"Então reconheci diante de ti o meu pecado
e não encobri as minhas culpas.
Eu disse: "Confessarei as minhas transgressões",
ao Senhor,
e tu perdoaste a culpa do meu pecado."
Salmos 32:5POV JEON JUNGKOOK
Desde a chegada do Bispo em Jacksonville eu não pude retornar para casa. Passei aquela noite inteira dentro de um quarto na casa paroquial, após o seu pedido. O bispo tinha certeza de que se rezássemos juntos como da outra vez, expurgaria todos os demônios que assolavam a minha alma. Me afastaria do mal da carne e de alguma maneira, me purificaria.
Já não aguentava o fardo da mentira em meus ombros, pesava, doía como açoitar o meu próprio corpo. A aflição me deixava doente ao ponto de não conseguir beber nem um copo de água durante aquela manhã, eu jejuei pela última vez depois de uma mês longe de qualquer atividade da diocese.
Não me sentia digno de está naquele lugar, de fazer minhas orações, segurar um terço e de usar aquelas roupas, mesmo que não fosse uma batina. O colarinho branco pesa, me sufoca como todas as mentiras que contei aquela noite ao homem que tinha meu futuro nas mãos.
Eu falei que largar o sacerdócio não era por ter sido fraco e padecido ao pecado da carne. Existia algo bem maior por trás disso, a honestidade com Cristo e naquele momento eu não me sentia honesto para continuar.
Ouvi seu sermão, o quanto um homem de Deus poderia ser tentado pelo diabo. A força maligna que estava rondando a minha cabeça e que aquela era a minha provação, todos já passaram por isso. Ele me garantiu!
— Nem todos são santos, até os santos pecam.
O bispo me pediu para pensar no que me tornou um padre, que aquela força de vontade no passado voltasse para o presente e então pudesse exerce-lá diariamente. Eu tenho um dom! Deveria usa-lo.
Essa era a questão, eu não me sentia especial ou diferente. Aquele "dom" em que Annie falava desde a minha infância, o que o padre Lucas enxergava no mosteiro, e o bispo citava com gloria e esplendor. Esse dom não existia, e eu me perguntei porque demorei tanto tempo pra perceber que estava mentindo, tentando me convencer junto à eles de que sou alguém especial.
Todos da cidade já sabiam que eu não poderia mais ser um padre e mesmo assim, continuava recebendo as lamúrias da maioria delas diariamente, despejando seus problemas em cima de mim como se eu pudesse dar-lhes a solução. Talvez o mito que Annie criou meses atrás, de que eu poderia ser a salvação daquela cidade de pecadores. O homem prometido de Deus, que enfrentaria o demônio frente á frente, fez com que passasse despercebido entre os menos devotos.
Aquelas beatas, os mais fies, me odiavam. Cuspiam no chão se cruzassem pelo o mesmo caminho, faziam o sinal da cruz e até mesmo usavam palavras rudes. Eles sabiam que eu sou um pecador e que fui tão fraco e infiel a Cristo, ao ponto de abandona-lo após jurar solenemente toda a minha fidelidade.
E de alguma maneira me sentia mal por fazer minhas próprias escolhas. Pela primeira vez em toda a minha vida, eu caminhei com minhas próprias pernas e o medo constante de está errado assolava o tempo inteiro.
Todos os sentimentos se multiplicam, eu sentia tudo dobrado. É um desses sentimentos era a covardia. O carregaria dentro do peito pelo resto da minha vida e parece que jamais me livraria dele. Chegava a ser maior do que o da culpa, maior do que meus pecados.
Tudo poderia ter sido diferente se eu tivesse dito não, se tivesse desistido no mosteiro antes levar o sacerdócio adiante. Mas a minha vida até agora tinha sido um grande "se" "talvez" e nenhum melhor de "certeza" até que pude reencontrar Mellany.
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Desejos de um padre • JJK version
FanfictionVocê é como um sonho, você é o meu sonho! Largue sua batina e venha junto comigo. Vamos estar onde o sol aquece o céu, assim como você aquece meu corpo. Onde nenhuma pessoa possa nos julgar pelo o que somos, pelo o que sentimos. Onde você seja ape...