Red Queen - A Rainha Vermelha

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Lexie:

- Estamos chegando, você está bem?
Olhei Beta e sorri. - Estou ótima.
Continuámos andando até chegarmos nos portões do Reino, onde os guardas esperavam o pessoal das diferentes comunidades para participarem na feira.
Entrámos e percorremos o espaço, mas tivemos de parar, pois uma voz se ouviu atrás de mim.
- Lexie.
Olhei para trás e vi Lydia. Sorri e ela se aproximou, me abraçando. Era ótimo poder abraçar ela de novo, eu ansiava pelo momento em que ela voltaria para casa.
Nos afastámos e coloquei um pedaço de cabelo atrás da orelha dela.
- Como você está? - Perguntei.
- Tudo bem, e você?
Assenti.
- Eu queria falar com você, mais tarde, se não houver problema. - Pediu.
- Claro.
Vi Daryl, do outro lado da estrada, e ele acenou com a cabeça, dando um sorriso fraco. Acenei de volta, sorrindo, mas minha atenção foi quebrada por Ezekiel.
- Lexie! Que bom ver você! Não é todo o dia que temos a oportunidade de ver alguém da realeza na nossa casa.
Eu ri e ele juntou seu riso ao meu.
- Ezekiel. - Abracei ele.
Eu realmente gostava do rei, ele era legal comigo desde o acordo de paz. Me aceitara sem julgamentos.
- Espero que você e seu pessoal, gostem da feira. É um marco importante para todos.
- É, ainda não consegui dar uma olhada, mas me parece muito bem.
- Deveria. - Ele olhou para trás. - Estão chamando ali, espero que goste. Aproveite! - E se afastou.
Estiquei a mão para Lydia, para ela segurar, e ela assim fez.
- Vem comigo, dar uma olhada por aqui?
Ela assentiu e eu olhei Beta. - Volto em alguns minutos. - Depois me aproximei dele, baixando a voz. - Pára de olhar para o Daryl desse jeito, vão pensar que quer pedir ele em casamento.
Ele franziu o cenho.
- Credo.
Sorri e segui com Lydia pela avenida.
O tempo passado no Reino foi maravilhoso. Parecia que nada tinha acontecido entre nós. Mas tive de recusar o convite do Rei para passar a noite ali. Além de não me sentir tão segura assim, eu viera para uma feira, não uma festa de pijama.
Pouco depois, Daryl surgiu e parámos de andar. Ele me olhou e depois para Lydia.
- Preciso falar com ela.
Lydia sorriu, assentiu e se afastou.
Fiquei olhando ele, sem saber muito bem o que deveria dizer ou fazer. Esse era o dom idiota do Dixon, ele me fazia parecer fraca, com um coração batendo que nem doido e pernas tremendo e mãos suando...
- Como você está?
Parei com a conversa no interior da minha cabeça.
- Estou bem. E vejo que você também.
Ele suspirou. - Desculpa, de verdade, pelo que eu falei.
Sorri. - Nossa, você pedindo desculpa?
Ele franziu o cenho. - Sempre pedi pra você.
Ergui as mãos, balançando elas e ri. Ele não entendia certas brincadeiras, mesmo. - Esquece. Tá... Posso até desculpar mas...
- Olha é tudo muito novo e confuso. Eu ainda nem tenho certeza de que estou fazendo a coisa certa com a Lydia! Eu não sei como fazer.
- Daryl, você está fazendo o que pode e pelo que eu sei, é um bom trabalho. - Escuta, Lydia se sente bem com você, ela se sente segura, isso quer dizer que está tudo bem.
Ele assentiu, mordendo o lábio.
- É... Mas eu continuo magoando você.
Suspirei. - Isso faz parte da vida. Pessoas magoam pessoas.
- Ah fala sério.
Dei um passo em frente, ficando quase colada nele. Vi aquela cicatriz junto do olho dele, fazendo me lembrar de um certo leão num filme de criança... Eu queria tocá-lo, mas ainda era cedo. Daryl tinha de saber que me magoara. De novo. Mas até que dessa vez ele entendera rapidinho.
- Não importa. Você pediu um tempo, eu estou dando um tempo. Você me magoou sim, como fez outras vezes, mas esse é você. Você fala primeiro e pensa depois, e foi exatamente por isso que eu escolhi você, no passado. Não por gostar de ser magoada, claro, mas porque por baixo dessa casca dura, tem uma pessoa fantástica. - Sorri. - Meu pai não teria oferecido seu tempo, sua casa, sua comida pra você, se achasse que você não tinha mais nada além dessa pose de durão.
Daryl olhou para baixo. - Ele nem me queria com você.
- Ele apoiava, sim, mas gostava de mexer com nossas cabeças. Ele só não apoiava nossa diferença de idades. E veja só? Aqui estou eu, uma bebê levantando a moral de um velho adulto.
Ele riu e me olhou. - Você nunca foi uma bebê.
- Foi a última coisa que você me disse, que eu era sim.
- Desculpa. Nunca achei que fosse, só... Esquece.
Toquei na sua mão. - É só um tempo, além disso, depois do que aconteceu, eu precisava mesmo desse tempo, de arrumar minha cabeça.
Ele assentiu.
- Lexie!
Olhei para o lado, largando a mão de Daryl e vi Beta, me chamando, afastado.
Suspirei. - Vou ver o que é.
Ainda escutei Daryl resmungando antes de me seguir.
- Problemas? - Perguntei quando cheguei perto dele.
- Mais ou menos. - Ele indicou Ezekiel junto dos meus homens. - Tem um grupo de pessoas rondando a estrada, viram eles de novo. Ezekiel acha melhor a gente não ir embora hoje.
- Não, nós vamos. É um grupo grande?
- Não.
- Então nós vamos.
Ezekiel se aproximou e me olhou, com a preocupação no rosto.
- Pode ser arriscado, Lexie. Vocês podem ficar aqui.
Sorri e depois apaguei o sorriso.
- Não, mas obrigada Ezekiel.
- Pode ser perigoso andar lá fora. - Falou Daryl atrás de mim.
Olhei ele e respirei fundo. - Vocês também eram perigosos e nem por isso eu desisti.
No final do dia, depois de termos guardado nossas coisas, decidimos que regressariamos a Arcadia com, ou sem, grupo na estrada.
Senti alguém do meu lado e me preparava para ver o Daryl, mas era Negan. Franzi o cenho.
- Negan.
- Eu... é... Queria pedir uma coisa.
Cruzei os braços.
- É.... Será que daria para eu ir junto?
- Quê?
Negan indicou o pessoal com a mão.
- Digamos que ainda não sou muito bem vindo por aqui. Rick ainda me odeia.
- E com razão. - Suspirei. - Tá, pode ir comigo, mas não pensa em fazer uma besteira sequer.

Mais tarde, quando já estávamos na estrada, Negan caminhou do meu lado e indicou Beta, mais na frente.
- Ele é sempre assim? Porque eu não lembro de ele ser tão... protetor quando estive em Arcadia. O que mudou? Vai trocar o caipira pelo grandão controlador de mortos?
- Você só sabe falar merda, é?
- Só estou dizendo.
- Misericórdia! Já estou arrependida de...
Parei de andar, escutando, e tirei a katana da bolsa.
Meus homens perceberam e pararam de andar. Beta se aproximou, com Dário.
- Lexie?
Olhei em redor. - Não estamos sozinhos.
Dário pegou a arma, Negan a Lucille e Beta as facas. Vi os arqueiros erguerem os arcos, prontos.
- A mocinha aí é esperta, hein?
Olhei para o lado e vi um homem saindo da floresta. Logo vários apareceram, nos cercando. Olhei de novo para o homem.
- Queremos o que vocês têm e se tentarem resistir, serão mortos.
Sorri.