POV MELLANY PIERCE
Emma não me deixou entrar dentro daquela casa enquanto as beatas estavam na porta, minha mãe me chamou do outro lado da cerca falando que não valeria a pena discutir pela manhã com uma pessoa doente. Eu me questionei o porquê de suas palavras até que ela me responde o óbvio: — Annie está irredutível, ela não aceita que Jeon seja um homem independente.
Como minha mãe falou, não vale a pena entrar na casa dela enquanto seus pensamentos são esses.
Eu não vou interferir nas decisões de Jungkook, afinal de contas ele conhece Deus muito melhor do que eu, e deve saber sobre o livre arbítrio. Ninguém pode forçar um outro a ser o que não é, eu não posso forçar Jungkook a dar as costas para sua mãe ou desacredita-lá em um momento de fragilidade. No entanto, existiam limites que eu não ultrapassaria.
Annie era um desses limites que me mantém distante de qualquer decisão definitiva. Eu não queria me magoar pela segunda ou terceira vez enquanto aquela mulher vencia uma batalha silenciosa com uma arma psicológica quase invencível, eu sei do que estou falando, eu quase caí no seu conto de "homem prometido a Deus" e passei a me questionar se amar Jeon Jungkook seria errado... e mais uma vez conseguia me ver quase presa a sua teia de manipulação.
Passo pela garagem enquanto meu pai estava embaixo do carro arrumando alguma coisa, o capô está levantado e eu ouço aquele rádio antigo tocando as mesmas músicas de sempre.
O assobio era conhecido, sinto meu sangue ferver ao reconhecer quem estava ali dentro da garagem ajudando meu pai com o carro: Jin.
— Bom dia, Mellany. -meu pai falou um pouco abafado, olho na sua direção e depois para Jin que arruma a postura limpando as mãos na flanela laranja. Os olhos me penetram como se pudessem despir minha alma, ele me ruborizava como uma maldita adolescente envergonhada.
— Se precisava de ajuda com o carro poderia ter me esperado.
— Um mecânico profissional e uma amadora... acho que prefiro o mecânico.
— Pede pra ele trocar seus pneus da próxima vez. -passo por Jin sem ao menos trocar uma palavra se quer, eu não queria contato com ele desde os últimos acontecimentos. Por mais que tenha enfiado a língua no rabo e não ter aberto a boca pra falar sobre o assalto; Jin se tornou uma incógnita pra mim. Não era mais um amigo, um conhecido ou algo do tipo, ele apenas falava com meus pais como se nada tivesse acontecido, frequentava minha casa nos dias de jogos junto com o pai de Taehyung... não era nada que já não fizesse antes, o que diferenciava era que sua presença me incomodava.
Deixo minha bolsa na sala e trato de ir até a lavanderia, iria por as roupas de Jeon na máquina para que desse tempo de ficarem limpas até o trabalho.
— Não vai comer? -Emma questiona ao passar pela porta dos fundos — Vou chamar o seu pai.
— Sabe de alguma coisa que não estou sabendo? -indaguei me encostando na máquina de lavar, Emma vincou a testa e me encarou atenta. A vejo umedecer os lábios antes de falar.
— A senhora Audrey veio ficar com a filha e o neto. E tudo indica de que vão para Minnesota.
— As duas?
— Claro que não. -refuta — Jeon ficaria sabendo que a mãe está doente?
— Sim, ele ficaria. -respondo amarga — Caso contrário, não teria me pedido em casamento. -Emma abre a boca incrédula, ela tenta falar alguma coisa e não sai nada mais que uma palavra gaguejada. Coloca a mão direita na frente do peito e grita abertamente o nome do meu pai como se a casa tivesse pegando fogo ou algo do tipo.
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Desejos de um padre • JJK version
FanfictionVocê é como um sonho, você é o meu sonho! Largue sua batina e venha junto comigo. Vamos estar onde o sol aquece o céu, assim como você aquece meu corpo. Onde nenhuma pessoa possa nos julgar pelo o que somos, pelo o que sentimos. Onde você seja ape...