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Assim que acabei minhas tarefas no momento, regressei na enfermaria, vendo que Dário estava de pé, junto da janela, de braços cruzados

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Assim que acabei minhas tarefas no momento, regressei na enfermaria, vendo que Dário estava de pé, junto da janela, de braços cruzados.
Ele me olhou e sorriu.
- Como estão as coisas? - Perguntei.
- Tudo igual. Doc esteve aqui, Beta se mantém igual.
Assenti, olhando o loiro deitado na cama. Depois olhei Dário.
- Preciso de dois favores.
Ele franziu o cenho. - Fala.
- Primeiro, enquanto o Beta estiver aqui, eu preciso de alguém que mantenha o posto dele em ordem. A segurança não pode ficar sem liderança, apesar de aqueles homens saberem o que têm de fazer.
Dário sorriu. - É, Beta tem eles na linha. Mas tudo bem, eu assumo o cargo dele enquanto ele estiver aí. Qual é o segundo favor?
Suspirei, aquele era o mais difícil. Pensara muito sobre aquilo e tomara uma decisão.
- Preciso que mantenha esse demônio debaixo de olho. Eu preciso ir em Alexandria.
- O quê? Para quê? Sozinha? Ficou maluca de repente?
- Dário...
- O que raio você vai fazer lá?
- Preciso falar com o Rick, além disso, andei pensando e preciso falar com a Lydia também.
Dário se aproximou de mim. - Não vai ver o Daryl, vai?
Sem pensar, ergui a mão e dei um tapa na cara dele.
Ele pareceu surpreso. - Você me bateu!
- O que raio você pensa que eu sou? - Gritei. - Você que ficou maluco! Eu nunca trairia o Beta!
- Só perguntei, credo. Tá, eu fico de olho no pinga-amor enquanto você vai. Mas porquê ir sozinha?
Respirei fundo, me acalmando. - Porque assim arrumo minha cabeça pelo caminho. É muita coisa acontecendo.
Dário assentiu. - Tá mas toma cuidado.
Assenti. - Levarei o Boss.
Ele assentiu, sabendo que eu me referia ao cavalo.
Fui junto de Beta e toquei no seu rosto. Pelo menos ele estava respirando.
- Não demoro. - Beijei ele e me afastei, mexendo no seu cabelo. - Não morre enquanto eu estiver fora. É importante.
Me afastei e toquei no braço de Dário.
- Obrigada, Dário.
- De nada. Seja o que for que você vá fazer, eu tomo conta dele.
Sorri e saí da enfermaria.

