
Senti que ele tinha algo mais a dizer, e rodei, ficando de barriga para baixo, me apoiando nos cotovelos, e olhando seu rosto. Afastei seus cabelos dos seus olhos, e aquele olhar que eu conhecia faz tempo, me encarou. Era o mesmo Dixon que eu conhecera, mas mais velho e, diga-se, mais bonito.
- Quê? - Perguntou, um doce de simpatia.
Neguei com a cabeça. - Nada.
- Lexie...
Bateram na porta e eu pulei de susto. Olhei ela.
- O que é? - Gritei.
- Lexie, a segurança está tratada nos pontos que você queria.
Suspirei. - Certo, obrigada Beta. Te vejo pela manhã.
- Boa noite, rainha.
- Boa noite, Beta.
Esperei, escutando os passos pesados de Beta sumirem pelo corredor e depois suspirei. E foi quando percebi o olhar de Daryl em mim.
- O que foi?
- "Boa noite, rainha." - Daryl imitou o tom de voz de Beta.
Eu ri. - Sério? Ciúmes, agora?
- Hum.
- Na ausência de Dário, Beta se tornou o líder dos guerreiros, da parte da segurança, ele sempre me tratou assim.
- Tudo bem.
Sorri e beijei Daryl.

Assim que chegámos no portão que apenas eu e Dário sabíamos da existência, Dog levantou, todo feliz.
Abaixei junto dele e fiz carinho.
- Que bom ver você, Dog.
Depois, levantei e fiquei na frente de Daryl.
- Obrigada por vir.
Ele assentiu. - Não machuca o Carl.
Revirei os olhos. - Não faço isso com crianças.
- Se o Rick... Se algo a acontecer...
- Você virá do lado dele e não saberá quem proteger, por isso nós deveríamos parar. Eu sei Daryl. - Abracei ele e depois dei um selinho nele. - Vai, ninguém verá você.
Daryl assentiu, ajeitou a besta no ombro e passou o portão, chamando Dog e desaparecendo no meio da noite.
Tranquei e peguei a chave, respirando fundo. Por algum tempo, eu tivera meu Daryl de volta, ao fim de tantos anos, e isso foi fantástico, mas agora era hora de regressar ao serviço.

 Por algum tempo, eu tivera meu Daryl de volta, ao fim de tantos anos, e isso foi fantástico, mas agora era hora de regressar ao serviço

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Dário:

Fechei os olhos, sentindo a dor passar finalmente depois de ter tomado o analgésico que o médico me dera.
Porque não me deixavam morrer e pronto? Poupavam tempo, remédios, comida... enfim, um sem fim de coisas que faziam questão de esfregar na minha cara.
- Você ainda tá acordado?
Abri os olhos ao escutar a voz da menina e sentei na cama. Do lado de fora da janela, estava a filha de Rick, sentada de costas para mim, mas esperando uma resposta.
- Já não deveria estar na cama? - Perguntei.
- Não tenho cinco anos! - Respondeu ela, muito dona de si.
- Tá, tudo bem. - Revirei os olhos. - Escuta, seus pais não vão gostar de ver você aí, muito menos falando comigo.
- Eles estão numa reunião com o conselho. Vai demorar.
Sorri, balançando a cabeça, ela me fazia lembrar alguém.
- Você sempre fala com os prisioneiros?
Vi ela dar de ombros. - Falava com o Negan, ele sempre foi legal comigo e me ajudava com o dever de casa.
Franzi o cenho. - Qual dever de casa? Nesse fim de mundo?
- Estamos tentando criar uma civilização. Meu pai diz que antes, os garotos tinham que ir na escola.
Assenti. - Sim, antes do fim do mundo.
Ela me olhou. - Que fim do mundo? Não estamos aqui?
- Estamos, mas...
- Então se estamos, o mundo não acabou! Porque se tivesse acabado, tudo estava morto e destruído.
Ela tinha razão nesse ponto.
- Me fala, a Lexie é sua amiga? - Perguntou.
Olhei ela, sem saber o que merda eu iria responder. Judith parecia realmente interessada.
Passei a mão pelo rosto, cansado.
- É, ela é sim.
A menina olhou o chão. - Ela tem meu irmão.
- Lexie nunca machucaria ele.
- Certeza?
- Absoluta. Ela deu abrigo para uma garota, mais ou menos da idade do Carl, aqui á uns tempos atrás. Lexie não machuca crianças.
- Carl não é uma criança.
- Não, mas você entendeu, que eu sei.
Ela suspirou. - Você é legal, mas... Não deveria estar morto?
Sorri. - Que raio de pergunta é essa, senhorita Grimes? Você sim, é uma criança.
- Ora, eu vi você chegando, vinha com um ferimento horrível.
- Seu pai pediu para o médico salvar minha vida. Acho que ele quer me trocar pelo seu irmão.
Ela me olhou e mordeu o lábio.
- É... Mas eu ouvi ele dizer que quer matar a sua amiga, mas não pode ppr causa do Daryl.
Franzi o cenho, aquilo chamara minha atenção.
- O cara da besta? Porquê?
- Não sei, acho que eles se conheciam antes.
Aquilo foi uma bomba e tanto. Agora várias peças se ligavam umas nas outras e faziam total sentido. Agora eu entendia a preocupação da rainha com o caipira.
Merda, como alguém poderia competir com aquilo?
- Dário?
Balancei a cabeça e olhei a janela.
- Desculpa, princesa, estava pensando.
- Você me chamou de princesa?
- Desculpa, foi mal.
- Não, não tem problema. Gostei, de verdade. - Judith me deu um sorriso enorme. - Sabe, acho que vou pedir para o meu pai te libertar. Gosto de você.
- Nem tenta, mocinha. Ele me odeia.
- No início meu pai odeia todo mundo. Ele odiava o Daryl, olha agora. Ele odiava a Tara, o Jesus... Enfim, ele odiava Alexandria.
Eu ri, não tinha como não rir com aquela pequena Grimes que era esperta demais.
- Judith, vai para casa, está tarde já.
De repente, escutamos vozes e um latido de cachorro. Eu reconheci como sendo Dog, o cão da Lexie que agora vivia atrás do Daryl.
Judith olhou o portão. - É o tio Daryl! Talvez ele tenha achado o Negan. Tchau, Dário.
- Tchau, princesa.
Judith correu na direção contrária e eu respirei fundo. Tinha de sair dali. Era estranho demais Rick me manter vivo todo esse tempo.
Passado um tempo, alguém surge junto da porta da cela e vejo que é Daryl.
Revirei os olhos.
- Algum problema? - Perguntei.
- Quem é o Beta?
Franzi o cenho, como ele sabia daquele homem?
- Um dos guerreiros, porquê?
- Soube que ele ele está ajudando a sua rainha com a segurança da comunidade. - Daryl fixou seu olhar em mim.
Sorri. - Vocês não querem mexer com o Beta, ele é o demônio em figura de gente.

Red Queen - A Rainha VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora