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Foi uma nova experiência, era a primeira vez em que Jeon viajava para longe de casa e suas perguntas eram incansáveis. A curiosidade estampada no rosto da criança idêntica ao deslumbre do pai, que fazia questão de responder todas as perguntas.

Já estava no fim da tarde chegamos a capital, ele não tinha perdido tempo e já tinha alugado um carro no mesmo dia em que comprou as passagens. Quanto antes chegássemos em Jacksonville, mais tempo poderíamos passar com nossos amigos. Se é, que os que ficariam me perdoaria por tanto tempo longe.

De qualquer forma sentia um pouco de medo, pela reação de Luke ou como seriam as coisas na casa de Annie. Eu não acreditava em sua mudança, mas, Jungkook garantia de que a mãe não era a mesma pessoa que já foi um dia. Então, eu confiei! Confiei em suas palavras e me deixei levar na mesma empolgação que ele. Afinal, é algo bom. Jeon conheceria os avós e conheceria um lugar novo.

O resto do percurso seria mais uma pequena sessão de curiosidade e pausas para o enjoo do pequeno.

Eu fui um mero acessório, fiquei no banco de trás fazendo companhia a criança até pudesse pegar no sono quando a estrada já estava escura e passamos por Port Isabel, sinto aquele embrulho no estômago ao ver a placa que falava que já estávamos saindo da cidade, faltava poucos quilômetros para chegar até lá. Esfreguei a palma das mãos no jeans que usava, estava suando frio.

Tento não demonstrar nenhum nervosismo, nem deixar transparecer aquela amarra dentro do meu coração. Aquele lugar me trás lembranças ruins e eu tinha medo de que alguma coisa pudesse acontecer.

— Você tem certeza que ninguém lembra de você? -indaguei um pouco desconfortável — Quer dizer, como padre.

Jungkook olha pra mim pelo retrovisor e esboça um sorriso confiante, eu o invejo por isso. Pela confiança que depositava nas outras pessoas.

— Desde quando a Annie saiu da igreja, as coisas mudaram.

— Devo me preocupar o dobro, porque agora ela não tem com o que ocupar a mente.

— Mellany, por favor! -me repreende — Não seja agressiva, isso não combina nem um pouco com você.

— Não combina Jungkook? Eu quase quebrei o nariz do Jimin por sua causa na sound. -ele ri e vira o rosto de relance, olhando para mim. Solto o meu sinto de segurança ficando um pouco mais perto dele, pouso minha mão direita por trás da sua nuca — E ele quase quebrou o seu nariz no ano passado, não foi?

— Eu não revidei.

— Não teria coragem. É o Jimin, seu melhor amigo.

— Ele tinha o direito de fazer o que fez. No lugar dele, teria feito o mesmo. -balbuciou, Jungkook diminuiu um pouco a velocidade e olhou para o lado apontando o posto — Hoseok agora é o dono.

Olhei para o lugar onde tinha passado tanto tempo, talvez, o único que tivesse me dado uma chance de ser feliz. Aquele sentimento nostálgico me invade, lembro de cada ponto cego daquelas câmeras, as horas que Jimin e eu passamos sentados naquela calçada esperando o tempo passar e criando cenários que nunca iriam acontecer, ja que a maioria deles envolviam aquela cidade pavorosa.

— O senhor Jung ainda tem a oficina?

— Acho que sim. Eu não os procurei depois do que aconteceu. -falou em um tom ameno, penoso — Eles nunca foram chegados em mim. Você sempre foi a favorita.

— É o que acha?

— Eu tenho certeza absoluta. -chequei Jeon pela última vez, e passei entre os dois bancos pra poder me sentar ao seu lado na frente.

Desejos de um padre • JJK versionOnde histórias criam vida. Descubra agora