Desejos de um padre • JJK version

Capitulo 24 - house of cards

Foi como um sonho.

Teve um começo, meio e fim.

E o fim não foi como o esperado.

Jeon caiu em si depois de trinta minutos. Seu "eu" retornava à sanidade tão rápido quanto tinha me levado para aquele lugar. E eu fiquei sem ação alguma, não tinha como retrucar enquanto o via chorar feito uma criança perdida.

Respeitei o seu momento de conflito, o deixei para trás me sentindo uma pessoa horrível por tê-lo deixado daquela maneira.

As coisas nunca seriam como gostaríamos que fosse. E essa era a realidade.

Jungkook é covarde demais para assumir responsabilidades e sentimentos. Ele não estava pronto pra deixar tudo aquilo que conhecia, não queria confrontar Annie e jamais se via longe daquela igreja.

Me senti completamente usada.

O que ele fez comigo foi cruel!

E eu mereci passar por essa humilhação, cai nos seus encantos como se não existisse uma terceira pessoa que pudesse se machucar.

Teria que ser sincera, eu contaria para Seokjin na manhã seguinte e talvez... ele me perdoasse. Não se tratava de um sexo casual, nosso relacionamento não era monogâmico, mas tínhamos que ser sinceros um com outro para que isso funcionasse e deve ser por esse motivo que estávamos dando certo.

Mas a questão era diferente, existia sentimentos.

Eu não tinha feito sexo com alguma pessoa aleatória após uma noite de bebedeira.

Fiz amor com o seu melhor amigo.

O peso em meus ombros me deixa tensa, desnorteada a ponto de me fazer ficar impaciente pelo resto da madrugada. Eu esperei apreensiva durante uma hora na porta de casa, esperei que Jungkook voltasse e falasse que não tinha problema algum, mas ele sumiu.

Me tratou como um erro, mesmo depois de ter me falado sobre o amor.

Despedaçada me tranquei no quarto com as cortinas fechadas, não queria ter que lidar com sua indecisões e conflitos internos. Ja tinha os meus que me tirou o sono.

Amanheceu e eu continuava inerte em cima da cama sem saber o que fazer, apreensiva, sentindo a dor da melancolia me arrastando para a tristeza.

Não era assim que deveria me sentir depois do que aconteceu.

Esperei que meus pais saíssem de casa para poder descer e comer alguma coisa, deixei de lado todo o meu orgulho e me permiti chorar, essas não seriam as primeiras lágrimas do dia.

Jin...

Eu tinha que contar.

Despejo a xícara de café dentro da pia quando vejo o seu reflexo do lado de fora da janela.

Ele sempre aparecia antes de ir trabalhar e até Emma já sabia disso, sempre deixava alguma coisa pra ele em cima da mesa.

O homem gira a maçaneta da porta dos fundos e adentra na cozinha com um sorriso aberto, animado pelo o dia. Os passos em minha direção são ansiosos, me puxa para os braços me envolvendo de uma forma amorosa.

Quando ele beija o meu rosto me sinto mal.

Eu não queria machucar aquele homem, Deus sabia que não!

— Bom dia, Sweet. -me vira de frente a ele, segurando em meus ombros. Jin estreita os olhos me encarando sem entender o motivo dos olhos marejadas — Aconteceu alguma coisa?