Desejos de um padre • JJK version

Capítulo 2 - Blackout

Minha empolgação com a volta dele não era a mesma para Camila. Tínhamos pensamentos divergentes e a única coisa que ela tinha para falar era: "O que eu posso fazer?"

Não conseguia parar de andar pelo quarto, estava impaciente, andava da poltrona até a janela, além de passar minhas mãos pelos meus cabelos incontáveis vezes. Meus pensamentos são o turbilhão. A volta dele seria uma mudança realmente tão drásticas em nossas vidas?

Oito anos atrás, Jung Kook estava em prantos aos pés de Annie, jurando que seria um bom garoto tudo para não ir ao tal seminário. Por que o enviariam para o outro lado do país? Ele não queria abandonar o Texas por uma coisa que jamais foi desejada por ele e agora aquele pesadelo tinha se tornado um sonho? O homem disse estar amando ser um padre.

Poderia soar frio e até mesmo egoísta da minha parte, mas ele nunca quis isso... sabíamos o que queríamos.

— Mellany, foi uma promessa pueril e vazia! - Repetiu pela décima vez aquela tarde. -  Rolo os olhos cruzando meus braços na frente do peito.

— Eu realmente tenho que me convencer de que aquele homem era o mesmo?

— Ele cresceu! - Cams arregala os olhos — Ele não é o mesmo menininho que você manipulava em troca de doces.- Afirmou já entediada com minha postura de negação.

— Então está me falando para desconsiderar aquela carta?

— Para de andar de um lado para o outro, isso me desconcentra. - Camila esbraveja levantando da cama -  Respiro fundo relaxando meus ombros. Por que ela não consiga entender o que eu  estava falando? Não poderíamos tratar isso como se fosse uma escolha. Jung Kook foi obrigado a se tornar padre, quem escolheria ser padre?

Ela estende as mãos até meu rosto, acariciando lentamente.

— Você fala isso como se ainda fosse apaixonada por ele. Já se passaram oito anos.

— E se eu for?

— Se você fosse apaixonada por Jung Kook jamais teria ido pra cama com o Jin, fodido comigo e metade dos caras de Jacksonville .

Camila desce as mãos pelo meu pescoço passando a direita em minha nuca, arranhando minha pele. Sinto um arrepio percorrer minha espinha, um passo dado à frente e seus grandes olhos castanhos estavam mais próximos. Umedece os lábios passando a língua entre eles e encosta nos meus.

Lentamente adentra em minha boca, movimentando sua língua por cima da minha em busca de um beijo calmo. Minha cabeça estava longe, mal conseguira retribuí-la. Dou um passo para trás balançando a cabeça negativamente.

— Não foi para isso que veio aqui? - Camila falou arqueando a sobrancelha.

— Só queria ter certeza de que não estou ficando louca.

— Por que estaria?

— Por achar que teria alguma chance com ele.

— Você tem. - Ela ri pelo nariz dando as costas — Mas então teria que ser uma santa, uma moça decente e de boa índole.

— Eu não sou?

— Claro, com um baseado na mão e falando como foi dar para o Seokjin noite passada. Uma bela puta decente.

— Seria tão fácil transar com o Jeon, se eu quisesse.

— Ah! Claro. Se você quisesse. Acabou de me contar que ele te chamou de assediadora.

— Acha que não seria capaz?

— Aposto que não. - Camila cruza os braços me encarando desafiadora — Aposto duzentos dólares que você não consegue isso dele.