Eugene abriu o portão para me deixar entrar e vi Michonne me esperando, do outro lado.
Desci do cavalo e fui até ela.
- Lexie. Problemas?
Neguei com a cabeça. - Não, para vocês não, pelo menos. O Rick?
Michonne franziu o cenho. - Foi em Hilltop, porquê?
- Então vou pedir a você. Eu preciso ver o Siddiq. Por favor.
- O Siddiq? O que aconteceu ao seu médico de Arcadia?
- Nada, mas o Beta teve um acidente e eu preciso urgentemente de uma outra opinião. Eu não acho que abrir o peito de um homem a sangue frio seja a solução.
Michonne pareceu ficar visivelmente perturbada. - Oh, espero que ele melhore rápido. Claro, a enfermaria é logo ali. Deixa seu cavalo comigo, eu levo ele para beber água e quanto você estiver com o médico.
Sorri. - Obrigada.
Andei até chegar na enfermaria e respirei fundo antes de bater na porta. Se Daryl me visse ali, tudo estaria perdido. E parecia que o médico demorava uma eternidade para abrir a porta.
Quando finalmene o fez, vi a surpresa exposta no seu rosto.
- Lexie? O que houve?
- Preciso de falar com você! Posso entrar?
- Claro. - Ele me deu passagem e eu entrei, olhando em volta. - Está tudo bem?
Olhei ele. - Pode trancar a porta?
Ele parecia confuso. - Ok... Pronto. O que está acontecendo?
Respirei fundo, olhando seus olhos negros. - Você cumpre o juramento de médico, né? Sobre não falar nada do que acontece dentro dessa enfermaria.
- Claro, mas porquê?
- Ótimo. Se perguntarem, eu vim por causa do ferimento do Beta. Ele foi atingido por uma explosão e o médico de Arcadia quer abrir o peito dele a sangue frio.
- O quê? Mas...
Ergui as mãos. - Já está feito, Beta está sedado agora e resta saber se ficará bem... ou se algum dia irá acordar. Enfim. Entendeu?
- Sim, tudo bem, entendi que é essa a versão que tenho de falar caso perguntem. Mas qual o verdadeiro problema?
- Preciso do aparelho de ultra-som que você tem aqui. E preciso de você para usá-lo.
Ele franziu o cenho. - O que... - E depois a compreensão surgiu no seu rosto. - Certo. Deita ali então.
Deitei na cama enquanto ele puxava a cortina para tapar a janela. Depois ele puxou o aparelho e sentou do meu lado.
- Pronta?
- Não realmente.
Ele sorriu e ligou, colocando aquela coisa na minha barriga, fazendo força.
Com os braços atrás da cabeça, eu batia com os dedos na minha própria cabeça, ansiosa.
- Lexie, precisa relaxar. Estou pegando seu batimento cardíaco e assim, se tiver algo errado, fica mais difícil.
Olhei ele, parando de bater os dedos.
- Errado? Então...
Ele virou o aparelho para mim e pausou a imagem.
- Você está grávida.
Fiquei olhando aquela imagem, aquele ser que nem era um ser ainda, mas que estava ali. Não sei o que senti, mas sei que a primeira coisa que eu fiz foi entrar em pânico.
- Calma. Ainda é cedo, mas é possivel escutar o bebê, se eu conseguir passar pelo seu batimento. Quer tentar?
Assenti, assustada demais para responder.
Siddiq apertou uns botões e ampliou umas imagens e, de repente, muito rápido, lá estava ele. Um batimento diferente do meu.
Cobri os olhos com as mãos.
- É... posso fazer uma pergunta?
Baixei as mãos e olhei ele. - Fala.
- Não é do Daryl, pois não?
Neguei com a cabeça. - Não. É do Beta.
Siddiq assentiu. - Vai em frente, né?
Suspirei, sentindo uma lágrima cair pelo meu rosto.
- E se eu perco de novo? Eu... Não quero perder, não posso!
Siddiq largou o aparelho e pegou na minha mão.
- Eu posso ajudar você. Eu posso acompanhar sua gravidez, se quiser. Você vem até cá, ou eu vou em Arcadia, por mim tudo bem.
Mordi o lábio. - Sério?
- Uhum.
- Tá mas...
- Você terá de ter cuidado. Nada de esforços exagerados, como quando salvou o Rick. Alguém sabe?
- Não.
- Tudo bem. - Ele levantou e fez sinal que eu poderia levantar. - Ainda tem aqui uns remédios... Eu vou dar a você e você vai tomar, todos os dias. Sem esquecer!
Assenti enquanto ele revirava o armário.
Ele se aproximou e me entregou um frasco cheio. - Deve dar para um mês, no final você volta, ou pede para eu ir lá. Se quer manter esse bebê, e depois do que aconteceu, precisa ser seguida por um médico.
Levantei e abracei ele, sem pensar muito no que estava fazendo.
- Obrigada, Siddiq. De verdade.
Me afastei e ele me sorriu. - De nada. E eu não vou falar nada. Essa responsabilidade fica com você.
Sorri, revirando os olhos e saí da enfermaria. Limpei as lágrimas e respirei fundo.
- Mãe?
Olhei para o lado e vi Lydia, me olhando, como se estivesse confusa.
Sorri. - Oi, Lydia.
Ela se aproximou, olhando a enfermaria. - O que você veio fazer aqui? E porque estava com o Siddiq? Você está doente?!
- Não, calma, estou bem. Na verdade, vim falar com ele por causa do Beta.
- Do Beta?
- Houve um acidente e o Beta foi gravemente ferido.
- O quê? Por favor, não me diz que ele...
- Não. Ele está vivo, sedado, mas vivo.
- Espera. - Lydia franziu o cenho. - Mas se ele está bem, o que o Siddiq tem que ver com isso?
- Doc queria fazer uma cirurgia no Beta, mas eu achei arriscado. Vim pedir sua opinião.
Fiquei olhando ela e depois suspirei, era minha filha.
Segurei as mãos dela e olhei nos seus olhos.
- Lydia, eu preciso falar uma coisa para você, mas tem de prometer que não fala nada pra ninguém. Muito menos para o Daryl.
- Tá, mas o que...
- Promete, Lydia! Eu vou falar com ele, mas primeiro tenho de contar para o Beta, mas só posso fazer isso quando ele acordar.
Lydia largou minhas mãos e franziu o cenho, me fazendo lembrar de Daryl.
- Tá, prometo. O que pode ser assim tão grave?
Respirei fundo. Que fosse o que Deus quisesse.
- Então... na verdade eu vim falar com o Siddiq porque, além do Beta, tem... Tem outra coisa. Você vai ter um irmão.
Lydia ficou petrificada, me olhando e eu comecei a pensar se teria sido realmente uma boa ideia. Então, de repente, Lydia me rodeou com os braços, abraçando forte.

Red Queen - A Rainha VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora