27

2.3K 218 14
                                    

Antes...

- Mamãe, mamãe, vô chegou!
Olhei a porta e vi Lydia correndo para os braços do meu pai, que já a esperava, sorrindo e perguntando como fora o seu dia. Não é necessário dizer que Lydia se lançou numa explicação cheia de detalhes de como fora o dia no infantário.
Depois meu pai colocou ela no chão e se aproximou de mim, beijando o topo da minha cabeça.
- Aí, falou com ele?
Suspirei.
- Nem tentei.
- Lexie...
Olhei ele. - Não. Não vou falar. Daryl disse que Merle tinha razão, eu não fora feita para aquele lugar, apesar de eu ter nascido ali, mas enfim. Além disso, olha pra mim! Sou mais nova do que ele, tudo não passou de uma aventura para o Dixon.
- Se fosse o Merle, eu concordava com você, mas o Daryl... Não acho que ele pense isso.
- É, tá bom. Ele falou que não era minha babá, isso é suficiente? - Encarei ele.
Meu pai ergueu as mãos, como se se rendesse.
- Só acho que ele deveria saber. É o pai dela, e um dia a Lydia vai crescer e vai perguntar. Ela já anda no infantário e lá, ela vai ver crianças indo e chegando com os pais e ela vai perguntar! Porque você tem ali uma criaturinha muito esperta e muito curiosa! Ela vai querer saber porque ela não tem um pai.
Dei de ombros. - Tá, resolvo depois.
- Uhum, Lex...
- Chega dessa conversa idiota. Não quero mais falar no Daryl, nunca mais.

 Não quero mais falar no Daryl, nunca mais

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Agora...

- Porque é tão difícil para você, me deixar ir para casa?
Espreitei pela esquina da casa, vendo se era seguro.
- Eu deixo, mas só quando estiver completamente recuperada.
Revirei os olhos e olhei para Beta.
- Estamos aqui, certo? Isso deve querer dizer que eu estou ótima.
Ele negou, como se nada daquilo fosse importante e ele estivesse distraído. Nem me olhava.
- Não, quer apenas dizer que estamos testando. - Ele me olhou, sorrindo.
Bufei, frustrada. Eu precisava regressar, mas Beta continuava dizendo que eu não estava pronta e que  minha recuperação não estava completa.
Além de querer minha comunidade de volta, meu coração ansiava por ver Lydia de novo e, secretamente, por rever Daryl. Eles tinham de estar bem, certo?
De repente, depois de sairmos dali e regressarmos na estrada, de volta a casa, uma ideia atravessou minha mente.
- Beta.
- Sim? - Ele caminhava do meu lado, ajustando seu passo de gigante ao meu.
Franzi o cenho, pensando.
- Você, com essa máscara, parece controlar os mortos, certo?
Ele me olhou, naquele momento sem máscara e franziu o cenho.
- Vem merda por aí, mas sim. - Ele deu de ombros. - Eles seguem.
- Hum. Você falou que Rick fez da minha comunidade, sua aliada.
- Exato.
- E se Alexandria não existisse? Arcadia seria livre de novo?
Ele me olhou novamente. - Lexie...
Dei de ombros. - Estou só dizendo. Quer dizer, uma horda poderia seguir na direção de Alexandria, por acidente, né?
Beta parou de andar e, quando percebi, parei, olhando ele. Se aproximou, já estávamos na frente da casa.
- Espera. Você quer colocar uma horda em Alexandria? Eles têm crianças.
Encarei, estreitando os olhos.
- Tenho certeza que nenhuma delas  seria ferida. Além disso, Rick não pensou nas nossas crianças quando decidiu matar a gente! - Segurei seu pulso. - Pensa.
Beta respirou fundo. - Acho arriscado, mas... É possivel. Só achar a quantidade certa de andarilhos e fazer eles seguirem a gente.
Sorri. - Assim que eu recuperar.

 - Assim que eu recuperar

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Narrador:

Lydia rodou a vara e bateu no zumbi, lançando ele no chão e espetando sua cabeça. Depois sacudiu o sangue e olhou em frente, vendo Daryl surgindo, com uma flecha na mão.
Ele olhou o corpo no chão e depois para ela.
- Bom trabalho.
Ela sorriu. - Obrigada.
Daryl chamou Dog e os três voltaram a andar, até que Lydia parou e ficou olhando o chão.
Dog foi o primeiro a perceber e voltou para trás, para junto dela, chamando a atenção de Daryl.
- O que foi? - Perguntou ele, se aproximando.
Lydia abaixou no chão e depois levantou, segurando alguma coisa na mão.
- Isso é do Beta.
Ela entregou a ele um colar destruído, um triângulo de metal. Daryl franziu o cenho.
- Como sabe?
- Ele achou isso comigo, na cidade.
Daryl sentiu seu coração batendo muito rápido. Se Beta estava procurando Lexie, como Lydia achava que estava, e aquilo fosse realmente dele, significava que estavam na pista certa.
Ele assentiu e entregou a ela, que guardou.
- Vamos.
Andaram o que pareceu uma eternidade, sem acharem nada que indicasse que Beta ou Lexie estivessem por perto.
Daryl respirou fundo, olhando em volta. Tinha de achar ela.
- Daryl!
Ele olhou para trás, vendo que um merda de um zumbi, agarrado numa árvore, como se fizesse parte dela, tinha agarrado o braço de Lydia, assustando ela, que ficou sem reação.
Daryl pegou a besta e mirou a cabeça dele, atirando.
Lydia se soltou, mas ainda assustada, e quando andou para trás, caiu, espetando sua mão num pau, gritando de dor.
- Merda! - Falou Daryl.
Ele abaixou, pegando a mão dela e vendo o ferimento que sangrava imenso.
- Vem. - Ele puxou ela, erguendo. - Temos de ir em Alexandria. Siddiq precisa cuidar disso.

 Siddiq precisa cuidar disso

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Lexie:

Estava sentada no sofá velho daquela casa, com a lata de feijão na mão, mas presa em meus pensamentos. Queria regressar.
Beta surgiu, tirando o casaco e jogando no outro sofá, sentando do meu lado, com a sua lata na mão e jogando a cabeça para trás, fechando os olhos.
- Beta?
Ele abriu apenas um olho.
- Você está bem?
Sorriu e fechou o olho de novo.
- Estou, sim, não se preocupa.
Mexi no feijão com o garfo, nervosamente.
- Porque você veio me procurar? Porque cuidou do meu ferimento?
- Porque se eu não achasse você, muito provavelmente você já estaria morta.
Mordi o lábio. - Hum.
Beta ergueu a cabeça e abriu os olhos, me olhando.
- Você estava mais morta do que viva, não iria resistir. O caipira lá poderia procurar você, mas quando ele achasse, se achasse, você estaria morta. E se eu não cuidasse do ferimento, você estaria morta do mesmo jeito.
- Tá, mas...
Ele sorriu. - Lexie, eu cuidei da sua filha por anos, mesmo sem saber, acha mesmo que iria deixar a mãe da Lydia morrer? Além disso, você é minha líder, e eu gosto se você.
Dei de ombros. - Tudo bem. - Sorri.
- Você está bem? Não parece a Lexie que eu conheço.
Balancei a cabeça. - É a Lydia, sinto falta dela e... De casa.
Ele respirou fundo. - Posso fazer uma pergunta?
- Acabou de fazer.
- Idiota. Agora que o Daryl está por perto de Arcadia, e já que ele é o pai da garota... Você pensa contar para os dois? Porque a Lydia não lembra de você, era muito pequena e passou um inferno antes de eu achar ela. A mulher que estava com ela era... Nem quero lembrar.
Assenti, mordendo o lábio e olhei ele.
- Eu não sei.
- Ela merece saber. E ele também, já agora.
Eu ri, e ele ergueu as sobrancelhas, mas eu estava rindo de nervosa.
- Lexie?
- Meu pai diria o mesmo.
Beta riu junto comigo.

Red Queen - A Rainha VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora